A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

A PRIMEIRA DO PIKET


Piket

Ano de 1974, Cascavel, oeste do Paraná, recebe em sua pista a mais nova categoria do automobilismo nacional, a Fórmula Super Vê. Apoio de montadora, quatro a cinco fabricantes diferentes de chassi, ótima safra de pilotos e equipes bem estruturadas, além de apoio da grande imprensa. Embora ainda em sua primeira temporada, a categoria já ameaçava o reinado da bem sucedida Fórmula Ford. Em Cascavel, quinta e penúltima etapa de um campeonato disputadíssimo. O pole position era Ingo Hoffmann, um dos que brigavam pelo título. Ingo havia capotado espetacularmente nos treinos no Bacião, uma das curvas mais intimidadoras dos autódromos nacionais.
Julio e Ingo.

Risco desnecessário, já que a cronometragem tivera problemas com seu equipamento e as posições foram definidas num prosaico sorteio, em que Ingo ficou com a primeira posição. Não bastasse, o combustível cedido às equipes também tornara-se um problema: muitos galões continham água e alguns pilotos foram prejudicados.
Um deles Eduardo Celidônio, cujo motor parou na volta de apresentação. Prova disputada no sistema de três baterias, Ingo Hoffmann largou na frente na primeira. Contudo, o combustível “batizado” o tirou da prova na 12ª volta, quando o líder já era o “repatriado” Júlio Caio de Azevedo Marques. Este piloto paulistano, tentara a sorte na F3 britânica no começo da temporada. Prejudicado por um mau esquema, estava de volta às corridas brasileiras. O segundo colocado era Francisco Lameirão, que também almejava o título. Chico porém, teve problemas na penúltima volta e foi superado pelo brasiliense Nelson Piket (na época,a grafia era assim) e por Celidônio, em boa recuperação. A segunda bateria foi dominada por Júlio Caio e seu Magnum Kaimann. Alternaram-se em sua perseguição Chico Lameirão, cujo motor voltou a apresentar problemas e Piket, mas Nelson foi ultrapassado no final da bateria pelo carioca Mauricio Chulan.
Chico e Julio.

A derradeira bateria, foi a mais disputada do dia. Júlio Caio saiu na frente. Foi ultrapassado pelo Heve de Chulan, mas retomou a ponta. A partir da terceira volta, entretanto, o pega foi restrito entre Júlio Caio A.Marques e Nelson Piket. Os dois andaram juntos durante as quinze voltas. Piket, já havia definido que atacaria Júlio na última volta, na curva a 50 metros da bandeirada. Quando deu o bote porém, os carros se tocaram. O Polar de Piket rodou para dentro da pista e ele recebeu a bandeirada de lado (alguns dizem que foi de ré) enquanto o carro de Júlio Caio ia parar dentro dos boxes e teve de ser empurrado para voltar e receber a bandeirada em último. Corrida movimentada mas por sorte, os protagonistas ainda estão por aí e não só podem, como devem esclarecer se houve algum exagero ou fantasia nestas linhas. Já faz tanto tempo...e eu não tive a dita de estar em Cascavel naquele 24 de novembro.

Caranguejo


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As fotos desse post são da Quatro Rodas edição Janeiro de 1975. São apenas ilustrativas já que foram feitas na etapa de Interlagos.