A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
Mostrando postagens com marcador Maserati. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Maserati. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 6 de setembro de 2023

GUERRA ALL’ITÁLIA

 

O auto da discórdia...

 1983. Sandro Pertini, Presidente da Itália, tem uma visita programada para Maranello. E como tal, irá encontrar Enzo Ferrari. Os ferraristas, eufóricos, projetam que como se trata de dois homens na mesma faixa etária, deverá ser uma daquelas conversas longas e cordiais. O próprio commendatore parece entusiasmado, e no dia agendado, 29 de maio, era possível enxerga-lo esperando Pertini em uma das janelas do prédio da fábrica, meia hora antes do Presidente aparecer. Mas na hora da visita – ato falho do Presidente – Pertini apareceu a bordo de sua limusine, uma Maserati Quattroporte V8 blindada. Estaciona nos portões e fica aguardando para ser recebido pelo anfitrião. Enzo enquanto isso, mal colocou os olhos na Maserati, explode de raiva. Uma Maserati em Maranello? Porco zio! E a rivalidade histórica? A blasfêmia? Ninguém disse nada a Pertini que o velho preferia ver o capiroto na sua frente mas nunca uma Maserati? Impasse colocado, Enzo se recusou a descer para recepcionar o ilustre convidado, talvez com o receio de ser fotografado ao lado de um carro do Tridente. O Presidente, por outro lado, se negou a ir até o comendador, pois isso feria o protocolo. Os assessores de ambos devem ter enlouquecido nesse dia. Corre de um lado, corre de outro, até conseguirem um acordo: os dois iriam  se encontrar no pátio da fábrica. Ainda assim, Il Drake ficou a uns dez metros do carro maledetto, até Sandro Pertini se aproximar.



-“Enzo, caríssimo!”




-“Presidente, que surpresa...”

O tal encontro, que era para durar meia hora, ficou em apenas dez minutos. Dizem também que Enzo preferiu ficar longe de Pertini, porque ele tinha o costume de abraçar e beijar seus interlocutores e o Comendador  nunca gostou de intimidades a não ser quando ele permitia.

CARANGUEJO


quinta-feira, 29 de outubro de 2020

1.000 KM de Caracas - 1957

Equipe Ferrari.

Luigi Musso, outros tempos...

1957, a corrida venezuelana se transforma, mudam o circuito para um com cerca de dez quilômetros, sinuoso, com alguns trechos apertados, perigoso, e a distancia é de mil quilômetros.

A nova denominação para o GP da Venezuela é “1,000 KM de Caracas”, prova válida para o “F.I.A. World Sports Car Championship”, sendo sua sétima etapa.

Válida para o mundial quarenta e um carros se inscreveram e largaram trinta e oito.

A 335 Sport de Collins/Phil Hill, 1º lugar .

TR 500 58 de von Trips/Seidel. 3ª e 1ª na categoria até dois litros. 

A Ferrari com nove carros, quatro da equipe, duas 335 Sport para as duplas Hawthorn/Musso e Phil Hill/Collins. Duas 250 TR-58 para Von Trips/Seidel e Trintgnat/Gendebien.

450S de Moss/Brooks.

450S de Behra/Brooks.

A bela 200S de 2.000cc de Sergio Gonzalez/Alberto Gutierrez, inscrito por equipe venezuelana.

A Maserati também com nove carros, quatro da equipe, duas 450S para Behra/Moss/Schell com Brooks de reserva e a outra Moss/Brooks com Behra e Schell na reserva. Duas 300S Bonnier/Scarlatti/Brooks e Gutierrez/Godia-Sales/Scarlatti/Brooks.

Masten Gregory/Duncan com outra 450S, da equipe Bueli.

Porsche seis carros.

Corvette C1 de Jim Jeffords/Fred Windridge

Corvette quatro


AC Ace motor Bristol de 1971cc de Augusto Gutierrez/Deblin.

AC seis.


 OSCA MT4 de Isabelle Haskell/Alessandro de Tomaso. 

Osca três.

Aston Martin DB3S de João Rozende Dos Santos/Francisco Borges.

Um Aston Martin DB3S e uma Lotus Seven.

Três mulheres inscritas, Isabelle Haskell com Alessandro de Tomaso numa Osca MT4. Ruth Levy e Denise McCluggage de Porsche 550 RS que chegaram em décimo terceiro lugar, quarto na categoria até 1.500cc.

A grande ausência foi Juan Manuel Fangio, recém coroado com seu quinto Campeonato Mundial de Formula Um.

GRID

Nos treinos Moss detona os cronômetros, as Maserati 450 S são mais rápidas que as Ferrari 335 Sport. Na classificação Moss crava a pole com 3`41``100/1.000 segundos, média de 161 km/h, meio mais rápido que seu companheiro Tony Brooks e quatro e meio mais rápido que a Ferrari de Hawthorn/Musso os terceiros.

 

O circuito é rápido e perigoso...

A CORRIDA

Masten Gregory.Masten Gregory toma aponta com a 450S, para logo ao final da reta dar a primeira do que seria uma série de pancas! Saiu rápido do carro que já ameaçava pegar fogo.

Hawthorn toma a ponta.

Depois Behra, provavelmente dando volta no 550 RS de Edgar Barth/von Hanstein, 5º colocado e vencedor na categoria até 1.500cc. 

Hawthorn e Collins com as 335 Sport tomam a ponta com Behra na 450S vindo logo atrás. Moss que caiu para último na largada já vem em décimo. Na volta trinta e um Moss crava 3”39””449/1.000 a melhor volta da corrida, quase dois segundos abaixo da pole, vem no segundo lugar, atrás de Collins, para logo a seguir encontrar o AC-Ace de Dressel,  e numa bobeada do inglês e talvez dele mesmo, batem numa freada!

O Ac-Ace de Antonio Izquierdo/Juan Uribe.

O Ac Ace de Hap Dressel...

...e o estado da Maserati de Moss.

Algumas volts depois Behra trás sua 450S para reabastecer, e numa cena de arrepiar, quando Behra dá a partida uma chama começa a arder na traseira do carro, ele pula e cai se machucando, o mecânico chefe da Maserati se queima gravemente. O chefe da Maserati manda Moss tomar o lugar de Behra, o  inglês ainda meio atordoado por causa da panca, sai com o carro para na volta seguinte parar...seu traseiro queimava com alguma brasa do fogo. Schell assumiu a 450S para em algumas voltas tomar a ponta. 

A Maserati de Binnier no poste e a de Shell no muro...

e pega fogo! 

Vinte três voltas depois Schell vem ponteando soberbamente sobre as Ferrari, e ao colocar volta sobre seu companheiro de equipe Jo Bonnier, com uma 200S de 2.000cc. Estoura um pneu de Bonnier e os dois batem, segundo o relato da Wikipédia, ambos conseguem pular de seus carros antes das batidas, em artigo que li talvez décadas atrás e que não encontrei, o autor afirma que foram lançados. A 200S de Jo se parte ao meio na batida com um poste, tendo ele se ferido. A 450S de Harry bate num muro e felizmente ele saiu ileso.

Fim da corrida para a equipe da Maserati, as 335 Sport, que não eram páreo para as 450S, nadaram de braçada...

RESULTADO



A Maserati que havia chegado a Caracas com uma mão no titulo mundial, agora via sua arqui rival colocando quatro carros nos quatro primeiros lugares. A Ferrari vencia o mundial, apenas cinco pontos à frente.

A equipe Ferrari cruza a linha de chegada com os quatro carros alinhados, como fez cerca de dezoito anos depois em Daytona! Pena que não encontrei a foto.

Depois dessa corrida a Maserati, leia-se família Orsi, resolveu acabar com a equipe de fábrica, havia vencido o mundial de Formula um com Fangio, e este seria seu segundo campeonato sobre a equipe de Enzo.

Continuou fabricando carros de corrida, apenas que agora apenas os vendia a equipes particulares. Um grande exemplo foi a Mod 61-Birdcage, uma sucessora à altura das grandes 250F e 450S.

 

Rui Amaral Jr

 

Fontes de pesquisa e fotos: 

WIKIPEDIA https://en.wikipedia.org/wiki/1957_Venezuelan_Grand_Prix

Racing Sports Cars https://www.racingsportscars.com/race/Caracas-1957-11-03.html

 

terça-feira, 27 de outubro de 2020

GP da Venezuela 1955

 

#20 Luigi Musso, #18 Fangio, #6 Phil Hill...

#10 Alfonso De Portago, #18 Fangio e #20 Musso.


1955 a Venezuela nadava em petróleo.

Antes que alguém venha dizer que faço apologia a corridas em ditaduras, quero declarar que sou de direita, e acredito que apenas na democracia podemos levar uma nação a um porto seguro.

Outra época! Fangio testa a Ferrari 750 Monza que foi usada por Portago!

Nesta época extraiam cerca de dois milhões e meio de barris por dia, e o preço do barril era mais ou menos  US$2,00 - dois dólares -, isto a um quarteirão e meio dos EUA, então seus maiores compradores, era então a quarta economia do planeta. Hoje com um “governo progressista” não extraem nem cem mil barris!

Ao contrário de Cuba onde as corridas eram na pré temporada européia, na Venezuela eram ao final da temporada.

E grande parte da nata do automobilismo estava inscrita.

2-A-Eugenio Castellotti-Scuderia Ferrari

 4-A-Umberto Maglioli-Scuderia Ferrari     

 6-A-Phil Hill/John Von Neumann-Ferrari

 8-B-Harry Schell-Scuderia Ferrari   

10-A-Alfonso de Portago- Ferrari

12-A-Piero Carini-Scuderia S. Ambreus-Ferrari

14-A-Francisco Landi-Scuderia Guastalla-Ferrari

16-A-T. de Granferried-Ferrari

18-A-Juan Manuel Fangio-Officine Alfieri Maserati          

20-A-Luigi Musso-Officine Alfieri Maserati

22-A-Roberto Mieres-Officine Alfieri Maserati      

24-B-Luigi “Gigi” Villoresi-Officine Alfieri Maserati           

26-B-Joao Rozende Dos Santos-Officine Alfieri Maserati 

28-B-Maria Tereza de Filippis-Officine Alfieri Maserati    

30-B-Oscar Cabalén-Officine Alfieri Maserati        

32-A-Robert Manzon-Equipe Gordini         

34-B-Nano da Silva Ramos-Equipe Gordini

36-B-Luis Chiron-Osca

38-B-Harry Chapmann-Osca

40-B-Pancho Pepe Croquer-Maserati

42-A-Julio Pola-Ferrari

44-B-Ramón López-Ferraril

46-B-Bob Said-Ferrari

48-B-Huschke von Hainstein-Porsche

50-B-Chimeri-Ferrari

A Maserati com Fangio, Musso e Mieres nas poderosas 300S, Gigi Vilorezi com 200S, e algumas A6GCS entre elas a da brava Maria Tereza de Filippis.

A Ferrari com uma 857 S para Castellotti, uma 121 LM para Magioli e um 500 Mondial para Schell. Phil Hill também vinha com uma 121 LM, mas inscrita por uma equipe norte americana.

“Seu” Chico, o Landi, com uma Ferrari 250 MM inscrita pela equipe Guastalla.

A Gordini com dois carros, o T15S para o brasileiro Hermano da Silva Ramos, na categoria até dois litros, e o T24S para Robert Manzon, com motor três litros.

Um Porsche 550 para o alemão Von Hanstein.

A equipe Madunina com um Osca T24 para Chiron, Além de duas Ferrari e uma Maserati, para pilotos locais.

Como vemos, a Ferrari com doze carros, depois a Maserati com oito, Osca e Gordini com dois carros cada e um Porsche.

Na época Fangio estava com quarenta e quatro anos, já era tri campeão do mundo de Formula Um. O mais velho era Chiron com cinquenta e seis anos. Depois “seu” Chico com quarenta e oito e Gigi Viloresi com quarenta e seis...

A pole foi de Musso, com Fangio ao seu lado 20/100 mais lento e De Portago 20/100 mais lento que Fangio. 

#8 Ferrari 500 Mondial de Castellotti/Schell vencedores na categoria até dois litros, seguido pela Ferrari 121 LM de Umberto Magioli. 

Fangio já na ponta, seguido por Musso.

Ferrari 750 Monza de Emmanuel de Graffenried, terceiro colocado. 


 

Sobre a corrida o excelente “Juan Manuel Fangio – um tributo ao chueco”, descreve de forma que eu jamais poderia fazer,  muito menos copiar...

http://www.jmfangio.org/gp1955venezuela.htm


CLASSIFICAÇÃO FINAL

Schell/Castellotti venceram na categoria até dois litros com Hermano Silva Ramos em quarto. Chico Landi com a Ferrari 250 MM quebrou na quadragésima segunda volta.

Pesquisa e fotos; 

J.M.Fangio-Um tributo ao chueco... link

Racing Sports Cars link


Rui Amaral Jr

NT: Foram três corridas na Venezuela, 1955/56 e 57. Breve trago as outras.





quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Celso Lara Barberis

A bela foto de Celso, recebi de um amigo, não sei a autoria, identificando o autor darei o devido crédito.


 No começo da década de 1960 Celso era um nome muito comentado no meio do automobilismo, já havia vencido por duas vezes os 500 KM de Interlagos, venceu a primeira edição da prova em 1957, e repetiu em 1958. Nos Mil Km de Buenos Aires de 1960, prova válida para o Campeonato Mundial de Carros Esporte, correndo com Christian "Bino" Heins foram quartos colocados com a Maserati 300S atrás de 1º #4 Phill Hil / Cliff Allison com Ferrari 250 TR 59/60, 2º #2 Richie Ginther/ von Trips Ferrari 250 TR 59/60 e 3º #30 Jo Bonnier /Graham Hill Porsche 718 RSK.

Box em Buenos Aires, Christian conversa com Celso ao volante,  de camisa branca ao lado de Christian me parece "seu" Chico Landi.
As duas fotos acima são do excente livro "Bino - A trajetória de um vencedor" do amigo Paulo Scali. Me perdoem a péssima digitalização, para não macular o livro fiz com o celular!  


 Vi Celso pela primeira vez quando meu irmão Paulo me levou a um treino dos 500 Km de Interlagos em 1961, eu estava com nove anos. Meu irmão treinava e ia correr com o Porsche 550 RS com o qual grandes pilotos haviam vencido, e Celso havia chegado em segundo lugar e primeiro na categoria no II Circuito de Piracicaba.

Com o Porsche 550 RS em Piracicaba. Foto que me foi cedida pelo grande Bird.
Capa da revista Quatro Rodas, de minha coleção. Celso e a bela Maserati.
500 Km de Interlagos 1961.
500 Km de Porto Alegre 1958, Celso ao lado de Chico Landi na carretera em que correu, quebrou.
Largada da prova " Prefeito Adhemar de Barros" em Interlagos. 
Christian "Bino" Heins larga atrás com o Porsche 550 RS, Celso com a Ferrari Testa Rossa #46.
Bino venceu após Celso fazer a melhor volta e quebrar. 2º Jean Louis Lacerda Soares, Ferrari Monza #36, 3º Alvaro Varanda Ferrari 250S #12 e 4º José Gimenez Lopez, Ferrari 250 Testa Rossa #82. 

 
 1961, o Porsche, agora de meu irmão Paulo e Luciano Mioso, chega a Interlagos para os treinos dos 500 Km. Tempos atrás, antes de sua morte, meu irmão me contou que certo dia, depois dos 500 Km, Celso chega à nossa casa e diz que a carreta era sua. Paulo tira o carro e ele a leva...

Celso, apesar de ter começado tarde, correu principalmente com carros esporte, venceu muito em suas cinquenta e tantas corridas. No link abaixo sua carreira no excelente site de meu amigo Paulo Peralta. 
link

1963 largada para os 500 Km de Interlagos, Celso está na 5ª fila com o Landi-Bianco-Alfa Romeo #2.

  1963 500 Km de Interlagos. Tinha onze anos, estava no barranco cerca de 100/150 metros da ponte da Bongotti, pouco adiante da curva que leva à Reta dos Boxes, fui provavelmente com meu irmão. Me desculpem, mas tudo isso se passa em minha cabeça, não lembro exatamente de meu irmão comigo, mas minha mãe não me deixaria ir com outra pessoa. 
Os carros passaram com o carro madrinha na frente, em outra volta ele entra nos boxes, e aquele som tremendo dos motores acelerando, os da frente querendo abrir vantagem, os de trás brigando por posições. No Retão muitas trocas de posições, e derrepente alguém grita " o Celso bateu". Não vi nada, apenas a balburdia a confusão, o susto. Para logo depois outra pessoa gritar "ele morreu".
Anos depois, em 1971/72, numa daquelas conversas intermináveis que tinha com o querido amigo Expedito Marazzi, ele me contou que naquela fatídica corrida, antes da largada quando foi dar um abraço no Celso ele estava "verde". Acredito que este "verde" fosse uma figura que meu amigo usou para dizer que ele estava tenso e preocupado...
Muitos jornais, revistas e hoje sites ou blogs, jogam a culpa do acidente ao piloto Amaral Junior (não é meu parente) , coisa em que não acredito. Nenhum piloto em sã consciência iria trocar "carícias" com outro carro de formula, andando à 200 e tantos quilômetros por hora! 

Conta a lenda, que "seu" Chico -Landi- após o acidente, picou a machadadas o chassi do Landi-Bianco, verdade ou não, prefiro não conferir, com quem talvez saiba a verdade.

Na foto meus queridos amigo, Luiz Carlos Lara Campos e seu filho Junior com Celso, "seu" Chico e Eloy Gogliano.

 Acredito mais do que tudo, que Celso morreu fazendo o que gostava, nas pistas, na água, no remo ou nos cavalos...morreu competindo. 


Rui Amaral Jr



    





 





  







 

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Correndo Sob Um Céu Escarlate

 A Maserati de Ciccio na Gávea - 1949

Que o piloto Alberto Ascari, bicampeão mundial da Fórmula 1 em 52/53, tem uma impressionante série de vitórias de Spa/52 a Spa/53, talvez alguns saibam. Aqui neste prestigiado Blog, o italiano é frequentemente citado, ora como o irredutível Homem do Casco Azul, que se recusava a correr sem seu capacete da sorte, ou como a vítima de um misterioso acidente na pista de Monza/55, que custou-lhe a vida. 
Hoje acrescentamos outra a sua série de histórias, esta passando-se no Brasil em 1949. Ciccio apresentava-se na Gávea, para a disputa do X Grande Prêmio da Cidade do Rio de Janeiro. Ascari tivera antes uma atuação mais que discreta em uma prova em São Paulo. O mais provável é que estivesse se poupando para a prova da Gávea. E com efeito, no Rio ele andou muito. Líder com grande vantagem em sua Maserati 1500, Ciccio topou-se com o Bugatti de Domingos Lopes, o sétimo colocado. Na pressa de livrar-se do retardatário, Ascari acertou a roda traseira esquerda do carro de Lopes, batendo num barranco à direita e em seguida chocando-se outra vez com o Bugatti, terminando sua trajetória ao colidir com árvores do outro lado da pista. A Maserati teve seu motor arrancado e o piloto foi socorrido por populares. Uma ambulância do  Hospital Miguel Couto o recolheu e o Dr. Jair Nobrega o examinou. Como Ascari nem sequer perdera os sentidos, o Dr. Jair aguardou o término da prova para então conduzir Alberto Ascari ao Hospital, onde o piloto submeteu-se a uma bateria de Raios X, ficando constatada a fratura da omoplata esquerda, além de contusões generalizadas.

Gigi Villoresi e Ciccio Ascari 

 Antes de ser removido à Casa de Saúde São Sebastião, foi visitado pelo vencedor da Gávea, Gigi Villoresi, que deve ter-lhe dito que teria melhor sorte outra vez. Mas Ascari não retornou ao Brasil. O bicampeão faleceria em circunstâncias até hoje pouco explicadas, seis anos depois e cercado de trágicas coincidências. Seu pai, o também piloto Antonio Ascari, igualmente, morreu aos 36 anos; era o 26º dia do mês e sofreram o acidente após uma curva rápida à esquerda, deixando uma esposa e dois filhos. 


Quanto a mim, inspirei-me a fazer estas mal-traçadas linhas, depois de uma foto que o amigo Rogerio Machado postou no Facebook, mostrando a Maserati de Ascari, acidentada no Rio. 
Antigamente, um piloto ia aonde o povo estava. O título estranho, faz referência a um romance de Mark Sullivan onde Ascari é citado.

Para Yasmin.

CARANGUEJO 


sexta-feira, 28 de março de 2014

Ciccio na Maserati

 Ciccio e Gigi de Maserati A6GCS no GP de Torino 1947, na vitória de Raymond Sommer com a Ferrari 159C Gigi foi sexto e Ciccio 7º.

Outro dia conversando com o Caranguejo dizia querer encontrar algumas fotos do grande Alberto "Ciccio"Ascari na Maserati, pois não é que elas estavam comigo já há  algum tempo! 
E logo na primeira foto que mostro à vocês ele está à frente de seu mentor e amigo Luigi "Gigi" Villoresi, que substituiu seu pai Alberto Ascari morto no acidente no GP de Montlhéry 1924 quando Ciccio era apenas um guri.   


1949 no GP da Inglaterra em Silverstone com a Maserati 4CLT48 segundo lugar na vitória de Gigi Villoresi seu companheiro de equipe.
 GP da Suíça 1948 Ciccio na Maserati 4CLT48 e Charles Pozzi Talbot-Lago T26SS.
 Gigi e Ciccio
O grande Gigi Villoresi

Caranguejo e Rui