quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Tasman Series


Jim Clark, Lotus 49T Warwick Farm 1968.

A Tasman Series foi criada em 1964, disputada sempre nos primeiros dois meses do ano,durante o inverno europeu. O automobilismo oceânico estava a anos- luz de organizar seu próprio GP e essa era uma forma interessante para reunir alguns valores locais e pilotos da F1 e ver quem era o melhor. O primeiro certame foi disputado no formato que se padronizou: quatro corridas na Nova Zelândia e outras quatro na Austrália. era um torneio-relâmpago com corrida em todos os finais de semana. O neozelandês Bruce McLaren e seu Cooper T70 Climax foram os grande vencedores de 64. Bruce abriu boa vantagem sobre o conterrâneo Dennis Hulme, vencedor da prova inicial em Levin e engrenou três vitórias seguidas em Pukekohe , Wigran e Teretonga. Assim pode administrar o campeonato nas corridas australianas e conter o avanço de Jack Brabham, que ganhou em Sandown Park, Warwick Farm e Lakeside. Em Longford, McLaren só precisou de um segundo lugar enquanto Black Jack tinha problemas com o câmbio de sua Brabham BT7A Climax. Para Bruce contudo, foi uma conquista amarga. Seu amigo e parceiro de equipe, o norte-americano Timmy Mayer (irmão do futuro chefe da equipe McLaren, Teddy Mayer) morreu durante os treinos para a prova de Longford. Graham Hill foi o vencedor da etapa de encerramento, ele que não correu em todas as provas,assim como dois novatos, Chris Amon e Dave Walker, que não chegaram a pontuar.

Bruce MacLaren Cooper T70 Climax e Timmy Mayer.
Jack Brabham
Jim Clark, Lotus 32B, 1965. 
Sentado no pneu Colin Chapman.
Jim Clark, Lotus 33, 1967. 

1967, Richard Attwood, Jim Clark, Jack Brabhan e Jackie Stewart.
 Jackie Stewart, BRM P261, 1966.
 Jackie Stewart, Brabham Climax Repco, 1966.
Bruce MacLaren, BRM P126, 1968.
Dick Attwood, 1968.
Frank Gardner, 1968.

Em 1965, estréia o homem que seria o "papão" da Série Tasman, o escocês James Clark Jr. ou simplesmente, Jim Clark. e isso que seu começo não foi muito auspicioso. Graham Hill venceu em Pukekohe com uma Brabham BT11A Climax, enquanto Clark abandonava depois de duas voltas e de ter problemas na suspensão do Lotus 32B Climax. A partir de Levin, ele ditou seu ritmo e venceu também as etapas de Wigran, Teretonga e Warwick Farm, já na fase australiana. Nesse ano a Austrália só organizou três corridas e com mais um segundo lugar em Sandown e um quinto em Longford, ele comemorou seu primeiro título tasmaniano, mesmo com as vitórias de Jack Brabham em Sandown e Bruce McLaren em Longford. No campeonato de 66, vez do escocês Jackie Stewart e seu BRM P261. Dos "scotchs", Stewart era menos exuberante pilotando do que Jimmy - entre eles, Jackie era o patinho feio e Clark, o cisne de pescoço negro - mas ele sabia tirar partido das oportunidades e era bastante homogêneo na tocada. Com vitórias em Wigran e Teretonga, na Nova Zelândia e depois em Sandown e Longford, Jackie tornou-se o terceiro vencedor diferente em três anos. Teve a seu favor o fato de que Graham Hill, seu parceiro de equipe, venceu a primeira prova em Pukekohe, mas só voltou à disputa em Warwick Farm, quinta etapa. Pior sorte teve Clark: quatro abandonos e somente uma vitória em Warwick Farm, demonstrando que o Lotus 39 Climax era um daqueles carros em que Chapman errara a mão. Graham venceu em Lakeside e Richard Attwood em Levin, ambos com BRM P261. Na temporada de 67, Jim Clark colocou tudo em seu devido lugar. Sem maiores problemas e com o impecável Lotus 33 Climax, Jimmy foi o primeiro em Levin, Wigran, Teretonga, Lakeside e Sandown, finalizando em segundo em Pukekohe, Warwick Farm e Longford, ou seja esteve em todos os pódios, abriu 27 pontos em cima de Stewart sem dar-lhe qualquer chance. O Vesgo ainda teve a dita de vencer em Pukekohe e Warwick Farm, sobrando para o sumido Jack Brabham, com um Brabham BT23A ganhar em Longford. Entre os novos nomes, Piers Courage, presente em Teretonga e Lakeside com seu BRM P261,mas sem marcar pontos.
Jimmy
Hill

Piers Courage
Chris Amon
Pedro
Pedro Rodriguez, BRM, 1968.
Piers Courage, 1969.
Rindt,  1969.
Chris Amon.
Jack Brabham
Jimmy 1968
Jimmy e a 49T
Hill e a 48T, 1969

A Tasman Series de 68, tornou-se emblemática, pois foi a derradeira oportunidade de assistir o grande Jim Clark em ação. O campeonato concluiu em março. Pouco mais de um mês depois, Jimmy encontraria seu destino na etapa do Europeu de F2 em Hockenheim, Alemanha. Antes, ele teve tempo de tornar-se o campeão tasmaniano uma terceira vez. Com a fantástica Lotus 49T (versão Oceania), ele encarou um adversário motivado e que não só estava retornando, como introduzindo uma nova marca: Chris Amon e a Ferrari 246T. Amon venceu em Pukekohe e Levin e abriu 18 pontos de Clark, que enfrentou problemas de motor e com a suspensão, respectivamente. O Escocês Voador só reagiu em Wigran, onde venceu e estreou a célebre pintura vermelha e dourada da Gold Leaf. Em Teretonga, vitória do ressurgido Bruce McLaren com um BRM P 126. Clark é o segundo e Amon apenas quarto. Na fase australiana, Jimmy vence em Surfers Paradise, Warwick Farm e Sandown Park. Batido Amon, Clark faz em Longford no dia 4 de março sua última apresentação frente o público australiano e assiste a vitória de um surpreendente Piers Courage e seu McLaren M4A. O recém-chegado Pedro Rodriguez também dá o seu recado: é o segundo na prova com o BRM P261. Em 69, enfim um campeão oceânico após quatro anos da conquista de Bruce McLaren. Para surpresa de seus detratores, Amon aposta na regularidade. Vence em Pukekohe e Levin e depois em Lakeside e Sandown Park. Teoricamente, seu adversário seria Jochen Rindt, com a Lotus 49T vencedora de Clark. Mas o austríaco narigudo começa mal e na metade do campeonato, está atrás até mesmo de seu amigo Piers Courage e seu Brabham BT24. Contudo nas provas australianas, Courage vai mal. Quebra em todas e Rindt só precisa vencer em Warwick Farm para ser o vice-campeão, catorze pontos atrás do "Rei do Azar". a Ferrari vence na Oceania e fecha com chave de ouro a melhor fase da Tasman Series. A série ainda se arrastaria com pilotos de pouca expressão e um ou outro nome mais conhecido como Peter Gethin, Mike Hailwood ou Chris Amon, até terminar de vez em 1976, sem ter recuperado o antigo brilho.

Carlos Henrique Mércio - Caranguejo


2 comentários:

  1. MUITO BOM RUI!!! BELA HISTÓRIA, PRA MIM QUE GOSTA DESSAS ENTRANHAS HISTÓRICAS É MUITO LEGAL VER UM TEXTO COM RIQUEZA DE DETALHES!!! ABRAÇO E ATÉ A PRÓXIMA!

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  2. Fabiani C Gargioni #2714 de dezembro de 2011 às 22:45

    Grande Rui,as imagens sozinhas ou apenas os nomes citados já nos dão a grandeza do que foram estes azes do volante,parabéns pela riqueza de detalhes à vc e ao Caranguejo!!!

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