A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

José Asmuz por Luiz Borgmann


 José Asmuz em sua carretera.


Olá Rui, boa noite,
Sim o José Asmuz, o Turco, faleceu ontem 01 Agosto, aos 88 anos, sua esposa já havia falecido no ano passado.
Vou aproveitar este momento para enviar a você algumas fotos que havia recebido dele quando fez 80 anos.

Na foto onde aparece o motor da carretera, ele está com o mecânico Homero Zani. Talvez esse seja o motor ao qual o grande Bird Clemente se refere em seus comentários.

Opala D3 de Asmuz. 

Na foto onde aparece a largada das 12 Horas de 1962, realizada no circuito da Cavalhada-Vila Nova, suponho de Asmuz seja este que se dirige ao DKW #23. Nesta mesma foto também se pode identificar o Henrique Iwers , DKW #9, também Antonio Pegoraro no Simca #17. Em outra foto, na mesma prova, o Simca #17 de Pegoraro e Dante Carlan também está sendo perseguido pelo DKW #23.
As fotos da carretera exposta no antigo Museu da Ulbra (já desativado) vê-se que ela foi mantida sem qualquer tipo de restauro desde o abandono das pistas, exatamente como havia participado de sua última prova. Anos depois, foi reativada para participar de uma volta noturna em Tarumã quando Asmuz foi homenageado antes da realização das 12 Horas, a carretera nesta ocasião fumaceou bastante devido ao longo período de inatividade, mas completou o circuito de 3.016m.(matéria do jornal Zero Hora).





Aí Rui um grande abraço, até breve.

Luiz Borgmann

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Algum tempo atrás em conversa com o Borgmann pedi que ele transmitisse ao Asmuz minha admiração e enviasse um abraço. Hoje Borgmann volta nos trazendo assim como o Bird um réquiem ao amigo.

Um forte abraço Borgmann,

Campeões não morrem, apenas sobem e viram História!

Rui Amaral Jr 

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

R.I.P Amon

Clermont-Ferrand 1972- Chris larga na pole com sua Matra MS 120D e despacha...  

Hoje a família de Chris anunciou sua morte ontem vitima de um câncer, avisado por meu amigo Joel Cesetti logo avisei ao Ronaldão Nazar que prepara um tributo digno ao nosso herói.   


Com sua Ferrari  246 na Tasman Series de 1969.

Muitos da nova geração haverão de perguntar dessa admiração nossa por este  grande piloto, já que ele não venceu nenhuma prova da F. Um válida pelo campeonato mundial, apesar de haver vencido duas corridas extra oficiais, Silverstone e Buenos Aires, acontece que ele foi um dos maiores botas do automobilismo mundial numa época em que pilotavam Jimmy, Jochen...tendo inclusive vencido a Copa da Tasmânia à frente de muitos dos botas da F.Um.

Valeu Chris!

Rui Amaral Jr


terça-feira, 2 de agosto de 2016

José Asmuz - 1927-1 de Agosto de 2016


Partiu meu amigo Jose Asmuz

Quando falamos nos velhos tempos da Mil Milhas, das Carreteras nos lembramos do Eloi, do Barão, do Chico Landi, Camilão, da gauchada, Catarino, Bertuol, e tantos outros. Nossa!!! Quantas lembranças... Que saudades... Memorias que não podem se apagar.

Ontem, quando o Ricardo Trein me telefonou de Porto Alegre com a voz triste eu pressenti que vinha a noticia da morte do Asmuz. Vou sentir falta das vezes que ele me telefonava e eu me sentia orgulhoso de falar com ele. É mais um protagonista da nossa história que partiu, e pela figura pitoresca que ele era, deixará muitas saudades. O Emerson se orgulha contando que a primeira vez que andou num carro de corrida foi naquela carretera ao lado do Asmuz.

Que seus caminhos estejam iluminados.

Do amigo de sempre,

Bird Clemente


No Rio Grande do Sul, José Asmuz sempre foi símbolo de competitividade. Amava uma boa disputa e nela se sentia à vontade. Nas pistas, era o grande adversário de Catharino Andreatta nas provas das Carreteras e nos campos, tornou-se dirigente do Internacional, time que sempre dividiu com o Grêmio Futebol Porto-Alegrense, a paixão futebolistica dos gaúchos. Campeão gaúcho de automobilismo em 1963, Asmuz acirrou uma rivalidade com a Escuderia dos Galgos Brancos de Catharino e Julio Andreatta, quando contratou o preparador Homero Zani para cuidar de seu carro. Quando as provas de rua foram proibidas, Asmuz trocou de mecânica: deixou a Ford, que o acompanhava nas Carreteras e passou para a Chevrolet e foi para o Tarumã, o Templo do Sul, competir com Opala na Divisão 3 ao lado do amigo Pedro Carneiro Pereira, com quem havia montado uma equipe. Já dispunham de um carro, mas logo adquiriram um Opala de pedigree, criado por ninguém menos do que Bird Clemente. Na preparação, o fiel Homero. Dedicado e combativo, participou e venceu corridas até fora do estado. Difícil dizer se gostava mais de corridas ou de futebol...
Até a tragédia da perda de seu companheiro Pedro Carneiro Pereira decidir. Naquela primavera de 73, o Turco Asmuz enveredou para os lados do futebol onde continuou com o mes
mo sucesso. Claro, paixão antiga não se esquece de repente e volta e meia era citado ou homenageado pelos automobilistas. Um homem de dois mundos, dois amores e que se uniram para lamentar sua partida.

Até mais ver.


Caranguejo


 Nos 500 KM de Porto Alegre...
...a disputa com Catharino.

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Campo Grande Terra dos Coroneis. Por Pedro Garrafa

 Pedro


Prezado amigo Rui

Já faz um bom tempo que não lhe escrevo nem lhe envio nada, mas hoje me veio inspiração para lhe contar um breve  "Causo"que aconteceu comigo quando comecei as negociações para iniciara a Categoria Speed 1600 em Campo Grande-MS.
Não preciso nem dizer das dificuldades que foram para se conseguir implantar tal categoria nessa cidade, mas o importante foi que consegui, portanto eu vou contar em poucas palavras e resumindo um pouco toda a historia que me envolveu nisso.
Em meados dos anos 2001 e 2002,comecei as negociações com a Federação local, que por sinal verdade seja dita, pessoal altamente educado e atencioso, sinônimo de profissionalismo e competencia, fui tão bem recebido e bem tratado, que me sentia como se estivesse em minha propria casa, posteriormente ganhei até uma menção de reconhecimento concedido pela Camara dos Vereadores locais.Tudo acertado para iniciar-mos a categoria Speed 1600, tive a dificil , porem agradável missão de vender os carros para os pilotos interessados,o que parecia urubu em cima de carniça, pois eu particularmente não dava tempo nem conta de arrumar tantos carros para venda ao pessoal que queria participar da categoria, mas como tudo o que é bom dura pouco a minha mamata logo foi sendo diminuída com a concorrência de outros preparados que logo descobriram a minha galinha dos ovos de ouro, dai por diante as coisas foram ficando mais difíceis, pois a concorrência tornava-se até desleal, mas para mim foi até que recebida com bom grado, pois estava muito difícil eu atender a procura de tantos carros, a demanda estava menos que a procura.





Pedro com seu filho Diego ao volante. 

E foi ai que me aconteceu uma historia até que hilaria, porem na época me deixou bastante preocupado.
Como eu estava com minha sede em Londrina -PR , ir até Campo Grande-MS não era tão perto nem tampouco tão longe levando-se em consideração a distancia de São Paulo a Campo Grande, cerca de mais de 1.200 kilometros, porem a distancia de Londrina até Campo Grande chegava ser por volta de mais de 750 kilometros de estradas difíceis, perigosas e intermináveis, alem de pouco habitadas, pois se acontecesse qualquer problema com o carro de transporte e carreta, o socorro era bem difícil e sofrível.
Logo nas primeiras viagens a missão mais difícil era encontrar um caminho que melhor oferecia condições de se chegar a Campo Grande com o equipamento e carros inteiros, pois as estradas eram pessimas e os caminhos alternativos eram vários, e assim a viagem alem de ser cansativa tornava-se uma verdadeira aventura, e foi assim que me aconteceu o alvo desta narrativa.Em uma viagem para levar um carro que já estava vendido a um senhor que eu vou afetuosamente denomina-lo de CORONEL, eu fiz um caminho alternativo e fui sair em uma determinada parte do caminho na beira do Rio Paraná, mais conhecido como Paranazão, e como mostra em duas fotos postadas, aonde estou carregando na carreta um Speed 1600 AMARELO....e assim sendo nós teríamos que fazer a travessia pela balsa,para chegar-mos a  divisa de Estado entre Parana e Mato Grosso do Sul, isso sem contar que o fuso horario  em Mato Grosso é diferente do Paraná e São Paulo, resumindo aguardamos anciosamente a travessia da Balsa a beira do caudaloso e gigantesco rio Paranazão, na cidade que eu nem lembro mais o nome, mas era próxima de uma cidade chamada Nova Londrina, porem o que interessa é que depois de uma longa espera , pois a balsa só fazia a travessia em determinados horarios, e ainda por cima tinha-mos que aguardar que a mesma atingisse lotação quase que total, senão ela não poderia partir para a travessia,mas tudo bem , chegou o tão esperado momento da travessia, nas águas revoltas e turbulentas do Rio Paranazão.




Feito a travessia fomos deixados do ouro lado da margem a beira de uma estradinha de terra que mais parecia uma estrada vicinal de uma fazenda, portanto estava-mos eu e meu mecânico apenas com minha caminhonete, a carreta e o Speed AMARELO, perdidos num solo desconhecido, com fuso horario diferente, sem nenhuma placa de orientação, sem nenhuma viva alma que pudesse dizer aonde nós estava-mos e sem nenhum conhecimento do destino a seguir.Mas acho que naquele momento DEUS teve misericórdia de nós e nos mandou que seguisse-mos em frente, e assim o fizemos....porem quando já tinha-mos percorrido mais  de  50 kilometros, pela aquela estradinha de terra vermelha que doía até os olhos, eis que à nossa frente vemos uma nuvem mais vermelha ainda se aproximando de nós....eu até pensei na hora...será que estamos entrando no inferno sem saber e sem merecer? porem para nosso consolo, quando a nuvem nos atingiu, vimos que não era apenas uma simples nuvem de poeira vermelha, era uma" boiada interminável" que se dirigia contra nós....não precisa nem dizer o medo e o sufoco que passamos ao enfrentar aquela "boiada" bem a nossa frente e contra nós, só faltou os bois subirem em cima do capô da minha caminhonete, e eu fiquei estarrecido e imobilizado com a mão travada na buzina os faróis todos acesos, e o motor acelerado......foi uma eternidade não acabava mais de vir tanto boi na minha frente, eu nunca tinha visto ou passado por coisa semelhante, mas depois de uma agonia de mais de 30 minutos a boiada passou e eu nem sai para fora para ver o prejuízo, também não dava para ver nada, pois o carro, quero dizer os carros e a carreta tinham simplesmente mudado de cor, agora em vez das suas cores naturais ele eram todos marrom.
Mas mesmo ganhando essa nova cor continuamos a viagem sem saber para onde iria-mos, eu creio que estava-mos simplesmente perdidos sem rumo, mas essa agonia durou só mais 20 kilometros, pois após termos percorrido mais de 75 kilometros nessa dura estradinha eis que surge uma luz no fim do tunel....a civilização....que alegria para nós, que já nos considerava-mos perdidos.
Fomos adiante, pois tinha-mos a missão de entregar para o futuro comprador o Speed AMARELO, só que tinha um pequeno detalhe, será que o Coronel vai gostar da cor nova do Speed?eu acho que ele não iria gostar, então passamos por um posto de gasolina e pedimos para que o frentista lavasse os carros, para pelo menos chegar-mos nas cores naturais deles, e assim foi feito, não sei se foi uma boa ideia, pois a lavagem não ajudou muito, mas fomos adiante, depois de centenas de kilometros percorridos, estava-mos chegando a Campo Grande e nos dirigimos ao endereço do CORONEL para fazer a entrega do tão esperado Speed AMARELO, que nesse momento já não era tão amarelo como pretendia-mos.Foram momentos de tensão, pois sabia-mos que o CORONEL era uma pessoa muito exigente, mas não tinha-mos outra saida ou enfrentava-mos a fera ou voltava-mos para nossa casa.Mas a ousadia e a coragem tomaram conta de nós e fomos adiante.Finalmente chegamos ao endereço do CORONEL, que demorou um bocado para nos atender, mas finalmente ele aparece, com aquela pose de General e não mais de Coronel, nós trememos as pernas, pois ele veio a nós como um furacão,nem nos comprimentou, deu uma volta na carreta, olhou de uma forma surpreendentemente furioso, e nos fez a seguinte pergunta: FOI ESSA MEEERDA QUE VOCES ME TROUXERAM??????
Pronto a casa e nós caimos, pensei até que seria-mos presos......e para piorar ele não quis ficar com o carro, batemos boca, tentamos explicar-lhe por tudo o que passamos, mas ele não quis conversa e nos tocou dali como se fosse-mos dois bandidos....
Mas como eu sou uma pessoa muito persistente, não desisti e como tenho sempre DEUS a meu lado, parti sem rumo , sem conhecer a cidade, pensando o que eu faria com aquele carro supostamente amarelo, não foi preciso eu andar muito, e para minha surpresa fui abordado por um rapaz que pediu que eu parasse pois ele pretendia ver o carro, moral da historia ....não só vendi o carro para o rapaz como ganhei um amigo em Campo Grande......só por DEUS mesmo.

Pedro Garrafa

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Você precisa escrever mais Pedrão, seus textos são ótimos, imagino tudo que passou!
Um abração meu amigo e obrigadão.

Rui Amaral Jr