A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

quinta-feira, 24 de março de 2011

PAPO AGRADÁVEL

Ontem no Skype bati um papo gostoso com o Carlos Jaqueire e seu filho Fábio, falamos de muitos amigos que temos em comum no automobilismo e motociclismo. Uma conversa de quem se conhece a mais de quarenta anos, apesar de não nos conhecermos pessoalmente, mas são tantos os amigos em comum que  parecia que estávamos lado a lado tricotando. Carlos tem uma bela história de vida e uma família unida e querida. No final da noite recebi do Fábio e do Pedro Garrafa algumas fotos do autódromo de Cascavel que seria para o post em que o Pedro conta uma volta por aquela pista pilotando um Divisão 3. Então para contar a todos da agradável conversa e das histórias de seu pai que o Fábio ficou de enviar mostro as fotos de Cascavel.  Um forte abraço a todos.




  

Stock




Olá, moçada!

Todos nós que gostamos e acompanhamos o automobilismo de competição, já vimos pilotos rápidos despontarem no cenário nacional e internacional, e se tornarem grandes promessas. Muitas que não se cumprem. Não é o caso do Thiago Camilo. Desde que começou na Stock Car, já mostrou muita rapidez e coragem, fazendo grandes ultrapassagens e dividindo a pista palma a palmo com os seus muito mais experientes adversários.
Mas o que eu quero aqui destacar, além da óbvia competência do Thiago Camilo, é o fato de que ele começou sua carreira no automobilismo, já na categoria Stock Car light, isto é, sem nunca pilotar carros de fórmula, nem muito menos correr fora do Brasil. Embora não tenha experiência internacional Camilo é um dos melhores pilotos do automobilismo contemporâneo. Como já disse em outro oportunidade, Camilo é filho legítimo da Stock Car!


Essa primeira etapa da Stock Car V8 que aconteceu em Curitiba (20/03), com a brilhante vitória de Thiago Camilo, também serviu como abertura da WTCC - World Touring Car Championship (Campeonato Mundial de Carros de Turismo), teve o condão de demonstrar o desenvolvimento do automobilismo brasileiro, tanto na tecnologia dos carros quanto na dos pilotos.

Os nossos carros da Stock Car V8 são infinitamente mais bonitos, rápidos e bravos que os carros da WTCC, que parecem os carros da Stock Car de 25 anos atrás, com pequenas rodas aro 15. Não importa se o regulamento foi concebido desta forma, o que importa é que na comparação, o que é natural, eles perdem de longe para os nossos carros.


Por outro lado, os nossos pilotos são muito mais técnicos e arrojados que estrangeiros que disputam o WTCC. Os carros não fazem nenhum barulho, porque são turbo, tem as rodas muito pequenas e os pilotos são extremamente comedidos, com raríssimas ultrapassagens. Chegam até a demonstrar certa ingenuidade na defesa de posições.
O que pude ver na corrida do domingo, bem como os chefes de equipe da BMW, que estavam do meu lado no alambrado, foi uma vitória espetacular do Thiago Camilo, que largou lá de trás e teve inteligência e maturidade para não se envolver em nenhuma confusão, imprimir um ritmo fortíssimo sem estragar os pneus e vencer brilhantemente a primeira etapa do campeonato, correndo por outra equipe.
Camilo provou que o bom piloto pode vencer na sua estréia em outra equipe (RC Competições), mesmo que sem o melhor carro e que nessa nova casa já existam dois pilotos campeões, como é o caso de Ricardinho Maurício e Max Wilson.
A Stock Car confirmou que não deve nada a nenhuma categoria internacional e o Thiago Camilo provou que está maduro e pronto para conquistar o seu primeiro título de campeão. É isso aí. Até a próxima.

PAULO VALIENGO Comunicação e marketing MTb 56052


quarta-feira, 23 de março de 2011

CASCAVEL por Pedro Garrafa


Pedro largando na pole em Cascavel.



Caro amigo Rui

É impossível não atender a um pedido seu.Só que dessa vez será a descrição de uma volta com um HOT FUSCA, ou como muitos conhecem um DIVISÃO 3  no Circuito de Cascavel no Paraná, que na época dos Hot Fuscas, sediava as provas e o campeonato, e convém lembrar também, que naquela época o Circuito de Cascavel era considerado a 2º pista mais veloz, sendo superado apenas pelo também tradicional Circuito de Tarumã no Rio Grande do Sul, que era e ainda é a pista mais veloz do Pais.


Torna-se importante frisar, que essa descrição refere-se obviamente ao que  tínhamos na  época e foi baseada nas condições de pista e do carro utilizado naquela  mesma época, portanto poderá variar para os dias de hoje, aonde os carros tem muito mais desenvolvimento e tecnologia.
Os hot fuscas ou divisão 3, como queiram chamar, eram verdadeiras usinas de força sem nenhuma tecnologia, portanto contava-se muito com o talento e estilo de pilotagem de cada um, pois não tínhamos na época todos os aparatos eletrônicos dos dias de hoje,nem lep tops, para acertos e comportamento dos mesmos, tudo era acertado na raça, ou melhor no braço do piloto, e no ouvido do preparador, que era muito importante, pois para acertar os quatro canecos dos carburadores Weber 48, tinha que ser especialista, ou melhor ter um ouvido afinadíssimo como um maestro, pois acertava-se pelo barulho do escapamento, que por sinal também era uma verdadeira sinfonia para os que gostavam, e um pesadelo para os que estavam por perto, pois o barulho que os mesmos faziam era ensurdecedor, traduzindo era coisa de louco, porem uma sinfonia para os pilotos.Para entenderem melhor farei aqui uma simples comparação, apenas para confrontarem as diferenças de potencia de um para outro: um Speed 1600, atinge seu giro maximo em torno de 5.800 rpm ou 6.000 rpm, ai acaba o motor, já num hot fusca a carburação só começa a limpar após os 5.600rpm ou 5.800 rpm, portanto ele só começa a andar verdadeiramente quando acaba um e começa outro, quero dizer que só limpa depois de atingir esse giro, e atingia um giro maximo de 8.500 rpm até 8.700 rpm, dependendo do equipamento usado.


Motor ligado vamos então para a volta:
-Ao sairmos dos boxes, já temos que sair acelerando e bem forte pois os carburadores weber 48 precisam de alimentação, não dá para sair devagar, assim logo que deixamos os boxes, damos entrada a exatamente a metade da reta de chegada, já temos que estar em 2º ou 3º marcha com o giro lá em cima, quer dizer já temos que entrar na pista bem acelerado, pois temos uma pequena distancia de aproximadamente 300 metros para atingir-mos a curva 1, que é a curva mais rápida do circuito, pois é feita de pé embaixo,e quando entramos nela apenas aliviamos um pouquinho , dando um toque no freio e já voltamos acelerando, pois quem vem pela reta inteira vem num embalo e já esta a aproximadamente  8.500 rpm em 4º marcha(pois na época não podíamos utilizar cambio de 5 marchas, porem alguns utilizavam coroa e pinhão 9:31, feitas especialmente para os D3).
-Após a saída da curva 1 feita em 4º marcha, temos pela frente uma pequena reta com aclive(levemente subindo), motor cheio , giro alto, porem é o momento de respirar um pouco, conferir os instrumentos, e principalmente tomar muita coragem, pois temos pela frente uma das mais temidas e famosa curva dos circuitos brasileiros, que é a Curva do Bacião, isto porque , alem de ser uma das mais extensas curva dos circuitos do Pais, a entrada dela é cega, quero dizer você não vê o chão quando ela está chegando, a visão que temos pela frente é apenas arvores, matagal e barranco, e ainda por cima ela ,alem de ter varias tangencias na mesma curva,o que parece e dá uma sensação de curva interminável, ela te joga para fora, portanto ela tem que ser feita em 3º marcha, e sempre corrigindo para não sair da pista, não dá nem para ver direito o giro que ela é feita, pois na entrada dela o giro está alto, mas temos que frear,e ai parece que a traseira vai te atropelar, pois é muita força, e somos obrigados a reduzir para poder contornar a extensa curva.
-Feita a curva do bacião temos pela frente uma pequena reta, que não dá tempo nem de respirar,continuamos acelerando e já estamos novamente em 4ºmarcha, a um giro aproximado de quase 8.000 rpm,quando entramos no pequeno miolo, temos então uma curva em subida(não me lembro o nome da curva), curva essa de média velocidade, porem pode ser feita em 4º marcha.
-Após a saída dessa curva de média velocidade, temos pela frente um pequeno trecho em curvas quase retas, que dá a sensação de estarmos numa reta, pois já estamos acelerando e o trecho passa bem rápido, que quase não se percebe que são pequenas curvas bem suaves, porem continuamos acelerando e em 4º marcha , atingindo um giro alto de aproximadamente 7.800 rpm, só que temos pela frente uma curva de baixa e ainda por cima bem fechada, o que nos força a uma redução brusca para 3º marcha e uma freiada forte, temos que contorná-la com muito cuidado pois ela nos arremessa para fora quando não atingimos o ponto de tangencia certo.
-Não dá nem para piscar,estamos em frente a entrada dos boxes,e também a curva de mais baixa velocidade do circuito, que é a curva que antecede a reta de chegada, redução fortíssima, o motor sente barbaridade, pois temos que praticamente matá-lo, quer dizer, reduzir demais pois não dá para fazer forte essa curva, que de tão fechada que ela é, que com passar do tempo foi preciso esticar a largura da entrada da reta principal, não dá nem para ver que giro estamos, pois é tão brusca a redução, que o giro cai lá embaixo, porem entramos em 3º marcha, mas logo quando apontamos no inicio da reta já temos que colocar a 4º marcha para aliviar o motor e pé embaixo novamente.
-Estamos na reta de chegada, uma reta boa porem em descida, aonde continuamos acelerando o maximo até atingir-mos aproximadamente 8.500 rpm/8.700 rpm, quando passamos pela frente dos boxes e já temos pela frente novamente a curva 1.....
Notem que é uma pista rápida, e que exige poucas trocas de marchas, porem é fascinante pilotar nela, e não dá vontade de parar.....

25 de Setembro de 1977, Divisão 3, #105 Amadeo Campos, # 57 Arturo Fernandes e a Brasília de Aroldo Bauerman largam para disputa da última prova do campeonato. Amadeo venceu a prova e o campeonato. 

Espero ter traduzido nessas palavras, toda a emoção que é pilotar um Divisão 3 na pista de Cascavel, felizes aqueles que tiveram essa oportunidade....
Abraços a todos....


Pedro Garrafa

terça-feira, 22 de março de 2011

SILVERSTONE 13 DE MAIO DE 1950



George VI rei da Inglaterra e os pilotos, na flecha Stirling Moss com 19 anos.


Domingo começa o mundial de Formula Um, ando um pouco desmotivado para escrever sobre o automobilismo atual, gostei da vitória do Thiago Camillo na Stck e pouco tenho acompanhado mais.

A atual Formula Um está meio esquisita com novidades que sinceramente não aprecio, acredito que se houvesse vontade a categoria voltaria a ser competitiva como antes com ultrapassagens e vários carros vencendo corridas durante o campeonato. Então recebi umas fotos maravilhosas de meu amigo Edgar Rocha e juntando com algumas minhas vou mostra a primeira corrida do primeiro Campeonato do Mundo de Pilotos a Formula Um. O Campeonato de Construtores foi instituído apenas no ano de 1958 e nos dois primeiros campeonatos o regulamento permitia motores de 1,5 litro com compressores - BLOWN - ou atmosféricos de 4,5 litros. 




Primeira fila do grid da Alfa Romeo.
Talbot Lago T26C.
Na largada Fagioli e Fangio na briga pela ponta, ambos de Alfa Romeo.

#6 
David Hampshire  Maserati, #19 Luis Chiron Maserati, 

Yves Giraud-Cabantous (14) Talbot-Lago




A 11ª fila.


Giusepe "Nino" Farina, Alfa Romeo 158.
Luigi Fagioli, Alfa Romeo 158.
Juan Manuel Fangio, Alfa Romeo 158.

 Príncipe Bira -Birabongse Bhanuban- Maserati.
Philippe Etancelin Talbot-Lago T26C.

Acima e abaixo o #15 
Louis Rosier Talbot-Lago T26C.





Cuth Harrison, ERA.
Jonny Claes Talbot Lago T26.
Brian Shawe-Tailor, Maserati 4CL.
David Hampshire, Maserati.
G. Ansell, ERA.


Finda a 2ª Guerra voltaram as corridas de Grand Prix , para o ano de 1950 a CSI órgão responsável pelo esporte motor resolve estabelecer um novo campeonato , seria o 1º Campeonato do Mundo de Pilotos , e a categoria passaria a ser chamada de Formula Um . Pelo regulamento seriam usados os carros que corriam na categoria Gran Prix .
A 1ª corrida do novo Campeonato foi no aeródromo de Silverstone na Inglaterra , este mesmo Silverstone que agora desvirtuado por chicanes o Sr. Eclestone quer tirar do calendário da F.I .
No 1º ano as três principais concorrentes eram equipes que já venciam corridas Grand Prix , a Alfa Romeo , Maserati , e Ferrari . Auto Union já não existia e a Mercedes Bens não tinha condições de competir .


Giuseppe "Nino" Farina.

Em 1950 Nino já estava com 40 anos e iria competir pela Alfa Romeo , equipe que havia abandonado alguns anos antes e que tantas glórias juntos conquistaram . Tinha como companheiros de equipe Luigi Fagioli e a estrela ascendente o Argentino Juan Manuel Fangio . Farina Doutor em Direito e pilotagem tinha como seu grande incentivador e mentor Tázio Nuvolari , que viveu para ver seu pupilo ser Campeão do Mundo .
13 de Maio de 1950 Farina vence a 1ª corrida do novo campeonato em Silverstone com Luigi Fagioli em segundo e Juan Manuel Fangio em terceiro.  
Escrevendo fico imaginando a alegria dos "tifosi" numa época em que a Alfa Romeo era a alegria dos Italianos .




A Princesa Elisabeth deixa Silverstone.

Resultado



Rui Amaral Jr