A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

terça-feira, 2 de abril de 2019

Silverstone 1951, Froilan Gonzalez vence a primeira corrida da Ferrari na Formula Um

                   
      O Touro dos Pampas-largando na pole!
O beijo da vitória!
A Quadriculada!
Pilotando a Ferrari 375 ao seu estilo...forte! 


 Conhecemos a Ferrari por suas inúmeras vitórias na F1, mas a 1ª vitória na categoria veio só no segundo ano de participação. Enzo Ferrari foi um piloto de relativo sucesso chegando à vencer várias corridas inclusive dois GP de Módena em 1927 e 28 pilotando para Alfa Romeo. Logo depois montaria sua Scuderia Ferrari e com ela representar a marca Alfa Romeo nas pistas, e como representou! Por sua equipe passaram os maiores nomes do automobilismo da época, Antonio Ascari, Gigi Villoresi, Achille Varzi, Rudolf Caraciola, Luigi Fagioli, Giuseppe Campari, Compagnoni, Pintacuda e o grande Tazio Nuvolari. Esta equipe ganhou de tudo representando a Alfa e mesmo depois da saída de Enzo continuou ganhando, sendo a Alfa Romeo talvez a maior vencedora de corridas de todos os tempos, superando inclusive a Porsche, à conferir. No começo da década de 1940 Enzo se desliga da Alfa Romeo, existia entre ele e o engenheiro chefe Wifredo Ricart um antagonismo latente, dois temperamentos difíceis, dois gênios do automobilismo. Tendo Ricart anos depois ao fim da segunda guerra, feito na Espanha um dos mais espetaculares carros esportes da época, o Pegaso, dá para ver que a richa continuou. Quando saiu da Alfa, por força de contrato Enzo não podia usar o nome Ferrari, então sua equipe chamava-se Auto Avia Construzione e apesar de competir com o antigo patrão e vencer às vezes, ainda não tinha todo esquema da antiga equipe. Ai veio o novo campeonato de viaturas GP, a F1, e a Alfa Romeo com seus carros já amplamente testados em corridas venceu os dois primeiros campeonatos, em 1950 com o grande piloto de outrora Giuseppe Farina e em 1951 com aquele que por anos viria ser o ícone da categoria, o nome àa seguir.... Juan Manuel Fangio.
No dia 14 de Julho de 1951 no GP da Inglaterra, em Silverstone, viria acontecer a vitória que mudaria o rumo da F1, pista de altíssima velocidade, onde os grandes pilotos se destacam, tanto que esta pista até hoje é conhecida como Dasilvastone, por conta de um certo brasileiro chamado Ayrton que por lá barbarizou na FF e F3. Neste 14 de Julho tinha um touro no caminho. A Alfa com "apenas" seu time completo, Giuseppe Farina, Juan Manuel Fangio - a caminho de seu primeiro título - Bonetto e Sanesi e a Ferrari "somente" com Alberto Ascari, Gigi Viloresi, e o " Touro dos Pampas " Froilan González. A Alfa com seu motor beberrão de 8 cilindros 1.500cc comprimido e a Ferrari com seu V12 de 4.494cc aspirado, por esta época este motor tinha uns 375cv contra os mais de 420cv das Alfas, mas era bem menos beberrão, tinha sido projetado por Aurelio Lampredi que substituíra Gioachino Colombo como projetista da casa de Marannelo. O primeiro piloto da Ferrari era o grande Alberto Ascari, filho de Antonio, morto em um acidente quando liderava o GP da França em 1925. Mas quem fez a pole nesta corrida foi o Touro, a seguir a ordem de largada.
Pole F. Gonzales 1.43,4 - Ferrari
2º J. M. Fangio 1.44,4 - Alfa Romeo
3º G. Farina 1.45 - Alfa Romeo
4º A. Ascari 1.45,4 - Ferrari
5ºL. Villloresi 1.45,8 - Ferrari
6º C. Sanesi 1.50,2 - Alfa Romeo
7º F. Bonetto 1.52 - Alfa Romeo
Grid composto de 20 carros.
Como se vê era o dia dele, colocar 1s em cima de Fangio a caminho de seu primeiro titulo, e ainda por cima seu concorrente desde os tempos da Argentina, e 2s no rapidíssimo Alberto Ascari talvez o piloto mais rápido de sua época.
Na corrida Bonetto largando da segunda fila com Alfa tomou a liderança, para antes do fim da 1ª volta ser devorado por Froilan e Fangio que seguiram lutando pela ponta, com o Touro em 1º, pela décima volta Fangio assume a ponta, mas a luta continua renhida, pela metade da prova, Froilan toma de novo a ponta, e quando Fangio entra nos boxes, volta 45, para reabastecer a gastona Alfa, seu adversário abre 1m30s de vantagem. Quase ao final a Ferrari do Touro tem que fazer uma rápida parada para reabastecer, mas nem com isto perde a ponta, e vence corrida batendo Fangio por 51s e os dois chegando a simplesmente duas voltas na frente de Gigi Villoresi o 3º e quatro à frente de Bonetto o 4º.
Nos relatos que leio desta corrida, desde minha adolescência, todos dizem que a luta entre os dois Argentinos foi espetacular, os dois andando no limite desde a 1ª volta até o final. Froilan González foi o nome do dia, ainda por cima deu à Ferrari sua primeira vitória na F1, só que ainda não era a vez da Ferrari ser campeã do mundo, depois de Silverstone Fangio partiu firme para conquistar seu 1º titulo. Froilan ganhou mais uma corrida do mundial de pilotos, também em Silverstone, em 1954, e competiu ainda algum tempo na F1 e depois voltou para Argentina. Em 1971 ou 72 eu estava nos boxes em Interlagos, e alguém me disse de um senhor sentado em outro box é o Froilan, eu com vergonha não lhe pedi um autógrafo, seria uma relíquia, do "Touro dos Pampas" o homem que naquele 14 de Julho deu a 1ª vitória à Ferrari e bateu ferozmente os melhores pilotos da época.


NT. Ele preparou muitos Opalas para alguns pilotos no Brasil, inclusive do pernambucano Antonio da Fonte, e correu na Copa Sul-Americana de 1960 em Interlagos e ganhou uma corrida em Interlagos em 1958. Curioso que participou do ultimo GP da Argentina da fase romântica, em 1960.

texto Caranguejo - link




Agradeço meus amigos Carlos de Paula e Caranguejo.

Rui Amaral Jr

            Foto Ferrari - link

Abaixo o texto da Ferrari.

"14 Lug 1951

Il 14 luglio 1951 si metteva uno dei primi mattoni della grande storia Ferrari. Nel Gran Premio di Gran Bretagna, l’argentino José Froilan Gonzalez otteneva la prima vittoria in Formula 1 per la Ferrari.( 14 de julho de 1951 era colocado um dos primeiros tijolos da grande história da Ferrari. No GP da Inglaterra, o argentino José Froilan Gonzalez, obtinha para Ferrari a primeira vitória na Formula Um.) 

L’argentino, a Silverstone, conquistò la pole position in 1’43”4 battendo di un secondo e un secondo e mezzo le Alfa Romeo di Juan Manuel Fangio e del campione del mondo Giuseppe Farina. In gara fu Felice Bonetto con la Maserati a conquistare la prima posizione ma Gonzalez poco tempo dopo riuscì a riprendere il comando della corsa.. ( O argentino, conquistou a pole em Silverstone com o tempo de 1`43``4 colocando um segundo e um segundo e meio sobre as Alfas de Fangio e do campeão do mundo Giuseppe “Nino”” Farina. Na largada Felice Bonetto de Maserati tomou a ponta, para logo à seguir Gonzalez retomar o comando da corrida.)    

A quel punto iniziò un testa a testa estremamente vivace con Fangio. I due si scambiarono a più riprese la posizione. Poco dopo metà gara entrambi i piloti rientrarono ai box per il rifornimento e Gonzalez, rispettando le gerarchie, offrì la propria vettura ad Alberto Ascari, che era stato costretto al ritiro. Ascari si rifiutò di interrompere la cavalcata dell’argentino e gli fece segno di continuare. Quasi caricato dal fatto di poter continuare, José dopo la sosta riuscì a staccare Fangio conquistando la prima vittoria per la Casa di Maranello. La festa venne completata dal terzo posto di Villoresi.".(Começa à esta altura uma disputa renhida entre Gonzalez e Fangio pela ponta. Pouco depois da metade da corrida Gonzalez entra no Box para reabastecimento, e respeitando a hierarquia da equipe oferece seu carro à Alberto “Ciccio” Ascari que se retirara por quebra. Ciccio não quis interromper a grande atuação do argentino e recusou a oferta. Contente por poder continuar, logo à seguir ataca Fangio e conquista a primeira vitória para Casa de Maranello. A festa fica completa com a terceira colocação de Villoresi.)
       


segunda-feira, 1 de abril de 2019

Il primo successo di Juan Manuel Fangio con il Cavallino Rampante


 Foto Ferrari 


“Il 22 gennaio 1956 si disputò a Buenos Aires il Gran Premio d’Argentina, prima prova del Campionato del Mondo di Formula 1 di quell’anno. La Scuderia Ferrari si presentò all’appuntamento con tre D50 – le vetture ereditate dalla Lancia ed aggiornate da Maranello – una 555 F1 dotata del motore 4 cilindri e una 555 F1 equipaggiata con l’8 cilindri. Juan Manuel Fangio, Luigi Musso, Eugenio Castellotti, Peter Collins ed Olivier Gendebien si alternarono nelle libere e nelle qualifiche su tutte le vetture a disposizione in modo da potersi garantire la possibilità di usarle anche in gara, una prassi allora consentita e che sarebbe poi risultata decisiva in gara.”
22 de janeiro de 1956 foi disputado em Buenos Aires o Gp da Argentina, primeira etapa do Campeonato Mundial de Formula Um daquele ano. A Escuderia Ferrari com três D50 – o carro herdado da Lancia e atualizado por Maranello -, uma 555 F1 com motor de quatro cilindros e uma 555 F1 com o motor de oito cilindros. Juan Manuel Fangio, Luigi Musso, Eugenio Castellotti, Peter Colins e Olivier Gendebien se alteraram nos treinos livres e na classificação na condução de todos carros disponíveis, de modo que durante a corrida qualquer piloto pudesse pilotar os carros, uma pratica permitida na época e que mais tarde seria decisiva na corrida.   


“Infatti Fangio, al suo esordio nel Mondiale con la Scuderia, partì sì dalla pole position ma poi fu presto costretto al ritiro a causa della rottura della pompa della benzina (giro 21). In quel momento era in testa la Maserati di Menditeguy al compagno di squadra Moss e alle Ferrari di Castellotti e Musso. Il box di Maranello decise di chiedere a quest’ultimo di fermarsi per mettere al volante della sua monoposto Fangio. L’argentino incappò poco dopo in un’uscita di pista che gli fece perdere tantissimo tempo, tanto che il leader della corsa arrivò quasi a doppiarlo. La furbizia del campione in carica trasse in inganno Menditeguy che, nel tentativo di rimanergli in scia, finì a sua volta fuori pista senza però la possibilità di ripartire. La rimonta di Fangio proseguì inarrestabile fino a portarlo al secondo posto: l’argentino cominciò a mettere sotto pressione il nuovo leader Moss e la sua vettura, che cedette al settantesimo dei 98 giri costringendo l’inglese al ritiro. Fangio poté così avviarsi al suo primo successo con la Rossa in Formula 1, da condividere peraltro col compagno  di squadra Musso, il cui sacrificio fu determinante. Delle altre Ferrari solo l’ibrida di Gendebien riuscì ad arrivare al traguardo, classificandosi al quinto posto, l’ultimo all’epoca valido per l’assegnazione dei punti.”
De fato, Fangio em sua estréia no Campeonato Mundial pela equipe, apesar de largar na pole, precisou re retirar na volta 21 por problemas na bomba de combustível. Nesta altura a Maserati 250F de Menditeguy, companheiro de equipe de Moss, estava na ponta, seguido de Castellotti e Musso, ambos de Ferrari. Neste momento o Box da Ferrari decide que cabia à Musso ceder seu lugar à Fangio. Logo após assumir Fangio deu uma escapada e quase o líder coloca uma volta sobre ele. O campeão logo à frente de Menditeguy começa à andar muito rápido e este na ânsia de o seguir acaba saindo da pista. Fangio voltou implacável, andando muito forte logo fica no segundo lugar agora perseguindo Moss o novo líder, que abandona a corrida na volta 71 após andar muito forte tentando segurar o argentino. Fangio pode assim avançar para sua primeira vitória com a Rossa na Formula Um, dividindo essa vitória com Musso cujo sacrifício foi fundamental para a conquista . Das outras Ferrari apenas a hibrida de Gendebien chegou aos pontos classificando-se em quinto lugar, o último que na época contava pontos.

NT: A melhor volta da corrida foi de Fangio, 1`45``300 na volta 42.

Fangio
Castellotti
Colins
Musso
Até o grande piloto/jornalista Paul  Frere pilotou a D50 para Ferrari, aqui em Spa, quando foi segundo na vitória de Colins.
_______________________________________________________

 Desculpem alguma incorreção em minha tradução, hoje quando recebi o e-mail da Ferrari contando sobre a corrida de Bahrain entrei como sempre faço no link que conta a história da equipe e como sempre fiquei fascinado pelo relato da primeira vitória de Fangio com equipe Ferrari na Formula Um.

Na verdade a D50 era uma obra prima de Vitório Jano para a Lancia, que depois da quebra ofereceu seus carros à Ferrari.




Sobre a temporada de 1956 o Caranguejo escreveu “Fangio e a Esquadra Primavera” um excelente texto sobre a temporada.



 Rui Amaral Jr   

sexta-feira, 29 de março de 2019

Velox TV

LINK


quinta-feira, 28 de março de 2019

CanAm 1969...

Foto Jim Witkewski - Os papões...Hulme e Bruce, McLaren M8B Chevrolet V8 7.003cc
 Big John Surtees - Chaparral 2H Chevrolet V8 7.003cc

Foto Larry Fullhorst
Foto Bert Leanburg - Chris Amon - Ferrari 612P V12 6.227cc
Foto David Kutz
 Outro dia meu amigo Chambel mostrou o carro abaixo em um grupo do Facebook, uma Elva Porsche MKVII que usava o motor do Porsche 904, procurei em vários lugares, inclusive no excelente Racing Sports Cars e nada encontrei.
Questionei sobre aquela carroceria levantada, seria assim mesmo ou um freio aerodinâmico? Um dia encontro algo sobre.
Então pesquisando vi centenas de belas fotos no RSC e resolvi dividir algumas com vocês, desta que foi uma das mais belas categorias do automobilismo.    



Elva Porsche MKVII 

Rui Amaral Jr