terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O Operário

Teorias conspiratórias há aos montes por aí. No automobilismo não é diferente. Vejam a morte misteriosa de Ciccio Ascari. Em Monza, à luz do dia, com pessoas presentes e entretanto...
Ninguém o viu morrer.

"filho de peixe,....." Enzo Ferrari cumprimenta Antonio Ascari após a vitória no GP da Itália 1924, ao lado o garoto Ciccio olha admirado. Anos após ele também seria um grande campeão!
Anos após, já pilotando uma Ferrari, larga para mais uma vitória.
Ciccio, Chueco e Farina. Oito titulos da Formula Um!
Voando no mar de Monaco com a Lancia D50, sua última corrida.
Piero Taruffi, Nino Farina e Ciccio.
Encarando Fangio e Karl Kling com as MB W196 Streanliner na largada do GP da França em Reims, 1954. Pilotava então uma Maserati 250F.


Alberto sofreu seu acidente fatal quando treinava com a Ferrari 750 Monza cuja condução dividiria com Eugenio Castellotti na Supercortemaggiore 1000. Ciccio resolveu dar algumas voltas com o carro pois queria testar a si mesmo. Saber se estava tudo em ordem com ele depois do acidente que sofrera em Mônaco quatro dias antes, quando perdera o controle e mergulhara no Mediterrâneo com carro e tudo.

Quando Ascari não fechou a volta, os mecânicos foram procurá-lo e o acharam na Curva Viallone. O Ferrari 750 capotara e Alberto Ascari fora cuspido do carro. Era o tipo de acidente em que tudo acabava mal. Mas...
O que Alberto estava fazendo em Monza? Quem estava trabalhando era Castellotti. Ele Ascari era piloto da Lancia e não mais da Ferrari. Além de tudo, era um supersticioso. Se recusava a correr sem seu capacete azul. Certa vez o roubaram e Alberto teve uma reação drástica: disse que abandonaria as pistas. Felizmente o ladrão, que deveria ser um fã do Ciccio devolveu o casco e Ascari reviu sua decisão. Depois do mergulho em Mônaco, o capacete "da sorte" ficara avariado, mas Alberto estava tão ansioso por andar no carro que não se importou de pedir emprestado o capacete de Eugenio Castellotti. Também causou estranheza as marcas de uma freada forte no asfalto. Por que Ascari frearia num trecho de alta velocidade como a Curva Viallone, antes das chicanes?
Ciccio, Castellotti e Gigi Villorezi

E é aí que entra o operário.
Diz a lenda que um operário morava nas proximidades do autódromo de Monza e todo o dia, atravessava a área do autódromo para ir almoçar em sua casa. Nesse dia não foi diferente. Ele sabia que havia uma equipe de corridas testando, mas sabia também que ao meio-dia, os trabalhos costumavam ser interrompidos e ele achava que não teria problemas com carros velozes cruzando as retas. Foi justamente na hora do almoço, quando Castellotti foi almoçar que Alberto Ascari resolveu sair e treinar. Imagine a surpresa do operário ao ver-se de repente no caminho de um carro de corridas. Não deve ter sido menor que a surpresa de Ascari ao ver de repente, alguém no meio da pista. Por isso a freada. Na velocidade em que estava, deve ter perdido o controle e capotado. Ao constatar a tragédia que inadvertidamente provocara, o operário saiu rápido dali antes que alguém o visse. Ele nunca contou a ninguém sobre o ocorrido, ou contou?

Caranguejo

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AOS GRANDES CAMPEÕES
OU SIMPLESMENTE ÀQUELES QUE TENTARAM!

Antoni Ascari #6, ao seu lado Enzo Ferrari, #17 Sivocci e #12 Campari. GP da Itália 1923.


E a meu amigo Caranguejo, que a cada dia se supera, ao nos contar os acontecimentos do esporte que tanto gostamos.

Rui



4 comentários:

  1. Fabiani C Gragioni #2720 de dezembro de 2011 às 23:41

    Grande Rui,esta foi um belo presente de natal teu e do Caranguejo,obrigado muito legal!!!Vcs já pensaram em escrever um livro...O título eu já sei:Histórias Que Vivemos.

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  2. Obrigado pela sugestão Fabiani, mas com o Rui aí em São Paulo e eu aqui nas Coxilhas fica meio difícil.
    Caranguejo

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Rui Amaral Jr