sexta-feira, 30 de maio de 2014

CROCODILO RAMPANTE



A Tecno foi um construtor italiano que inicialmente fabricou karts e depois passou para os carros de corrida. Tinha sede em Bologna e foi fundada pelos irmãos Luciano e Gianfranco Pederzani. Eles começaram em 1961, com o chassi “Kaimano”, baseado no design dos karts norte –americanos, de motores na traseira e foram muito bem sucedidos com o “Piúma”, que venceu os mundiais de Kart em 1964-65-66. Passando à construção de chassis para as Fórmula 3 e 2, os Pederzani continuaram vencendo. Os pontos altos de sua trajetória foram em 1968, quando os carros da marca venceram 32 corridas na temporada da F3 e em 1970, quando Clay Regazzoni venceu o Europeu de F2 com um Tecno. Além de Clay, outros pilotos como Ronnie Peterson, François Cevert, Patrick Depailler e Giovanni Salvati pilotaram para a Tecno. Sentindo-se preparados e com a Martini & Rossi a seu lado, Luciano e Gianfranco partiram para a construção de um carro de F1, onde não somente seriam os responsáveis pelo chassi mas também pelo motor. 

Tecno F3 - Claudio Francisci 1970 Interlagos 
Giovanni Salvatti -Tecno- liderara Tino Brambilla em Imola
François Cevert no Tecno F2

O primeiro Tecno F1, o PA 123 estreou no GP de Nivelles na Bélgica, em 1972. Gianfranco era o diretor esportivo e Luciano o projetista. O piloto era o pouco experiente Nanni Galli, que tinha em seu currículo desempenhos pouco animadores com o McLaren-Alfa e March-Alfa. A Martini impôs Derek Bell, trazido de sua equipe de Sport-cars, mas pouco adiantou. O motor Flat 12 não era confiável. Galli esteve presente nas etapas de Nivelles, Brands Hatch, Osterreichring e Monza e Derek Bell em Clermont-Ferrand, Nurburgring, Monza e Watkins Glen. Nenhum dos dois terminou uma prova sequer e a melhor performance aconteceu em uma prova extra-oficial, o GP da República Italiana, disputado em Vallelunga. Nessa ocasião, Galli chegou em terceiro lugar, mas à uma volta do vencedor Emerson Fittipaldi. O ex-Brabham Ron Tauranac deu alguns palpites, que não surtiram nenhum efeito. 


Nanni Galli Tecno PA123
 Derek Bell - Nurburgring 1972
 Nanni Galli - Zolder 1972 
Nanni Galli

No ano seguinte, a crise estava instalada na Tecno Motorsports e a equipe encarava a absurda situação de contar com dois carros diferentes (!). O PA 123B, redesenhado por Alan McCall e o E731, projetado por Gordon Fowell. A Martini, que estava injetando dinheiro, contratou o britânico David Yorke como diretor esportivo e o neozelandês Chris Amon seria o piloto. Yorke encomendou ao projetista Fowell um novo chassi e surgiu o E731; por sua vez Luciano e Ginfranco Pederzani, talvez só pra mostrar quem mandava, encarregaram Alan McCall de revisar o PA 123, transformado em PA 123B. A Tecno participou de cinco GPs em 1973: Zolder, Mônaco, Silverstone, Zandvoort e Osterreichring. Graças aos esforços de Amon, a equipe conseguiu em Zolder o único ponto de sua curta existência, com um sexto lugar. O carro de Fowell só participou de alguns treinos mas nunca correu em um GP. A Martini logo formaria uma nova parceria, melhor sucedida com a Brabham e a Tecno abandonou as pistas. Seus fundadores porém, sempre mantiveram-se envolvidos com competições.



 Chris Amon - Tecno E731
Amon em Mônaco 1973 - Tecno PA123B


CARANGUEJO




P.S. Para quem estranhou o título, a Tecno adotou o crocodilo como seu símbolo, a exemplo de outra famosa equipe italiana, que escolheu um belo garanhão indomável como sua marca. Gosto não se discute.

Renzo no Sob Nova Direção

Sergio Albuquerque entrevistou ontem em seu programa Renzo Querzoli cineasta e motociclista.
Aos meus dois amigos, Renzo e Sergio, meus parabéns e um forte abração!   


quinta-feira, 29 de maio de 2014

Podia ser...Mônaco 1984

 Senna
Bellof

1982: fui até o kartódromo de Interlagos pedir ao meu amigo Victor Chiarella um banco de kart, acreditem ou não naquela época usávamos eles em nossos D3, olho para pista e vejo incrédulo um piloto treinando muito forte, sua tocada era perfeita e eu que conheço grandes kartistas fiquei por uns 10 minutos olhando admirado, naquela época ele já tendo vencido na Formula Ford inglesa e estava naquela difícil fase de parar ou continuar!
Chega o Vitão e pergunto quem era o piloto, ele responde “Ayrton Senna” ao que retruco “caso esse menino sente num F.Um certamente vai ser uma sensação, vai ser campeão do mundo!”. E foi...desde o dia em que pela primeira vez tocou o Toleman-Hart no Rio de Janeiro até o fatídico acidente de Imola.
Acompanhei sua carreira na Formula 3 inglesa e a chegada à Formula Um, um tempo incrível onde por alguns anos tivemos dois grandes talentos na categoria, dois talentos naturais dois herdeiros natos de uma leva de grandes campeões! 
Outro dia meu querido amigo Ronaldão Nazar coloca em meu perfil do Face uma entrevista que o jornalista Livio Orichio(link) fez com outro grande piloto, o belga Jacky Ickx, por ocasião do último GP de Mônaco. Acontece que o jornalista praticamente toma satisfações de Ickx sobre a interrupção do GP de 1984 e inclusive faz uma alusão à grande corrida que também fez Stefan Bellof aludindo ser mais “fácil” pilotar um carro com motor aspirado naquela situação.
Ora bolas! Apenas quem nunca colocou a bunda em um carro de corridas pode dizer tal leviandade, aquela corrida mostrou ao mundo dois talentos naturais, dois grandes pilotos que certamente foram os nomes da corrida; Senna e Bellof . E querer reviver trinta anos depois a atitude tomada pelo diretor da prova é no mínimo estranho! 
Acredito sim que Ickx tomou a decisão acertada para aquela hora, pois piloto experiente sabia muito bem tudo que poderia acontecer.
Com sua experiência evitou algo pior pois com certeza sabia que ele mesmo dentro de um daqueles carros gostaria de continuar acelerando fossem quais fossem as condições, aliás como é natural em cada piloto competitivo, nunca se importando com as condições querendo sempre acelerar!
Longe da F.Um vou mostrar à vocês duas condições parecidas, uma na D3 quando nosso amigo e piloto experiente Álvaro Guimarães foi atestar as condições da pista antes de um largada, nas fotos de Luiz Guimarães podemos ver as conseqüências.
A outra que envolve um grande amigo meu o Ricardo Bock quando um diretor de prova autorizou a largada e infelizmente no aguaceiro que caia sobre o Retão de Interlagos os carros aquaplanaram e na batida que envolveu vários carros perdeu a vida o piloto Valdir Del Greco.
Por fim quero dizer que devemos celebrar nossos grandes campeões que tantas alegrias nos deram na F.Um desde a primeira vitória de fabuloso Emerson Fittipaldi em Watkins Glem, passando pelo fantástico Nelson Piquet e lembrar do inesquecível Ayrton Senna por cada uma das poles e vitórias, deixando de lado intrigas disse me disse e outras fofoquinhas.
Salve os nossos três “ON”, Emerson, Nelson e Ayrton...e que um dia possamos ter novamente outro piloto à altura deles! 


Rui Amaral Jr

NT: A melhor volta no GP foi de Ayrton com o tempo de 1.54.334 seguido por Bellof com 1.54.978 sendo a 3ª melhor volta do Leão quando liderava com sua Lotus 95T com o tempo de 1.55.112. Bellof chegou em 3º à 13s de Ayrton mas foi desclassificado por irregularidades em seu Tyrrel.  

 Le Mans 1969 protestando contra o tipo de largada em que os pilotos corriam para seus carros e muitos não afivelavam o cinto de segurança Ickx retarda sua largada para afivelar o seu...
e parte para a vitória. Ford GT40 Jacky Ickx/Jackie Oliver

 Ickx com a Ferrari #4 parte para vitória em Nurburgring 1972.
Bellof e Ickx na Eau Rouge pouco antes do trágico acidente que tirou a vida do jovem talento.

Feliz com sua bela corrida não ouvi protesto algum de  Ayrton


Senna avança

Bellof, vejam a grande ultrapassagem sobre a Ferrari de René Arnoux

E o Alváro "Bico" Guimarães achou de dava...
 Sequencia de fotos de Luiz Guimarães e seu filho Fabiano.
 Mogames roda...
 Tide Dalécio vai para os boxes e Alécio Durazzo sai rodando... 
e por sorte pega a entrada do box de traseira!
 Meu amigo Luiz Eduardo Duran não se recuperou até hoje da rodada de mais de 400m, quando vinha em 4ª marcha acelerando! Conde -Luiz Henrique Pankowski- já espetado no guard rail!

A trágica largada...
  


( Os recortes estão em tamanho grande, clique para ampliar) 

À todos os pilotos que cada vez que puseram seus traseiros em um carro de corridas foi para mostrar a beleza de sua arte não importando a categoria e a posição que disputavam, aos meus amigos que se foram e estão sempre presentes em nossos pensamentos e conversas, aos amigos que com a Graça de Deus sobreviveram a todas loucuras e aos nossos grandes campeões!


segunda-feira, 26 de maio de 2014

Mônaco e Indy 500 - corrida

  

RESULTADO

1) Nico Rosberg  (ALE/Mercedes) 78 voltas, em  1h49m27s661
2) Lewis Hamilton (ING/Mercedes) + 9s210
3) Daniel Ricciardo (AUS/Red Bull-Renault) + 9s614
4) Fernando Alonso (ESP/Ferrari) + 32s452
5) Nico Hulkenberg (ALE/Force India-Mercedes) - 1 volta
6) Jenson Button (ING/McLaren-Mercedes) - 1 volta
7) Felipe Massa (BRA/Williams-Mercedes) - 1 volta
8) Romain Grosjean (FRA/Lotus-Renault) - 1 volta
9) Jules Bianchi (FRA/Marussia-Ferrari) - 1 volta
10) Kevin Magnussen (DIN/McLaren-Mercedes) - 1 volta
11) Marcus Ericsson (SUE/Caterham-Renault) - 1 volta
12) Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari) - 1 volta
13) Kamui Kobayashi (JAP/Caterham-Renault) - 3 voltas
14) Max Chilton (ING/Marussia-Ferrari) - 3 voltas


RESULTADO

1º) Ryan Hunter-Reay - Andretti Autosport
2º) Helio Castroneves - Penske
3º) Marco Andretti - Andretti Autosport
4º) Carlos Muñoz - Andretti Autosport
5º) Juan Pablo Montoya - Penske
6º) Kurt Busch - Andretti Autosport
7º) Sebastien Bourdais - KV Racing
8º) Will Power - Penske
9º) Sage Karam - Kingdom Racing
10º) JR Hildebrand - Ed Carpenter Racing
11º) Oriol Servià - Rahal Letterman Lanigan Racing
12º) Simon Pagenaud - Schmidt Peterson Hamilton Motorsports
13º) Alex Tagliani - Sarah Fisher Hartman Racing
14º) Jacques Villeneuve - Schmidt Peterson
15º) Sebastian Saavedra - KV Racing
16º) James Davison - KV Racing
17º) Carlos Huertas - Dale Coyne Racing
18º) Ryan Briscoe - Chip Ganassi
19º) Takuma Sato - AJ Foyt Racing
20º) Jack Hawksworth - Bryan Herta Autosport

sábado, 24 de maio de 2014

Mônaco e Indy 500 2014

Amanhã duas belas corridas, nas 500 Milhas Tony e Hélio tem boas chances de vitória e na F.Um a briga na MB vai ser de cachorro grande, ainda mais depois da aprontada de Nico no finalzinho do Q3 quando Hamilton vinha babando! Pela cara do inglês amanhã deve ter o troco!!!






sexta-feira, 23 de maio de 2014

Meus amigos em Lontras...



"5ª Temporada da TCC. Uma categoria muito jovem e que demonstra um crescimento tanto na quantidade como na qualidade. Àqueles que achavam que era o sonho de um insano nada a declarar, mas àqueles que acreditaram no sonho do "insano" e incansável Francis Henrique Trennepohl com o apoio técnico do Ney e mais uma meia dúzia de fanáticos aí está o resultado. Em 2010, na 2ª etapa em Ascurra com 11 carros no grid, lá estava eu a bordo do "tordilho negro" # 26 emprestado pelo grande "velho" amigo Fabiani Carvalho Gargioni. Domingo, 18 de maio de 2014, Lontras, 2ª bateria com 27 carros no grid e lá estava eu com Uno #41. O sonho de criança se tornou realidade, os carrinhos aumentaram de tamanho, mas a paixão, ah essa só aumenta. Orgulho de fazer parte de uma categoria tão democrática e eclética. Parabéns a todos os envolvidos e obrigado, mais uma vez Francis."

Henrique "Ike" Nodari

Fotos; Jimi Torres

Bird Clemente


Distraído como sou não conhecia o site do Bird, desculpem minha ignorância, principalmente você campeão. 
Breve vou mostrar algumas surpresas à vocês e na barra lateral do blog o link permanente para o site.
Abraços à todos

Rui   

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Bird Clemente

De uma deliciosa conversa ontem com Bird, e meu amigo Sergio Albuquerque, algumas das fotos de seu arquivo que pedi à ele, o arquivo é extenso e algumas das fotos ele recebeu da família de seu grande amigo Jorge Letry.
Obrigado Bird, um forte abraço.

Rui Amaral Jr

Bird ao volante de seu Landi-Bianco Formula Jr Bird olha Jorge Letry, seu amigo e mentor, regular algo no motor DKW. 
Jorge Letry, Reis - Antônio Manuel da Silva Reis - agachado, Marinho - Mario Cesar de Camargo Filho - e Bird ao volante.
De óculos José Gimenez Lopez tendo ao seu lado Jean Louis Lacerda Soares no Porsche 550 Spyder, notem a bandeira brasileira no carro, ao fundo a placa Radiadores Bongotti da família de meu amigo Milton Bonani. Este é o carro que Gimenez Lopez vendeu ao meu irmão Paulo que com seu amigo Luciano Mioso correram os 500 KM de Interlagos 1961.


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terça-feira, 20 de maio de 2014

O CANTO DO CISNE DO VELHO JACK


Kyalami 1970

O GP de África do Sul de 1970, foi o primeiro da década, um período importante para a F1, de consolidação da sua importância no esporte a motor, de transformações e marcando a aparição de importantes equipes e pilotos talentosos. Mas em março de 70, todos só comentavam como haviam carros da March no grid. Nada menos do que cinco pilotos iriam conduzir o modelo 701: Chris Amon, Jo Siffert, Mario Andretti, Johnny Servoz-Gavin e o campeão de 1969, Jackie Stewart. O escocês inclusive encheu de orgulho os próceres da nova equipe, Max Mosley e Robin Herd e marcando a pole-position. Ao seu lado na primeira fila (o grid em Kyalami adotava a formação 3-2-3), Chris Amon em outro March e o veterano campeão Jack Brabham, com seu novo Brabham BT-33, o primeiro chassi monocoque da equipe. Aos 43 anos e três títulos na Fórmula 1, Old Jack era uma atração da corrida, sua presença daria um colorido especial à prova mas nada além disso. Stewart, o veloz Amon e o inquieto Jochen Rindt eram os favoritos. Na largada, Jackie saiu na ponta e atrás dele, Rindt largou bem mas acabou tocando em Amon e os dois se atrasaram. Não apenas isso: para evitá-los, Jack Brabham perdeu posições para a Ferrari de Jacky Ickx, a Matra- Simca de Jean Pierre Beltoise, o BRM de Jackie Oliver e a McLaren de Bruce McLaren. Corrida disputada sob forte calor, como de praxe em Kyalami, teria o velho Brabham “gás” para cumprir as oitenta voltas? Como resposta, Jack Brabham começou a recuperar-se, ultrapassando os quatro à sua frente Na sexta volta, ele já estava em segundo e pronto para atacar Stewart. O vesgo estava despencado na frente e foram necessárias catorze voltas para alcançá-lo e passá-lo. Sossegado na frente, o tricampeão viu Jackie e a novidade March ficarem para trás. Denny Hulme, outro que fazia uma corrida paciente, deixou Stewart em terceiro. Old Jack chegou assim à sua 14ª vitória, secundado por um antigo companheiro de equipe, Hulme, um dos tantos que seus críticos costumavam considerar mais velozes do que ele. Stewart foi o terceiro e Beltoise chegou em quarto, como o único representante do quarteto animado do início da corrida que chegou ao fim. Ickx e McLaren tiveram problemas de motor e Oliver, com a caixa de câmbio. O insosso John Miles e outro veterano, Graham Hill, completaram os lugares pontuáveis. Jack Brabham começava assim, de forma brilhante aquela que seria sua temporada de despedida da F1. Ele ainda faria mais três pódios, um deles em Brands Hatch, onde assistiu a estréia de um novo nome da categoria, um certo Emerson Fittipaldi...

À Memória de Black Jack Brabham, tricampeão de F1 em 59-60-66, melhor piloto australiano de todos os tempos.

Caranguejo

 Jack e o Brabham BT19
Brands Hatch 1966...saindo da Paddok Hil subindo a Hailwoods Hill à caminho da Druids Bend a Brabham BT19 de Jack lidera Dan Gurney e Jimmy Clark... 

Jack e Jimmy
 Com o pessoal da Repco preparando o bloco Oldsmobile do motor Repco-Brabham que seria campeão do mundo de Formula Um nos anos 1966 e 67.
Com a atriz Françoise Hardy nas filmagens de Grand Prix
1970 na Matra-Simca MS650 correndo com Jean Pierre Beltoise os 1.000 KM BOAC em Brands, tomando a Druids Bend.