A Cisitalia Type 360 nasceu do sonho do empresário e ex-piloto italiano Piero Dusio, que encomendou a Porsche Engineering, um chassi para disputar provas no formato Grand Prix.
O Mantuano e a Cisitalia Type 360
Dusio esperava assim consolidar essa nova marca. Em 1946, Ferdinand e Ferry Porsche, que estavam presos na França (acusados de colaboracionistas) começaram a executar o projeto: carro pequeno, leve, com motor 12 cilindros e 1,5 litro com compressor. O Type 360 deveria ficar pronto em 1947, mas sem verba para tocar a empreitada, Dusio rumou para a América do Sul, onde encontrou o apoio incomum do ditador argentino Juan Domingo Peron, um entusiasta do automobilismo.
Dusio, Tazio e a equipe.
Testando com Boneto e Bucci.
Notem que sua concepção era moderna. Motor entre eixos com cambio traseiro, suspensão traseira independente com semi eixos, a suspensão dianteira uma herança Porsche, independente com barras de torção.
Tazio
Em 1951, pintado nas cores argentinas (o azul e o amarelo), o carro ganhou as pistas. Testado pelo italiano Felice Bonetto e pelo argentino Klemar Bucci em San Isidro, próximo de Buenos Aires, o carro não entusiasmou. Na Europa, Piero conseguiu um reforço de peso na figura do grande Tazio Nuvolari, que chegou a conhecer a Cisitalia, mas talvez não tenha tido tempo de experimentá-lo. Ressalto que ele só não usou a Type 360. Correu a Mille Miglia de 1947 com uma Cisitalia 202 Spyder. Tinha então 55 anos e só não venceu porque "atropelou" uma poça d`água. Em 1948, a Cisitalia quebrou nos treinos e Enzo ofereceu-lhe uma Ferrari 166 S. Há sete meses longe das pistas e sem conhecer o carro, deu espetáculo. Em Pescara já era o líder; em Roma tinha 12 minutos de vantagem; em Livorno 20 minutos e em Florença já tinha meia hora. Mas - aí a prova de que Tazio era maior do que Enzo - o carro não estava à sua altura. Peças começaram a se desprender: um paralamas, o capô, os parafusos do banco. Quando um feixe de molas da suspensão soltou-se, desistiu.
Sua última vitória foi a Subida de Montanha Palermo-Montepellegrino, onde foi o primeiro de sua classe com uma Cisitalia 204.
Caranguejo
Brilhante o post!
ResponderExcluirValeu
Particularmente, considero o Tazio o maior dos grandes pilotos que já existiu. Um paradoxo para a sua figura franzina. Seu nome com certeza não figura nos anais da F1...porque essa não existia ainda... mas... não é preciso muito para falar de Tazio... apenas ler sobre o GP da alemanha de 1935. Tazio, um piloto, que assim como Chuck Yeager, pilotou com costelas quebradas para registrar seu nome na história.
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