A postagem original de Graziela Rocha é do dia 8 de Novembro de 2009, e recebemos à pouco a foto do Governador Walter Jobim dando a bamdeirada a um dos participantes. Agradecemos esse privilégio ao Museu Hipólito José da Costa - MUSECOM - e a Sra Denise, Coordenadora do Acervo Fotográfico.
Inicio descrevendo-as
As carreteras, carros de corrida que iniciaram as competições automobilísticas em Passo Fundo derivaram das "baratas" (coupes) Ford e Chevrolet dos anos 1937 a 1940, de onde eram retirados pára-lamas, pára-choques, bancos e outros itens, com modificações em suspensões, freios e motores num primeiro estágio. Seu nome, herdado dos "hermanos" argentino-uruguaios significa estrada/rodovia.
Um pouco da história
Quarta-feira, 14 de abril de 1926, o jornal O Nacional então bi-semanário noticiava a vitória fácil de uma baratinha amarela (possivelmente uma Ford), num desafio em plena Avenida Brasil centro.
Em 15 de junho de 1928 o mesmo jornal, O Nacional, noticiava a mais longa disputa automobilística do Estado, até então.
Itinerário
Júlio de Castilhos a Passo Fundo com retorno a Júlio de Castilhos até a praça central.
Distância
586 km por um caminho ao longo da via férrea.
Vencedor
Carlos Fumagalli, com Ford contra Cyrus Bastos, com Chevrolet.
A relação entre as notícias, Passo Fundo entrando de pé embaixo nas competições. E no noticiário jornalístico sobre automobilismo, desta vez com repercussão estadual.
Como seria o futuro
O Desenrolar
O próximo evento, envolvendo nossa cidade, ocorreu no circuito do Cristal, em Porto Alegre, no dia 18 de julho de 1943, quando realizou-se a prova para carros movidos a gasogênio - gás pobre produzido pela queima de lenha ou carvão em equipamento pesadão, anti-estético, anti-aerodinâmico, colocado geralmente na traseira das baratas.
Com todos os anti-contra, o gasogênio possibilitou que parte dos automóveis, pick-ups e caminhões continuassem rodando sem a gasolina que era toda importada, consequência da 2ª Grande Guerra Mundial.
O grid de largada foi ótimo, pois 20 e tantos carros alinharam. Ary Burlamaque foi exceção correndo por Passo Fundo com Oldsmobile 1942 e gasogênio à lenha, fabricado pela Indústria Menegaz de nossa cidade. Outro passo-fundense que alinhou foi Guaraci Almeida Costa. Nossos representantes não conseguiram as melhores colocações. Mas os futuros pilotos da terra começaram a fazer o dever de casa. Adquiriram suas baratas, desenvolveram conhecimentos mecânicos, testaram, experimentaram e deram-se por preparados para os embates que aconteceriam ali na frente.
Governador Walter Jobim dá bandeirada de largada, a carretera nº 2 arranca na frente.
(Foto cedida pelo Museu da Comunicação Hipólito José da Costa, Porto Alegre-RS)
A Evolução dos Motores
As carreteras Ford que usavam motores V8 59A e 8BA, inicialmente, passaram a usar o equipamento EDELBROOK com dois ou três carburadores o que elevava substancialmente os HP. Usaram depois os motores Ford 272, 292 e 302. A carretera Chevrolet melhorou muito com o cabeçote WAINE, mas deu salto importante quando usou motor V8 Chevrolet/Corvette. Passando a ser candidata a vitória em todas as provas que disputou.
Outras melhorias
Endureceram-se as suspensões, colocando-se mais um amortecedor por roda. A luta com os freios continuava inglória, bem como, contra o aquecimento. Colocaram-se tanques e bomba manual para injetar água no circuito na tentativa de resfriar os motores. Lá pelas tantas apareceu a câmara de ar dupla, que em caso de furo dava um tempo extra para o piloto/co-piloto.
As caixas de câmbio originais de três marchas foram substituídas algumas vezes pelas caixas de quatro marchas dos carros Jaguar.
A grande mexida no Chassi/Carroçaria
Aconteceu com a vinda do ótimo piloto argentino Juan Galvez, que disputou o 8º Circuito da Pedra Redonda - Porto Alegre - em 14 de julho de 1957 e que ganhou com sobras com carretera Ford. Terminada a prova, os pilotos gaúchos e a imprensa assimilaram o que o 'hermano' ensinou: "Hay que sacar hierro". As carreteras gaúchas transportavam mais ou menos 300 kg dispensáveis completamente e que foram eliminados com rapidez depois do ensinamento de Galvez com o uso de furadeiras elétricas portáteis e brocas afiadas.
A quadriculada agitou-se mais seguidamente
Somando-se as participações dos nossos pilotos, competimos no período de 1948 a 1962, em 73 provas disputadas, com 14 vitórias, 12 segundos lugares, 18 terceiro lugares, 11 quarto lugares e 9 quinto lugares como resultados mais expressivos, para os pilotos de Passo Fundo.
Ficaram na história os seguintes pilotos
Aido Finardi - Alcídio Schröeder - Daniel Winik - Ítalo Bertão - Orlando Menegaz - Sinval Bernardon.
As vitórias que mais ecoaram foram
- novembro de 1957: Mil Milhas Brasileiras (Interlagos), vencida por Orlando Menegaz e Aristides Bertuol com a Chevrolet Corvette de Bertuol representante, de Bento Gonçalves-RS;
- novembro de 1961: Mil Milhas Brasileiras (Interlagos) vencida por Ítalo Bertão e Orlando Menegaz com a Chevrolet Corvette da dupla passo-fundense;
- Orlando Menegaz foi o único piloto interiorano, a ganhar duas vezes as Mil Milhas de Interlagos, a prova mais importante do País.
O fim da era gloriosa
Aconteceu a partir da vitória da dupla Chico Landi e Jan Balder com BMW-2002 no circuito da Pedra Redonda (Porto Alegre) em 11 de agosto de 1968. O carro importado, de ótima mecânica, freio a disco nas quatro rodas e caixa de cinco marchas e pesando pouco.
A superioridade da BMW foi flagrante. Simultaneamente, por causa de acidentes, em provas anteriores era proibida a realização de corridas em ruas.Assim brusca e melancolicamente encerrou-se fase importante do automobilismo gaúcho, não sem antes revelar competentes mecânicos preparadores e exímios e audazes pilotos. Com isto abriu-se o caminho para os autódromos de Guaporé e Tarumã. As carreteras ainda hoje despertam os mais variados sentimentos. Nas crianças: medo (pelo ronco) e espanto. Nos jovens: curiosidade dada à aerodinâmica, e nos contemporâneos muitas lembranças que mexem com as emoções, não raras vezes levando às lágrimas.
Daniel Winik é o único piloto ainda vivo. Ele garante que relembrar é viver, sem dúvidas, ainda que as emoções sejam demais, ainda hoje, meio século passado.
Histórias e mais histórias, as brincadeiras que estes audazes e corajosos pilotos faziam, no mínimo, nos deixa saudade.
Curiosidades ligadas as carreteras e seus audazes pilotos.
- Orlando Menegaz foi o primeiro piloto gaúcho a usar cinto de segurança abdominal (tomado 'emprestado' de um avião DC-3 da Varig em vôo de Chapecó à Passo Fundo). Seus colegas recomendaram que não o usa-se, pois em caso de acidente ele estaria 'amarrado'. E o perigo de incêndio era muito grande;
- a famosa carretera Chevrolet/Corvette de números 9, 4, 24 ou 1 desafiada para correr contra um cavalo, de Vacaria-RS, na distância de 100 metros. Após vários testes, Orlando não topou a parada, ele soube antecipadamente do tempo do eqüino... A aposta era polpuda;
- Orlando com a poderosa carretera Corvette foi desafiado por Daniel Winik que correria a pé desde que Orlando largasse de 'capivara' (virado ao contrário). Ninguém explicou nunca o porquê do nome.
Local da largada ponte do Passo até o posto de gasolina na Avenida Brasil a subir, na distância de mais ou menos 300 metros. Tiro dado, os contendores foram à luta. Resultado, Winik ganhou com Orlando nos seus calcanhares.Orlando que ouvia mal, alegou que não ouviu o tiro, da largada, de revólver. Como desculpa;
Orlando Menegaz e parte de seus troféus - fazenda no Espírito Santo
- Winik ganhou outra aposta desta vez do Aido Finardi, cuja carretera disputava a Força Livre. Estabelecidos handicap (vantagem), hora e local os contendores apresentaram-se. A condição era que Winik não mexesse no motor de sua carretera que era Standard o que ele cumpriu, mas em compensação retirou a carroçaria completa, por recomendação do Orlando. Como o tiro era curto, Winik ganhou mesmo sentado num caixote e acelerando através de um arame. Aido pagou o churrasco alegando sempre que foi enganado;
- Winik disputou a 1ª Mil Milhas Brasileiras em Interlagos em novembro de 1956 com sua carretera Ford Nº. 34. Como foi rodando de Passo Fundo à São Paulo e para não ter problemas na estrada municiou-se com licença especial... O exímio Sinval Bernardon foi o co-piloto;
- Outra do Winik: usou metade de uma melancia como capacete e uma soga (corda grossa) como cinto de segurança e exibiu-os para o fiscal do Automóvel Clube do Rio Grande do Sul que vistoriava as carreteras e pilotos, quanto às novas exigências de itens de seguranças.
Winik confirma tudo;
- Orlando perdeu outra, na tomada de tempo para uma das provas, circuito da Boa Vizinhança-RS, seu tempo foi igual à de piloto de Porto Alegre, concordaram resolver no cara/coroa, Orlando escolheu coroa e perdeu. A moeda tinha duas caras. Anos depois, ele ficou sabendo da 'marmelada';
- Antoninho Burlamaque, residiu em Passo Fundo entre 1943 e 1948, trabalhava com o irmão Ari Burlamaque, dono da concessionária GMC: Cadillac, Buick, Oldsmobile e Pontiac, onde conheceu entre outros, os pilotos de carretera e naturalmente, já foi 'contaminado' pelo vírus da velocidade.
Mudou-se para Caxias do Sul-RS e agora, sócio do Ari inauguraram a Auto Palácio Revenda GMC. As plantas da construção civil vieram da GMC dos Estados Unidos.
- Antoninho Burlamaque em 1950, por ocasião da prova Automobilística da Festa da Uva, adaptou um Oldsmobile 1950, novo do ano, para disputá-la, contra as carreteras inscritas.
No treino de adaptação, um pneu dianteiro estourou e o carro desceu um barranco. Depois de marteladas pra cá e pra lá, o Oldsmobile disputou a prova, entrando em 7º lugar. Drama maior viria depois, o Oldsmobile era do João Burlamaque, da concessionária Chevrolet de Guaporé-RS, irmão mais velho.
Em seguida, Antoninho adquiriu a carretera Ford do Alcídio Schröeder, com qual disputou algumas provas, sempre com problema de superaquecimento do motor que tentou resolver com a instalação de uma serpentina de canos d'água, por cima da capota, ligada ao radiador.
Agradeço aos meus queridos mãe e pai Jucélia Anna e Nelson M. Rocha a colaboração neste artigo.
Graziela Marques da Rocha
Passo Fundo-RS
A consolidação
E o grande dia chegou. Era 29 de setembro de 1948, domingo de manhã quando foi dada a largada para a Copa Rio Grande do Sul, na distância de 824 km com saída em Porto Alegre, passando por Caxias, Vacaria, Lagoa Vermelha, Passo Fundo retornando à capital do Estado. O grande vencedor foi Alcídio Schröeder representando Passo Fundo com carretera Ford, que lutou quase 9 horas contra chuva, barro, pouca visibilidade e um ferrenho piloto adversário. Recebeu a bandeirada do então governador do Estado, Walter Jobim. O Leão da Serra, como era conhecido Alcídio, foi o piloto pioneiro da capital do Planalto Médio e passou para os demais, seus predicados, na condução dos bólidos.No ano seguinte, 1949, Aido Finardi, o Rei das Curvas, deu continuidade à participação de pilotos de Passo Fundo em provas automobilísticas.
(Foto cedida pelo Museu da Comunicação Hipólito José da Costa, Porto Alegre-RS)
A Evolução dos Motores
As carreteras Ford que usavam motores V8 59A e 8BA, inicialmente, passaram a usar o equipamento EDELBROOK com dois ou três carburadores o que elevava substancialmente os HP. Usaram depois os motores Ford 272, 292 e 302. A carretera Chevrolet melhorou muito com o cabeçote WAINE, mas deu salto importante quando usou motor V8 Chevrolet/Corvette. Passando a ser candidata a vitória em todas as provas que disputou.
Outras melhorias
Endureceram-se as suspensões, colocando-se mais um amortecedor por roda. A luta com os freios continuava inglória, bem como, contra o aquecimento. Colocaram-se tanques e bomba manual para injetar água no circuito na tentativa de resfriar os motores. Lá pelas tantas apareceu a câmara de ar dupla, que em caso de furo dava um tempo extra para o piloto/co-piloto.
As caixas de câmbio originais de três marchas foram substituídas algumas vezes pelas caixas de quatro marchas dos carros Jaguar.
A grande mexida no Chassi/Carroçaria
Aconteceu com a vinda do ótimo piloto argentino Juan Galvez, que disputou o 8º Circuito da Pedra Redonda - Porto Alegre - em 14 de julho de 1957 e que ganhou com sobras com carretera Ford. Terminada a prova, os pilotos gaúchos e a imprensa assimilaram o que o 'hermano' ensinou: "Hay que sacar hierro". As carreteras gaúchas transportavam mais ou menos 300 kg dispensáveis completamente e que foram eliminados com rapidez depois do ensinamento de Galvez com o uso de furadeiras elétricas portáteis e brocas afiadas.
A quadriculada agitou-se mais seguidamente
Somando-se as participações dos nossos pilotos, competimos no período de 1948 a 1962, em 73 provas disputadas, com 14 vitórias, 12 segundos lugares, 18 terceiro lugares, 11 quarto lugares e 9 quinto lugares como resultados mais expressivos, para os pilotos de Passo Fundo.
Ficaram na história os seguintes pilotos
Aido Finardi - Alcídio Schröeder - Daniel Winik - Ítalo Bertão - Orlando Menegaz - Sinval Bernardon.
As vitórias que mais ecoaram foram
- novembro de 1957: Mil Milhas Brasileiras (Interlagos), vencida por Orlando Menegaz e Aristides Bertuol com a Chevrolet Corvette de Bertuol representante, de Bento Gonçalves-RS;
- novembro de 1961: Mil Milhas Brasileiras (Interlagos) vencida por Ítalo Bertão e Orlando Menegaz com a Chevrolet Corvette da dupla passo-fundense;
- Orlando Menegaz foi o único piloto interiorano, a ganhar duas vezes as Mil Milhas de Interlagos, a prova mais importante do País.
O fim da era gloriosa
Aconteceu a partir da vitória da dupla Chico Landi e Jan Balder com BMW-2002 no circuito da Pedra Redonda (Porto Alegre) em 11 de agosto de 1968. O carro importado, de ótima mecânica, freio a disco nas quatro rodas e caixa de cinco marchas e pesando pouco.
A superioridade da BMW foi flagrante. Simultaneamente, por causa de acidentes, em provas anteriores era proibida a realização de corridas em ruas.Assim brusca e melancolicamente encerrou-se fase importante do automobilismo gaúcho, não sem antes revelar competentes mecânicos preparadores e exímios e audazes pilotos. Com isto abriu-se o caminho para os autódromos de Guaporé e Tarumã. As carreteras ainda hoje despertam os mais variados sentimentos. Nas crianças: medo (pelo ronco) e espanto. Nos jovens: curiosidade dada à aerodinâmica, e nos contemporâneos muitas lembranças que mexem com as emoções, não raras vezes levando às lágrimas.
Daniel Winik é o único piloto ainda vivo. Ele garante que relembrar é viver, sem dúvidas, ainda que as emoções sejam demais, ainda hoje, meio século passado.
Histórias e mais histórias, as brincadeiras que estes audazes e corajosos pilotos faziam, no mínimo, nos deixa saudade.
Curiosidades ligadas as carreteras e seus audazes pilotos.
- Orlando Menegaz foi o primeiro piloto gaúcho a usar cinto de segurança abdominal (tomado 'emprestado' de um avião DC-3 da Varig em vôo de Chapecó à Passo Fundo). Seus colegas recomendaram que não o usa-se, pois em caso de acidente ele estaria 'amarrado'. E o perigo de incêndio era muito grande;
- a famosa carretera Chevrolet/Corvette de números 9, 4, 24 ou 1 desafiada para correr contra um cavalo, de Vacaria-RS, na distância de 100 metros. Após vários testes, Orlando não topou a parada, ele soube antecipadamente do tempo do eqüino... A aposta era polpuda;
- Orlando com a poderosa carretera Corvette foi desafiado por Daniel Winik que correria a pé desde que Orlando largasse de 'capivara' (virado ao contrário). Ninguém explicou nunca o porquê do nome.
Local da largada ponte do Passo até o posto de gasolina na Avenida Brasil a subir, na distância de mais ou menos 300 metros. Tiro dado, os contendores foram à luta. Resultado, Winik ganhou com Orlando nos seus calcanhares.Orlando que ouvia mal, alegou que não ouviu o tiro, da largada, de revólver. Como desculpa;
Orlando Menegaz e parte de seus troféus - fazenda no Espírito Santo
- Winik ganhou outra aposta desta vez do Aido Finardi, cuja carretera disputava a Força Livre. Estabelecidos handicap (vantagem), hora e local os contendores apresentaram-se. A condição era que Winik não mexesse no motor de sua carretera que era Standard o que ele cumpriu, mas em compensação retirou a carroçaria completa, por recomendação do Orlando. Como o tiro era curto, Winik ganhou mesmo sentado num caixote e acelerando através de um arame. Aido pagou o churrasco alegando sempre que foi enganado;
- Winik disputou a 1ª Mil Milhas Brasileiras em Interlagos em novembro de 1956 com sua carretera Ford Nº. 34. Como foi rodando de Passo Fundo à São Paulo e para não ter problemas na estrada municiou-se com licença especial... O exímio Sinval Bernardon foi o co-piloto;
- Outra do Winik: usou metade de uma melancia como capacete e uma soga (corda grossa) como cinto de segurança e exibiu-os para o fiscal do Automóvel Clube do Rio Grande do Sul que vistoriava as carreteras e pilotos, quanto às novas exigências de itens de seguranças.
Winik confirma tudo;
- Orlando perdeu outra, na tomada de tempo para uma das provas, circuito da Boa Vizinhança-RS, seu tempo foi igual à de piloto de Porto Alegre, concordaram resolver no cara/coroa, Orlando escolheu coroa e perdeu. A moeda tinha duas caras. Anos depois, ele ficou sabendo da 'marmelada';
- Antoninho Burlamaque, residiu em Passo Fundo entre 1943 e 1948, trabalhava com o irmão Ari Burlamaque, dono da concessionária GMC: Cadillac, Buick, Oldsmobile e Pontiac, onde conheceu entre outros, os pilotos de carretera e naturalmente, já foi 'contaminado' pelo vírus da velocidade.
Mudou-se para Caxias do Sul-RS e agora, sócio do Ari inauguraram a Auto Palácio Revenda GMC. As plantas da construção civil vieram da GMC dos Estados Unidos.
- Antoninho Burlamaque em 1950, por ocasião da prova Automobilística da Festa da Uva, adaptou um Oldsmobile 1950, novo do ano, para disputá-la, contra as carreteras inscritas.
No treino de adaptação, um pneu dianteiro estourou e o carro desceu um barranco. Depois de marteladas pra cá e pra lá, o Oldsmobile disputou a prova, entrando em 7º lugar. Drama maior viria depois, o Oldsmobile era do João Burlamaque, da concessionária Chevrolet de Guaporé-RS, irmão mais velho.
Em seguida, Antoninho adquiriu a carretera Ford do Alcídio Schröeder, com qual disputou algumas provas, sempre com problema de superaquecimento do motor que tentou resolver com a instalação de uma serpentina de canos d'água, por cima da capota, ligada ao radiador.
Agradeço aos meus queridos mãe e pai Jucélia Anna e Nelson M. Rocha a colaboração neste artigo.
Graziela Marques da Rocha
Passo Fundo-RS
Amigo Rui,
ResponderExcluirMais uma vez, parabens pela otima matéria. Espetacular, nada como nos Tempos das Carreteras.
Abs,
Fernando
Parabéns pelo trabalho de resgate da história das carreteiras.Vivenciei quando menino, as acirradas disputas na Av.Brasil em Passo Fundo.´Hoje, é um privilégio ter o sr.Daniel Winik como amigo!
ResponderExcluirObrigado Fernando e Jaime.
ResponderExcluirJaime mande por favor um forte abraço ao Sr Winik e se vc tiver algo que queira nos contar estou à disposição.
Abs
Rui
Olá Rui,
ResponderExcluirDiferentemente das corridas de formula 1,onde o público fica nas arquibancadas,ao longo do percurso das carreteiras,(ruas e avenidas)a adrenalina era bem maior.A cada volta,uma emoção diferente com o torcedor vibrando até o final."Baratinhas de Madeira"eram moldadas em marcenarias num pedaço de caibro,com eixos(cabos de vassouras),molejo feito com cintas metalicas das antigas caixas de mercadorias,e rodinhas de madeira.Após receber a pintura, eram numeradas de acordo com a carreteira preferida.Finalmente um barbante era amarrado no eixo e estava pronta para corridas entre a piazada.Quem puxava mais rápido,num percursso de aproximadamente dez metros, era o vancedor.(valia o preparo físico).Acredito que alguns ainda tenham este brinquedo,que era o máximo!Um forte abraço,
Jaime Freitag -Passo Fundo RS -
Obrigado Jaime. Belas lembranças, logo vou mostrar mais carreteras e a vitória de Orlando nos 500 KM de P. Alegre.
ResponderExcluirUm abraço
Rui