A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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quinta-feira, 14 de maio de 2015

Conta Borgmann


500 KM de Porto Alegre 1958, à direita Juan Galvez.
Juan Galvez e seu Ford,


Juan e Oscar Galvez conhecido como "El Aguilucho".
Juan na Vuelta de Santa Fé 1958.
A capotagem de Juan.

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Com vocês Luiz Pedro Borgmann, que veio se juntar à nós para mostrar o muito que sabe sobre o grande automobilismo praticado no Sul e principalmente das fabulosas carreteras que tanto na Argentina como Rio Grande fizeram este maravilhoso espetáculo que encantava multidões.
Benvindo Borgmann, aqui te recebemos com muita honra, um forte abraço de todos nós que fazemos o "Histórias".

Rui Amaral Jr  


Texto original publicado no jornal Zero Hora de 3 de junho de 2011.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Seis Horas de Curitiba por Ari Moro

Lá se vão quatro anos desde que a Graziela Rocha me apresentou o Ari e ele me presenteou com alguns exemplares de seu jornal e autorizou a reprodução das matérias. Caros Ari e Graziela é sempre uma honra e um privilégio te-los aqui, um forte abraço e obrigado! 

Post de Quinta-Feira, 13 de agosto de 2009
Assim Ari Moro contou as Seis Horas de Curitiba,


A carretera 27 de Altair Barranco/José Grocoski.
"Se eu tivesse que escolher, preferiria quebrar o carro, mas, sentir o gosto de estar liderando uma prova, do que levá-lo até o final da competição, sem quebrar, mas, terminar a corrida sem ter ponteado um instante sequer." Esta, uma declaração de Altair Barranco, talvez o mais popular, o mais comentado de todos os pilotos de carreteira do Paraná, apesar de ter iniciado sua carreira numa época em que as competições automobilísticas começavam a experimentar uma nova fase, com a entrada em cena dos carros de fabricação nacional e o declínio do uso dos "carros adaptados", as famosas carreteiras.

Carretera Gordini Equipe Willys.
Carretera Gordini e um Ford.
A freada do fim da reta , briga entre Simca e DKW.
Carretera 12 de Bruno Castilho, chassi F 100, motor Mercury Interceptor e cambio Corvette.

AS SEIS HORAS DE CURITIBA


Em 1963, o jornal Gazeta do Povo promoveu a primeira das três emocionantes provas automobilísticas de rua, denominadas Seis Horas de Curitiba, reunindo pilotos locais e de outros Estados, sobretudo de São Paulo, de onde vieram nomes famosos como Bird Clemente e Wilson Fittipaldi, pilotando os Gordini e as Berlinetas Interlagos da equipe Willys. Daqui, além de Barranco, correram pilotos de peso como Bruno Castilho, Adir Moss, Osvaldo Curi (uma das carreteiras mais bonitas já feitas), Johir Parolim:
Cidalgo Chinasso, Orlando Hauer, Conrado Bonn Filho (Dinho), entre outros, além do famoso Angelo Cunha, da cidade paranaense de Laranjeiras do Sul (dono da primeira carreteira a usar aros tipo tala-larga na traseira).
A largada, no final da tarde, foi na avenida Presidente Kennedy, sentido bairro-centro, seguindo depois pela rua Mal. Floriano Peixoto, virando na avenida Presidente Getúlio Vargas, descendo a rua Brigadeiro Franco - na praça do Clube Atlético Paranaense, contornando esta praça e dali em frente por outras ruas até chegar na avenida Presidente Kennedy novamente;
Conta Barranco que, pouco antes da largada, teve um desentendimento com Adir Moss. O caso sofreu a interferência do dirigente de entidade automobilística Anfrísio Siqueira, o qual chamou os dois pilotos e disse-Ihes que só largariam se um apertasse a mão do outro e fizessem as pazes. E assim aconteceu.
Já na terceira volta Barranco liderava a corrida. Na esquina da Kennedy com a Mal. Floriano existiam umas tartarugas no meio da rua. Na primeira volta, Barranco passou por fora; na segunda, passou por dentro; e, na terceira, bateu com as rodas nas tartarugas, tendo que trocar uma delas depois. "Mesmo assim - relata - quando cheguei no final da reta da Mal. Floriano, na terceira volta, olhei para trás e não vi ninguém, nem o Gordini equipado com o motor R-8 francês dos paulistas. "
Mais tarde, Barranco entregou o volante ao piloto José Grocoski, seu companheiro de equipe. Grocoski, por sua vez, também na Mal. Floriano, pegou o meio fio e entortou uma roda da carreteira. O conserto do estrago custou à dupla um atraso de cinco voltas em relação "ao primeiro colocado. Na seqüência, Altair pegou o volante de novo e, ainda na esquina da Mal. Floriano com a Presidente Getúlio Vargas, perdeu uma roda traseira, cujo aro foi cortado por dentro, ficando só o seu miolo. "Várias pessoas correram até meu carro e ergueram-no - conta ele - enquanto eu trocava a roda. Mas, eu só dispunha de roda tamanho menor, que era usada na frente, correndo o risco de quebrar o diferencial. Assim, tive que dirigir a carreteira até o meu box, na Kennedy, a fim de trocar a roda novamente, por uma maior. "
Apesar de todos esses percalços, Barranco conseguiu tocar seu carro até o final da competição e colocá-lo em quarto lugar. A sua carreteira na oportunidade era um Ford cupê 1940 - nº 27, com motor Mercury e equipamento importado, três carburadores, dando-lhe 300 cavalos.

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terça-feira, 5 de março de 2013

#18


Ela no Velocult por Rogério da Luz

Eu ia correr naquele dia, de meu Box ouvi anunciarem a largada da categoria principal, e mesmo com todas minhas preocupações lá estava eu na mureta dos boxes para acompanhar, afinal alguns daqueles pilotos já conhecia e outros conheci quando comecei a correr, era e ainda sou admirador, fã e amigo.
E lá estava ELA na última fila, amarela - na verdade verdadeira era bege bem clarinho, mas para mim era amarela - com aquelas belas rodas e os Weber 48 saindo pelo capô e Camilão ao volante.
Baixada a bandeira Camilão abre para direita, bem perto da cerca das arquibancadas, afunda o pé direito bem ao seu estilo, libera os acredito que 400hps do motor Corvette muito bem preparado, e quando passa por mim uns 250/300m à frente já tinha deixado uns 20 carros para trás!


 Copa Brasil de 1971
#15 acredito ser o Snob`s de Celidonio, a BMW Esquife parece ser pilotada por Agnaldo de Goes...  
 Camilo e seu tio Chico Landi

Só feras, entrega de premios dos 500 KM de Porto Alegre 1962, ele não correu.



Noa FEI no encontro promovido por meu amigo Ricardo Bock, quando Bird falou do Camilo não conseguiu conter o soluço e a emoção, foi um momento único!

VENCENDO AS MIL MILHAS BRASILEIRAS DE 1966

Camilo sorri enquanto Celidonio recebe a bandeirada!
Mike Mercedes estava lá, eu também.
 Quase ao final Celidonio entra para abastecer e Camilo diz para que continue na tocada.
Saindo para vitória!

Na visão de meu amigo Ricardo Bifulco




A carretera #18 de Camilo Christofaro foi sendo modificada e aperfeiçoada durante seus anos de carreiras. Baixa, com um motorzão Corvette preparadíssimo, suspensão dianteira também do Corvette e traseira um eixo De Dion da Ferrari Testa Rossa de Agnaldo de Goes, que num trágico acidente, entre as curvas Um e Dois de Interlagos,  Rio Negro pereceu e da Ferrari pouco sobrou. Os freios já eram discos, mas no fundo, bem no fundo era aquela maravilha de máquina que eu vira vencendo as Mil Milhas Brasileiras de 1966...


Rui Amaral Jr


Os: A bela foto do Rogério no Velocult, me levou a escrever novamente sobre Camilo e a carretera#18. Sinceramente, gosto de escrever sobre o que gosto, das pessoas que gosto, dos amigos e ídolos, certas vezes posso me repetir, mas sai tudo de lá de dentro, onde deve ter um coração, ou um girabrequim rodando à umas 10.000rpm! 
À todos que nos acompanham, e à meus amigos blogueiros, pois sei que de uma forma ou outra estamos resgatando um pouco, ou muito, da história de nosso automobilismo.
Ao Camilo e tantos outros, cuja lembrança ficará em nossas memorias enquanto viviermos. 

Abraços 




segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Primeiro 500 Km de Porto Alegre - Circuito da Pedra Redonda - 1958


Amanhece o domingo, vento minuano havia dado trégua, para esta que seria a primeira prova dos 500 Km de Porto Alegre que se tornaria um clássico do automobilismo gaúcho.
A cidade estava movimentada com porto-alegrenses e o público vindo da região e outros Estados.
Os ânimos exaltados, adrenalina em alta, agitava e muito os pilotos, mecânicos e preparadores. Seria o primeiro, grande e belo confronto entre os paulistas e gaúchos após os incidentes da final das Mil Milhas Brasileiras de 1957. E ainda com a participação dos ‘hermanos’ exímios pilotos argentinos e uruguaios o que só engrandeceria esta.
De São Paulo vieram os pilotos Camillo Christófaro, Celso Lara Barbéris, Chico Landi, José Gimenez Lopes e Luiz Margarido.
Os gaúchos que participaram, Aristídes Bertuol, Catharino Andreatta, Ítalo Bertão, José Asmuz, Nacticvo Camozzato, Orlando Menegaz entre outros.
Os argentinos Juan Galvez e Felix Peduzzi e o uruguaio Rômulo Buonavoglia entre outros.
Os treinos de sábado foi de muita emoção e tristeza, o piloto José Gimenez Lopes, bateu em uma árvore destruindo sua Chevrolet N° 82 tirando também Chico Landi.
A prova consistia em 40 voltas no Circuito da Pedra Redonda. A largada foi às 8h e 45min, com Barbéris na ponta, sendo logo ultrapassado por Orlando Menegaz, fazendo a segunda volta com média de 140 km/h, em sua cola Juan Galvez e Aristides Bertuol. Que superou com maestria Galvez, dando início a um duelo entre os gigantes gaúchos com suas possantes Chevrolet/Corvette N° 24 e N° 4.
O ritmo forte fez com que Menegaz abandonasse a prova na 25ª volta, com problemas no diferencial. Os pilotos que já se encontravam fora desta eram Galvez, Barbéris, Christófaro, Catharino, Felix e Menegaz.
Peduzzi capotou na Praça da Tristeza, saindo também da prova, mesmo assim teve muita sorte pois não teve nenhum ferimento.
Nactivo Camozzato, que vinha em segundo lugar, assumiu a liderança da prova ultrapassando Bertuol que tentou alcançar Camozzato, na 26ª volta Bertuol, perde o controle de sua carretera N° 4, batendo forte em uma árvore e ficando entalado entre duas outras, na rótula da Caixa d’Água de Ipanema. Camozzato conquistou a vitória com bravura.
A prova que iniciou com 19 pilotos, acabou com apenas 6, se tornando num festival de carreteras quebradas e acidentes. O Circuito da Pedra Redonda exigia muita habilidade dos pilotos e resistência das máquinas.

Curiosidades sobre esta prova:

- Aristides Bertuol com sua Chevrolet/Corvette N. 4, que tinha câmbio de quatro marchas para frente e a ré embaixo, como se fosse um afogador, ao ser dada a largada não viu que estava com a ré engatada e largou de marcha ré. Por sorte não bateu em nenhum concorrente, mas teve de ser dada uma segunda largada;
- Aristides Bertuol e Orlando Menegaz, cada um com sua respectiva Chevrolet/Corvette , apostaram Um Milhão de Cruzeiros para ver qual deles seria o vencedor. Quando Daniel Winik e outros pilotos ficaram sabendo rasgaram o cheque, pois isto levaria-os a pilotarem em extrema alta velocidade que poderia ocasionar grave acidente.


Agradeço ao amigo Rui Amaral Lemos Jr. pelo convite para escrever sobre esta tão importante fase do automobilismo gaúcho. A Fabio Poppi que nos presenteou com as fotos e a Carlos de Paula que nos apoiou. Aos amigos Daniel Winik, único piloto passo-fundense de carretera, ainda vivo e meu pai, Nelson Marques da Rocha, ambos enciclopédias vivas que me auxiliaram neste.

Graziela Marques da Rocha
Passo Fundo-RS

Cantando o Hino Nacional - antes da largada
Momentos antes de alinharem

Largada
"Cupecita la Galera" dos argentinos hermanos Dante e Torcuato Emiliozzi
 Carretera Ford N. 52


Ford 1 e Juan Galvez a direita
Chevrolet N. 3 de Peduzzi
 Ford N. 18, a Gilda, de Nicanor Ollé
 Ford N. 30 e ao fundo Ford N. 53 de Buonavoglia
 Chico Landi e Celso Lara Barberis
 Carretera Ford N. 6 com Camozzato a esquerda
 Ítalo Bertão que correu com a Ford N. 48 de Daniel Winik
Orlando Menegaz com sua carretera Chevrolet/Corvette N. 24
 Aristides Bertuol com sua Chevrolet/Corvette N. 4
Buonavoglia com sua Ford N. 53 
Carretera Chevrolet N. 16 de João Galvani
 Diogo Ellwanger com sua Ford N. 22 - descida para a curva da Pedra Redonda

 Rótula da Caixa d'Água
 Saída da Praça Tristeza, Bertuol com sua Chevrolet/Corvette N. 4 atrás de Menegaz com sua Chevrolet/Corvette N. 24
Camozzato com sua Ford N. 6

Carretera Chevrolet N. 82 de Chico Landi
NT: Quem está ao lado parece se José Gimenez Lopez

Quadriculada vai para... 
Aldo Costa com sua Ford N. 12 - ao completar a prova

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Aproveito para mostrar novamente o vídeo dos  500 KM de Porto Alegre de 1962, que recebi de meus amigos Nelson e sua filha Graziela Marques da Rocha, editado e disponibilizado no You Tube  por meu amigo Fernando Fagundes.



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Interessante, hoje ao abrir a pagina de estatísticas do Historias mais de 10 visitas a este post. 
Foi a primeiro post da sempre competente Graziela, nas fotos que eu havia recebido do Fabio Poppi.
São  fotos antológicas de nosso automobilismo, de uma época de raça e pilotos privilegiados, que corriam com dificuldades e amor ao esporte.
Com este post, me aproximei de alguns amigos do Sul, entre eles o sempre presente Caranguejo e Leandro Sanco que em seu ótimo blog, conta muitas das historias do automobilismo.
À Graziela, Nelson, Fernando e Fabio meu muito obrigado, e um forte abraço!


Rui Amaral Jr

Post original de 13 de Julho de 2009