A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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quarta-feira, 20 de junho de 2012

Pedro Lucas e Pedrão

"Continuando a série de postagens dos momentos inesqueciveis que vivi em minha carreira, propositalmente repito essa foto minha com meu filho Pedro Lucas, que graças a DEUS sofreu um grave acidente, está hospitalizado, mas sobreviveu e passa bem, e amanhã passa por uma cirurgia, portanto peço a todos os meus amigos que puderem fazerem uma corrente de orações, para o pronto restabelecimento dele e consequente recuperação.Fico muito agradecido a todos, e espero que em breve possa estar novamente com meus filhos nas pistas, que sempre foram o nosso mundo e nosso meio de vida.Obrigado a todos e a DEUS principalmente por ter me poupado de momentos mais dificeis...."

Pedro Garrafa

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Força amigão Pedro, estaremos orando por seu filho, um forte abraço.

Rui

quinta-feira, 5 de abril de 2012

A CONSTRUÇÃO DE UM SONHO II

Carlão, de boné seus filhos Nando e Fábio.
Na mureta de box.

Talvez possa parecer repetitivo esse titulo, pois a tempos atrás fiz uma matéria quase com o mesmo titulo, porem o assunto alvo era diferente deste que aqui me referirei.
Quando falamos de automobilismo esportivo, sempre citamos com maior destaque a figura do piloto, as vezes a performance ou a constituição do carro, as vezes a equipe  ao qual o carro e piloto pertencem, e muitas raras vezes citamos com o merecido destaque o PREPARADOR, que sempre é legado a segundo plano e as vezes até esquecido como são os mecânicos. Porem hoje quero dar destaque em especial a um deles, muito embora eu conheça muitos deles e já tenha passando pelas mãos habilidosas de muitos outros deles, farei menção especial e detalhada de apenas um, mas não deixarei de citar outros, que considero de extrema importância em minha carreira, e em minha vida profissional, infelizmente alguns já até passaram para outro nível de existência e com certeza estão no merecido lugar e na gloria juntamente com DEUS, entre esses que eu me lembre citarei alguns que fizeram parte da minha historia, os saudosos Daniel, e o inesquecível Alemão que deixou um legado quase que insuperável e também muitas saudades, e o mais recente que infelizmente nos deixou a pouco tempo atrás, Álvaro Mattos.Outros que fizeram parte da minha trajetória posso citar o meu amigo Custodio que deu inicio a minha carreira, e ao meu grande amigo até os dias de hoje Eduardo Encarnação (vulgo Edu), Sergio Ferrari (de Toledo-PR), Jorge Ueda (vulgo Ueda), Pedro Bala (de SP),  e algum outro que me perdoe, se eu esqueci de citar. Propositalmente não citei um em especial, pois esse será o alvo deste assunto daqui a pouco.


Carlão, seus filhos e mecânicos, de azul Pedro e seu filho Rodrigo. 


Gostaria de lembrar também outros nomes que especificamente não foram meus preparadores, mas também fizeram parte de minha historia os quais foram : Edmar de La Barba,Walter Pardal, Carlinhos Pavim, Rui , Guran, Gadelha, Jorge de Freitas, e o saudoso Alfran. Essa lista é quase interminável, portanto me restringirei apenas a esses citados, e que me perdoem aqueles que eu por ventura esqueci, mas que não deixam de merecer a minha admiração e consideração, portanto a todos em geral, mesmo os que não foram aqui citados, eu quero prestar minha homenagem.
Voltando então ao assunto da ¨Construção de Um Sonho¨, faço agora menção especial, a um preparador que marcou muito a minha vida profissional, e que até os dias de hoje continua como meu preparador e incentivador, claro que vocês já sabem de quem estou falando, trata-se do Sr. CARLOS JAQUEIRE JUNIOR, vulgo CARLÃO. Figura emblemática e carismática, com uma vivencia no automobilismo esportivo desde o começo dos anos 60, quando trabalhou com nomes inesquecíveis e marcantes como Antonio Carlos Avallone, Emerson Fittipaldi, Ingo Hoffman, Fabio Sotto Maior, Luiz Evandro Águia, Minelli, Rafael Guargulio e muitos outros.
Hoje com os seus 73 anos de existência, e vivencia, esse senhor guarda a mesma garra e vontade de um garoto de 18 anos, por isso o titulo de Construção De Um Sonho, vem bem a calhar para esse jovem senhor, que ainda nos dias de hoje, sonha, planeja, idealiza, realiza e executa o sonho de montar, não apenas mais um carro de corridas, mais sim escrever mais uma pagina nos livros de historia do nosso automobilismo, pois historias para contar ele tem de sobra, experiência tem para dar e vender, idealismo então nem se fala, planos tem uma infinidade, motivação chega a transbordar, mas o mais interessante de tudo isso é que ele fala sempre com otimismo, alegria e esperança de continuar sonhando, e executando.Portando cabe a mim e a seus quatro filhos naturais, continuar lutando e trabalhando para que os planos desse jovem senhor não caiam no esquecimento e na frustração. Lembrem-se, que são 73 anos de experiência, e muitos e muitos mais anos de vontade de continuar executando esses planos.
Que essa vontade sirva de exemplo para todos nós, que ao menor sintoma de dificuldades já pensamos em desistir, pois para o CARLÃO, DESISTIR É UMA PALAVRA OU UM ATO QUE ELE JAMAIS CONHECEU.
E para aqueles que pensavam que estávamos acabados, o Carlão manda um recado:
SE VOCE TEM UM SONHO JAMAIS DESISTA DE PERSEGUI-LO E DE EXECUTA-LO.


Creio que com isso possa prestar uma justa homenagem a esse guerreiro e gigante que é o meu amigo CARLÃO.

Pedro Garrafa












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Aproveito o belo e emocionante texto de meu amigo Pedrão, para mandar meu forte abraço ao Carlão, Nando, Chico, Fabinho e a todos dessa maravilhosa família.
E especialmente a meu amigo Chapa.


terça-feira, 15 de novembro de 2011

Conta Pedrão!


 
Amigo Rui
Como já é de praxe sempre que possível, e quando estou inspirado a escrever um pouco, lhe mando algumas palavras, que completam nossa historia sobre o automobilismo que vivemos.
É claro que o automobilismo não se restringe apenas as historias vividas no meio das pistas, pois nos bastidores e nas proximidades delas, se tem muito mais coisas interessantes de se contar.O automobilismo em si, não é feito só daquele momento na corrida, existem muito mais coisas inusitadas acontecendo fora daquele momento, que muitas pessoas não fazem nem idéia. Porem convém aqui contar apenas a parte mais divertida, a parte suja e obscura fica para outra ocasião.
Engana-se quem pensa que fazer automobilismo, é a coisa mais saudável e agradável que pode existir, isto porque o inusitado e o inesperado também ocorrem no dia a dia do automobilista, e situações embaraçosas estão sempre acontecendo mesmo a contra gosto dos protagonistas.
Assim sendo procurarei em rápidas e resumidas palavras contar-lhes uma situação que ocorreu comigo em pleno auge de minha carreira como piloto.


Voltando de uma prova que eu havia participado em Curitiba, pelo Campeonato Paranaense na Categoria Speed 1600, retornando a São Paulo, bem no meio da serra, a qual eu não lembro o nome só lembro que era BR 116, Rodovia Regis Bittencourt, a chamada RODOVIA DA MORTE, não sei porque essa denominação pois não gosto de nada que me lembre morte, desgraça ou acidente, fui protagonista de um acidente estomacal e intestinal, traduzindo tive uma tremenda dor de barriga associada a uma diarréia incontrolável, e como estávamos em plena serra, e nas proximidades não havia um único sequer posto ou banheiro, e como as cólicas estavam tão freqüentes, que eu pude me sentir como uma mulher quando tem contrações pelo parto, só que as minhas eram bem mais perigosas, e colocavam em risco toda a população que viajava comigo, ai então não tive nem escolha nem opção, pedi para meu mecânico que estava dirigindo naquele momento que desse uma paradinha, pois eu precisava ir para o banheiro, ou melhor para o meio do mato mesmo, pois estava correndo grave risco de estragar a viagem de todos, o que fui prontamente atendido, para alivio de todos e principalmente o meu.


Sem muita opção de escolha, ou melhor sem nenhuma opção , corri para o meio do mato, quando avistei uma pequena trilha, achei o lugar ideal para poder me aliviar, pois a situação já estava quase que incontrolável, não pensei duas vezes e ali mesmo parti para o sucesso da OPERAÇÃO, porem quando estava bem no meio da chamada OPERAÇÃO, e na posição estratégica de alivio imediato, comecei a escutar uns barulhos estranhos e que soavam da seguinte forma " TCHA,TCHA, TCHA, TCHA"...intrigado com o barulho, continuei a OPERAÇÃO, porem para minha surpresa de repente quando levanto um pouco a cabeça, vejo bem a minha frente prostrado como uma estatua a uns dois ou três metros de mim, um garotinho que ao trocar de olhares entre ele e eu, o mesmo abriu um tremendo sorriso que até hoje não sei, se foi de gozação ou indignação ao me ver naquela posição e naquela situação. Porem o mais inusitado, foi que após o sorriso do menino, me aparece bem ás costas dele um tremendo de um cara com um mais tremendo ainda FACÃO na mão de aproximadamente uns 70 ou 80 centímetros de tamanho, dai descobri na hora o que era o barulho TCHA,TCHA, logicamente era o facão cantando, naquele mesmo momento não pensei duas vezes , nem fiquei para conferir o tamanho do facão, simplesmente interrompi bruscamente a OPERAÇÃO, quero dizer abortei a OPERAÇÃO, subi as calças, virei as costas e sai correndo.

Entrei assustado no carro e pedi para o meu mecânico que parasse no primeiro posto, e ai fui questionado o porque disso e para que, assim sendo prontamente respondi: É que cagar sem mijar é possível, mas SEM se limpar é horrível.
 
 
 
Essa é apenas mais uma de tantas outras historias que vivemos.....


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É isso Pedrão, quem nos vê nas pistas nunca imagina! Um abraço...  Rui 

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Aventuras de Pedro Garrafa




Quando falo sobre automobilismo, parece que eu me transporto para outro mundo ou fico em estado de êxtase, pois falar sobre um assunto tão amplo e tão convidativo me atrai e me relaxa.
É sempre empolgante relembrar-mos momentos e situações que fizeram parte de nossas vidas e que as vezes alem das alegrias também nos traziam preocupações e até medos.
Em toda a minha carreira automobilística, (a qual eu ainda não me considero aposentado) tive a oportunidade de passar por momentos hilários agradáveis e também desagraveis, porem inesquecíveis, principalmente quando tratava-se dos acontecimentos nas viagens que tive a grata felicidade e prazer de fazê-las pelas pistas e pelo Brasil afora.
Dentre muitas situações que vivi nessa maratona de viagens, uma situação em especial me chama a atenção e me intriga até os dias de hoje, portanto vou de uma forma resumida contá-la aos amigos e leitores deste blog.



Em uma certa viagem que havia feito, para participar de uma prova de endurance do campeonato paranaense, na Cidade de Cascavel, aparentemente tudo correndo bem, dentro da rotina normal que era para mim essas viagens, coisa que eu curtia muito, pois alem da viagem tinha também a prova, enfim era o que eu sempre gostei de fazer, e acho que era o melhor que eu fazia naquele momento de minha vida.
A viagem em si era tudo de bom, pois sentia a liberdade de fugir do catastrófico e violento transito de São Paulo, e também da vida agitada que a cidade nos oferecia, e quando pegava a estrada com toda a tralha de pista e o carro em cima da carreta, era como se eu ganhasse um presente, pois naqueles momentos eu me sentia liberto de toda a agitação da caótica Capital paulista,e na estrada ao som de alguns Cds, que por incrível que pareça quando ouço determinadas musicas da época, como "Fio de Cabelo" , "Confidencias ", "Não desligue o radio", me transporto a esses momentos mágicos.
Durante a viagem alem das musicas que ouvíamos, traçava-mos também os planos estratégicos de cada prova, para que na corrida tudo pudesse correr bem e sem surpresas, o que porem era inevitável, e mesmo a viagem sendo longa e cansativa, não deixava de ser agradável.
Porem vamos ao fato que é realmente alvo desta matéria, que aconteceu na viagem de retorno a São Paulo, após a corrida em Cascavel.






Quando vínhamos de retorno da corrida, depois de umas boas horas de estrada e já também cansados, aconteceu uma coisa inexplicável conosco.Ao entrar na cidade de Londrina, fazendo uma conversão, reparo pelo retrovisor da pick up que só havia na carreta uma parte do protótipo que eu havia feito a corrida, enfim a carenagem principal havia sumido.Tamanha a minha surpresa que parei bem no meio da pista e desci do carro perplexo e assustado. Como poderia ter acontecido aquele desaparecimento da carenagem e só o chassis com a mecânica estava sendo por mim transportado, e como poderia ter sumido a carenagem se tudo era rigidamente amarrado e preso no chassis e na carreta, enfim um verdadeiro mistério.




No momento que foi constatado o sumiço da carenagem, eu perplexo me mantinha estagnado ao lado da carreta , completamente sem ação, e foi ai que nesse momento passou e parou bem perto de mim, um Fiat 147 com duas pessoas dentro e me chamaram dizendo: "Moço o que o senhor perdeu ai , tá lá atraz numa borracharia do lado da estrada".Eu ainda retruquei de uma forma até um pouco grosseira com a pessoa que estava me avisando, dizendo assim " porque então você não me avisou ?", e no mesmo momento veio a resposta: " eu tentei, buzinei, fiz sinal, mas do mesmo modo que a" roupa "do carro voou, o senhor também saiu voando com a caminhonete, e sabe né meu carrinho é um Fiat 147, não deu pra te passar". Mesmo assim então agradeci, fiz o retorno e apressadamente sai a procura da tal borracharia aonde pudesse estar localizada a carenagem do meu protótipo.Só que tinha um detalhe muito importante o "LÁ ATRAZ" , que o rapaz havia me falado ficou a mais de 100 kms de retorno, mas felizmente depois dessa distancia toda percorrida, eis que em um certo momento olhando para o alto de um morro avisto reluzente a carenagem do protótipo, encostada na porta de uma borracharia de beira de estrada, por um certo momento foi um alivio e uma alegria muito grande , porem quando cheguei para resgatá-la,constatei que a mesma estava intacta, sem nenhuma quebra ou qualquer dano.Ao me aproximar da mesma e quando fui apanhá-la para colocá-la novamente no chassis, ouço uma voz vindo de dentro do escuro da borracharia dizendo: "é do senhor esse avião que está ai fora?"....eu prontamente respondi perguntado :é sim porque? Foi então que a voz se apresentou( o qual mais parecia um jogador de futebol americano do que um borracheiro) e disse" é porque eu agora sou o novo dono do avião e se o senhor quiser comprar ele de novo, eu tô vendendo."Estranhei é claro as duas afirmações porque avião e porque teria de comprar a carenagem que já era minha, ai ele prontamente me respondeu : primeiro porque esse avião levantou um vôo e caiu bem no meio da estrada e quase que uma carreta capota e atropela eu que fui pegar e o avião que estava no meio da estrada, então por isso mesmo que estou vendendo de volta para o senhor, pois quase morri pra salvar esse troço....Alegação mais do que justa, porem começava-se ali uma batalha para chegar-mos a um preço justo, que até parecia um leilão pois o primeiro lance pedido foi na época de R$500,00 , e assim seria inviável, portanto conversa vai conversa vem, o tempo passando e nada de acordo, até que em determinado momento dei o lance final, e o borracheiro sentindo que era pegar ou largar acabamos fechando por R$ 20,00 , o que não deixava de ser também uma boa importância na época, pois afinal de contas ele tinha arriscado a vida para salvar a minha carenagem.
Negociação feita e sendo bom para ambas as partes, retornamos a viagem, agora com a carenagem bem amarrada, mas uma questão ficou sem resposta até os dias de hoje, e que por sinal me intriga muito......COMO AQUELA CARENAGEM SAIU DO CHASSIS, PASSOU PELA GAIOLA DA CARRETA, VOOU, CAIU NA PISTA E NÃO TEVE SEQUER UM ARRANHÃO?????..... Sendo que na pista em condições de corrida a carenagem nunca saiu ou se desprendeu do chassis, pois existiam vários pontos de fixação da mesma......Mistério que só DEUS pode explicar.......
PEDRO GARRAFA

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O AUTOMOBILISMO - Pedro Garrafa



Falar de automobilismo é agradável e fácil, porem fazer automobilismo, é que é difícil, e viver do automobilismo é muito mais difícil ainda.
Muitos pensam que para se fazer automobilismo, basta ter um carro, tirar os parachoques, pintar um numero na porta, adesivar o carro todo, e pronto ,já temos um carro de corridas.Mero engano e pura ilusão, pois para se chegar a ter um carro verdadeiramente de corridas, é preciso muito mais, e não basta apenas ter vontade, é preciso ter também muita coragem, não apenas para pilotá-lo, mas principalmente para colocá-lo na pista e mante-lo, o que é o passo mais principal e mais difícil, mante-lo.Hoje em dia pode-se considerar um verdadeiro herói quem consegue essa proeza, pois alem dos custos altíssimos, os obstáculos são muitos, a começar pela obtenção de patrocínio, que é fundamental para o mantenimento do carro, do piloto e da equipe.

Carlos Jaqueire preparador e chefe de equipe e seus auxiliares.


Depois de escolhido o tipo de carro e categoria em que irá participar, parte-se para a escolha dos paramentos que são:macacão,capacete, luvas, sapatilhas, balaclava, isso se considerando o mais básico possível para se iniciar no automobilismo amador.Porem o item muito importante e também muito caro é o da filiação, sem o qual não se pode ir para a pista, independendo ou não participar de campeonatos ou provas eventuais.A filiação o credencia a participar de treinos e provas, independente de se ter feito ou não um curso de pilotagem, porem é muito bom e muito útil quando se pode fazer qualquer tipo de curso para pilotagem, pois nos mesmos é que se descobre que é isso mesmo que desejamos, ou se temos ou não talento para a arte de pilotar.Sim pilotar alem de ser um esporte, é também uma arte, pois não basta ter-se o melhor carro do mundo em suas mãos , se não tiver vocação ou talento para a pratica dessa arte, de nada vale ter em mãos o melhor e mais caro carro da categoria.Enfim para se praticar automobilismo é preciso passar por varias fases de aprendizado e aperfeiçoamento, ter muita convicção de que é isso mesmo que se deseja, ter muito empenho e força de vontade, já que se sabe que serão muitos os obstáculos e dificuldades também para se conseguir o item mais primordial e importante nessa escolha, que é a obtenção do patrocínio.Esse sem duvida será o passo mais difícil em qualquer carreira automobilística, pois a falta dele é implacável e condena muitos excelentes talentos ao ostracismo, quero dizer interrompe ou acaba com a carreira de muitos jovens talentos que aspiram chegar a uma categoria profissional, pois são simplesmente cortados ou substituídos por aqueles que trazem mais recursos financeiros para as equipes.




O universo da carreira automobilística tem muito assunto para ser discutido, e muitas fases para ser abordado, se fossemos entrar a fundo mesmo nesse assunto, com certeza teríamos varias paginas e a matéria ficaria muito extensa e cansativa, por isso vamos por enquanto parar por aqui, mas sabendo que ainda temos varias outras etapas para discutir-mos a carreira no automobilismo, e por sinal são fases bem interessantes que abordam muitos outros itens como : preparação, equipe, campeonatos e muito mais.
Porem cabe dizer aqui uma coisa muito importante para todos aqueles que desejam iniciar-se ou manter-se no automobilismo: tudo que se deseja fazer ou que for efetivamente feito, tem que ser feito com muito gosto(quero dizer amor) pela coisa e muita dedicação, e principalmente muita persistência.Só assim é que se atingirá os objetivos sonhados.Persista sempre acreditando, e jamais pense sequer em desistir, pois 'NÃO HÁ VITORIAS SEM LUTAS'..........

PEDRO GARRAFA

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Hoje com a internet muitos escrevem sobre automobilismo, muita gente comentando o que não sabe nem tem a mínima ideia, alguns que sabem muito se calam e outros que sabem  contam de uma forma séria suas experiências.
Neste texto de meu amigo Pedrão um pouco do que é a dura lida desse esporte, escrito por alguém que sabe e batalhou e batalha muito para manter seu sonho.
Obrigado Pedrão esperamos mais...

Um abração

Rui Amaral Jr  

terça-feira, 14 de junho de 2011

CASCAVEL DE OURO por Pedro Garrafa



Uma das mais tradicionais prova automobilística paranaense era sem duvida nenhuma a Cascavel de Ouro, muito embora o próprio calendário paranaense tenha outras provas tradicionais como as 500 MILHAS DE LONDRINA, e as 3 HORAS DE CURITIBA, que inclusive no passado contou até com a presença de participantes estrangeiros. Inclusive as 500 MILHAS DE LONDRINA, alem de fazer parte do calendário de festividades do aniversario da cidade,encerrava o calendário letivo e era considerada também como uma previa para as famosas MIL MILHAS BRASILEIRAS, que infelizmente não existe mais nos dias de hoje, e que acontecia sempre no incio do ano, também para comemorar o aniversario da Cidade de São Paulo.Mas vamos voltar a falar da Cascavel de Ouro. Uma prova desse porte começa muitos dias antes da data oficial marcada, pois a preparação é intensa e requer muito planejamento, trabalho, esforço e recursos. Porem os dias que antecedem tal acontecimento são dias de graça e muita ansiedade para aqueles que irão participar e trabalhar, pois a emoção de poder participar dessa prova é algo incrível e quase indescritível, principalmente porque , lá estarão carros e pilotos de varias cidades e os mais diferentes tipos de veículos de competição, pois a mesma era aberta a varias categorias do automobilismo nacional, e as vezes tinha até a presença de alguns veículos e pilotos de fora, ou melhor nossos vizinhos argentinos e outros.


Sair de São Paulo, aonde ficava a sede de minha equipe, até Cascavel, era uma distancia bastante considerada, percorria-mos quase 2.500 KM contando ida e volta, o que não deixava de ser uma tremenda aventura, porem super agradável e também cansativa, mas valia o esforço pois quando chegava-mos éramos muito bem recebidos pelos dirigentes e amigos, o que tornava a aventura bastante compensadora.Não bastava apenas chegar, se instalar e já ir para a pista.Semanas antes da viagem já tinhas-mos gasto e queimado bastante combustível em exaustivos treinos para preparação e acertos do carro, com o qual participaria-mos. Não precisa nem dizer que a viagem também era super interessante, pois aonde parava-mos, despertava-mos a curiosidade e atenção de muitos, até dos policiais rodoviários, que em muitas das vezes apenas nos paravam somente para verem o carro de perto, e muitas vezes também retribuia-mos a atenção distribuindo adesivos, bonés e até camisetas. Deixava-mos para traz uma legião de fâs e torcedores, pois muitas vezes também éramos parados na volta pelos mesmos policiais apenas para questionarem sobre o resultado da prova e como tinha sido a corrida.Causava-mos uma certa atenção e curiosidade, pois nosso protótipo alem de ser um carro bastante diferente de um carro normal era transportado por uma carreta aberta o que deixava bem a mostra o veiculo que era transportado.


Já instalados, com todo o material de suporte também descarregado, a próxima etapa era a revisão do carro, para dar-mos inicio aos treinos livres, para acertos de motor, suspensão e aerodinâmica do carro.Se tudo corria bem durante os treinos, o resto era só alegria, e à noite éramos merecedores de um suculento churrasco ali mesmo atraz dos boxes, ou quando não tinha o churrasco e o churrasqueiro para prepará-lo, ia-mos com toda equipe a uma boa e divertida churrascaria.Os papos logicamente eram sempre sobre o comportamento do carro, o rendimento do mesmo, e sobre os demais concorrentes que poderiam ameaçar e andar melhor que o nosso carro.Tinha muita rivalidade na pista, mas também muita amizade e companheirismo fora dela. Isso é algo inesquecível, pois por incrível que pareça ainda ajudava-mos uns aos outros, com empréstimos de peças, pneus e até de mão de obra mecânica, coisa que seguramente não acontece mais nos dias de hoje. Parece que os companheiros de boxes hoje são inimigos mortais, um querendo destruir ou prejudicar o outro só para se eliminar o concorrente. É uma pena, mas infelizmente nos dias de hoje, isso acontece e muito.



Na verdade este texto expressa mais as narrativas de bastidores, do que propriamente a corrida em si, portanto serei bem suscinto ao falar da prova.Toda corrida em Cascavel é um espetáculo à parte, pois alem do traçado ser desafiante é super veloz, e com poucas áreas de escape, outra característica fundamental é a organização da prova feita sempre por pessoas que sabem o que estão fazendo e que gostam do que fazem, tai o sucesso de sempre quando essa prova aconteceu. A organização é fundamental e sempre muito bem feita pelo pessoal do Automóvel Clube de Cascavel, o qual omitirei os nomes, pois corro o risco de cometer injustiça esquecendo de alguém, porem meus parabéns vai no geral para todos indiscutivelmente.

Diego, filho de Pedro no box.
Pedro e Diego.
Nota-se na tomada de ar uma homenagem ao grande Camilão - Camilo Christófaro.
Carlos Jaqueie seus filhos Nando e Fábio e de macacão azul Diego.

A prova é sempre disputadíssima, pois como já disse reúne carros de varias categorias e vários lugares.Sempre um espetáculo, pois reúne gente que está na ativa e alguns que esporadicamente vem abrilhantar e dividir o volante, e também alguns que a gente pensava que já estavam definitivamente aposentados.
Voltando a corrida, como a pista é desafiante e rápida, obviamente que está sujeita a acidentes com maior freqüência.Eu vou relatar um em que fui protagonista:


No decorrer da prova, creio que estava-mos com mais da metade já percorrida, eu participando com meu protótipo Espron, vinha bem e inclusive estava bem colocado, pois tinha uma certa regularidade na prova, o que me permitia também uma boa colocação no grid no momento, mas infelizmente em uma volta ao adentrar no inicio da curva mais temida do circuito, a Curva do Bacião,tive a infelicidade de ter meu pneu dianteiro esquerdo furado, o que me causou uma impressionante rodada e conseqüente vuada, pois o carro não só rodava como também decolava do chão, e eu sentia as raspadas no solo que chegaram até atingir o fundo do meu banco, pois a assoalho, chegou a se desprender por completo, e minha única proteção para evitar o contato direto com o solo era o fundo do banco, causando assim uma sensação incrível de ter os fundilhos do macação se queimando, coisa que felizmente não aconteceu, mas a sensação de calor chegava a assustar, e tinha tambem a agravante que o carro não parava de rodar, creio que foram mais de seis voltas completas,ou melhor os segundos mais longos de minha vida.Foi incrível e custei para voltar ao normal , pois mesmo parado continuava a ver tudo rodando em minha volta,mas felizmente o prejuízo foi só material, pena que não pude voltar a corrida, pois o carro estava bastante danificado e não tinha condições de retorno.Tive que voltar para os boxes de carona no carro de resgate, o que me deixava bastante frustado, pois no momento do acontecido eu estava bem veloz e bem colocado, o carro então estava perfeito, e tinha chances de uma excelente colocação naquela prova, pois quando tudo aconteceu eu estava em 4° lugar na classificação geral. Agora era retornar aos boxes e continuar assistindo o desfecho da prova, depois recolher as tralhas, o material todo, e o que sobrou do carro, e posteriormente seguir viagem de volta, relatando e pensando em tudo o que aconteceu, porem feliz, por estar bem e sonhando com uma outra etapa. Mas corrida tem dessas coisas, e mesmo assim jamais desanimei, e por incrível que pareça, na minha mente já pensava nos preparativos para a próxima etapa da mesma prova que iria acontecer daqui um ano.
Nós que somos amantes dessa arte , temos que ser persistentes sempre, pois só com muita persistência é que se chega a resultados.
Na próxima tem muito mais para se viver e se contar...

PEDRO GARRAFA

O protótipo em exposição.

domingo, 3 de abril de 2011

Uma volta no Circuito de Tarumã com Pedro Garrafa



Caro amigo Rui

Como não poderia deixar de ser um pedido do Rui, para mim, torna-se uma ordem.Olhem só o que ele me pediu:uma volta pela pista de Tarumã-RS, o circuito mais rápido do Brasil.
Vou tentar relatar uma volta com a experiência que tive com os Speeds, pois na época em que corri lá foi exatamente com o meu Speed 1600, ainda com motor a ar.
Fazer uma viagem saindo de São Paulo, para o Rio Grande do Sul, para correr,pode até parecer para alguns pura loucura, ainda mais puxando uma carreta com um carro de corrida, um monte de tralhas como: motor, cambio, rodas com pneus e mais um monte de peças de reserva, percorrer mais de 1.300 kms, só de ida, pois tem também a volta a mesma distancia, e lembrando somente com recursos próprios, quero dizer sem patrocínio nenhum, realmente é só para quem é louco e muito apaixonado pelo que faz e pelas corridas. Não deixa de ser uma emocionante e cara aventura, mas eu fazia isso com o maior prazer (pois tudo o que vi e participei jamais conseguirei esquecer), e também por profissão.Quero dizer, eu conseguia unir o útil ao agradável, pois não só das corridas eu vivia, e sim da venda dos produtos que fabricava e negociava, e também dos carros que montava, isto é, eu fazia de um hobby a minha profissão, e foi assim por um bom e inesquecível tempo, que me levou a conhecer e andar em todos os autódromos do Pais, que existiam naquela época.
Para uma viagem dessas saímos de São Paulo já na madrugada da 3º feira, pois tínhamos uma longa distancia a percorrer, contando também com possíveis imprevistos na estrada, onde praticamente passávamos durante dois dias viajando, com chegada na pista prevista para a 5º feira. Primeiros passos e contatos feitos com a administração da pista e Federação local, partíamos para reconhecimento da pista, alojamento para todo o material e veículos e também hospedagem para mim e equipe.
Para nossa alegria e sorte, o pessoal do Sul em geral, é altamente hospitaleiro e amigável, por isso que lá se pratica um automobilismo INCOMPARAVEL, a qualquer outro estado no Brasil, (não querendo desmerecer nenhum dos outros estados que tive a oportunidade de estar e participar de provas). É que eles tem muita tradição, eles tem o automobilismo no sangue e no coração, igual a eles não existe outros. Digo isso porque,quando da ocasião dessa corrida fomos muitíssimo bem recebidos por todos de lá ( evitarei citar nomes, pois foram tantos e corro o risco de esquecer de alguém), mas tem um que não posso deixar de citar o inesquecível e querido amigo, o preparador Hamiltom, que nos acolheu como verdadeiros irmãos, e também porque eu era o único louco que vinha de São Paulo para participar com eles de uma prova em Tarumã-RS.
Convém lembrar que na época meu Speed, obedecia ao regulamento paranaense, que era bem diferente do regulamento gaúcho, portanto para me enquadrar e ter condições de participar juntamente com os demais, tive que efetuar algumas modificações em meu carro, portanto tive que também tomar emprestado um jogo de rodas e pneus aro 13, pois originalmente eu corria com aro 14.Não precisa nem dizer que o  comportamento do carro tornava-se bem diferente, inclusive até mais rápido, porem não podia fazer muita coisa pois alterava-se também a relação de cambio, que não pude mexer, então tive que me adaptar com o que tinha no momento.
A volta que o Pedro descreve é deste cockpit.
Templo Gaúcho da velocidade.

Vamos então para uma volta na pista mais rápida do Brasil:

-Saindo dos boxes, já adentramos na reta de chegada bem próximos a temida e assassina curva 1 (lembrem-se do Giovanni Salvatti e alguns outros), ainda não temos uma noção de giro nem velocidade, pois estamos começando a acelerar.
-A curva 1 alem de ser longa e de altíssima velocidade, é também desafiante e temida pela maioria dos pilotos, pois no nosso caso (obedecendo as características técnicas do carro utilizado) tem que ser feita em 4º marcha e com o pé embaixo, pois já estamos vindo na reta em descida e no embalo, é só dar uma pequena aliviada, apontar o carro, sentir se está seguro, e cravar novamente o pé embaixo, trabalhando o volante para dentro, pois ela te joga para fora, fazemos ela a aproximadamente 186/188 kms p/hora a um giro de quase 6.100 rpms.
-Breve alivio na reta pequena que antecede a curva 2, só dá para dar uma rápida olhadinha nos instrumentos, e continuamos acelerando sempre em 4º marcha, seguindo para a curva 3, também suave e rápida,e nessa altura com o motor cheio, giro alto a aproximadamente 5.500 rpms.
-Estamos a frente na entrada da Curva do Laço, freiada forte e redução brusca, alias a única, pois seguindo adiante é só pé embaixo, praticamente sem mudança de marcha, logicamente dependendo do carro e de como o piloto poderá mante-lo dessa forma.
-Saindo da Curva do Laço, um trecho de duas curvas bem suáveis, a curva 5 e a curva 6, praticamente retas e rápidas, que antecede a temida Curva Tala Larga.
-A Tala Larga, é um cotovelo em descida, onde exige-se grande perícia e sangue frio dos pilotos.O giro é bem instável, e não se dá tempo nem de ler os instrumentos, a concentração tem que ser total, pois um instante de desatenção, coloca todo o trabalho da volta em risco e consequentemente na corrida também.
-Feita a Curva Tala Larga , entramos num pequeno trecho também rápido, que antecede a curva 8, giro alto aproximadamente 5.800/5.900 rpms.
-Estamos na entrada da curva 9. Curva bastante desafiante, pois também tem redução brusca, não se pode deixar o motor cair de giro, e será preciso entrar e contornar bem ela, para se poder sair também em velocidade boa, pois a mesma antecede a reta de chegada que tem um trecho em subida, depois muda para descida, giro constante na entrada da reta em torno de 5.900 rpms, e pé embaixo ,aproximando-se da descida, ponto de altíssima velocidade, e tendo pela frente mais uma vez a temida curva 1.
-A volta é tão rápida, que parece que o circuito é pequeno, porem super desafiante e agradável de se pilotar, e também impossível de se esquecer.......

Claro que hoje a época é outra, os carros são ainda muito mais rápidos, eficazes e seguros, mas tentem imaginar a quase 20 anos ou mais atraz, como era empolgante e maravilhoso pilotar numa pista dessa, sem muita tecnologia e sem muito recurso, apenas no braço , apenas na raça e na vontade de se fazer o melhor a cada volta.

É impossível de se esquecer, e quem teve a sorte de viver isso jamais esquecerá.........

PEDRO GARRAFA

Abaixo algumas fotos de Arturo Fernandes em Tarumã, acredito ser no Campeonato Brasileiro da Divisão 3. Agradeço a meus amigos Pedro e Arturo eles bem sabem que este nosso espaço está sempre aberto para suas histórias e fotos. Um abração, Rui.



Arturão na curva UM, Voltaire Moog, Janjão Freire. 

Curva Nove.

Arturão tomando o Laço.

Arturo entre a Um e Dois, #72 Aroldo Bauermann e #47 de Janjão Freire.