A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
Mostrando postagens com marcador Jean Pierre Jarrier. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Jean Pierre Jarrier. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 12 de julho de 2023

VENENO PURO

 

Foto revista Quatro Rodas

 
Luis Antonio Siqueira Veiga o Teleco, para mim um grande amigo, um baita cara, correu no Brasil em diversas categorias, na Divisão 3 sobressaiu-se ao pilotar um VW para a equipe AUTOZOOM com ele correu Alfredo Guarana Menezes dois grandes pilotos rapidíssimos dois amigos queridos, em 1973 foi para a Inglaterra correr na F.3 pela MARCH. Dele escreveremos ainda muitas histórias , esta me contou na época em que a viveu, 35 anos atrás e agora contamos a vocês.

" O ano era 1973 eu corria pela MARCH na F3, meu amigo Jean Pierre Jarrier corria também na MARCH contudo na F2, estávamos saindo da sede da equipe em Biscester, para irmos para minha casa perto de Oxford. Estava de carona com o JP, pois ele dormiria em casa, nosso carro era um Ford RS 3000 e íamos tranquilos,de repente comecei a sentir que ele andava rápido, muito rápido, para nós muito rápido éra muito rápido mesmo. Olhando para trás vejo o motivo, o Ronnie Peterson que também estava na sede da equipe conosco vinha atrás de nós com seu Ford Cortina Lotus e vinha babando, com tudo. Começamos uma corrida muito louca pelas estradas inglesas, aquelas bem apertadas do interior. O Ronnie querendo ultrapassar e o JP segurando, andando de lado, freando no limite, uma loucura. A certa altura, numa saída de curva nosso carro derrapou saindo de traseira para fora da estrada e batendo com a roda traseira esquerda em um buraco, devemos ter andado uns 100m em duas rodas pelos campos. Enfim quando paramos, notamos ser impossível andar, pois havia quebrado uma ponta de eixo, a roda e o pneu rasgado. Pra variar chovia pra caramba! Largamos o carro lá mesmo e tomamos uma carona com o Ronnie, nos divertindo com toda aquela loucura e eu, assustado com tudo aquilo. Meses depois a policia inglesa foi atrás do JP na minha casa, deixando uma intimação policialE olha que a esta altura já éramos profissionais."

--------------------------------------------------------------------------------------------------

Teleco e sua amada Beth, no dia em que casaram.
No dia do casamento Arturão, Ítalo e eu.
Autografando a rélica de seu D3 feita por Guilherme Dacaninni e Ítalo Adami. Arturão e u observamos.
Saudades eternas!
NT: a data da foto está errada, o ano deve ser 2017.


18 de dezembro de 2008 este foi o terceiro post do Histórias, não nos encontrávamos à cerca de cinco anos, mas conversávamos constantemente. Contei-lhe que estava escrevendo e lembrei deste "causo" pedindo que escrevesse para publicar, afinal tínhamos tantas histórias e esta pelo menos era publicável!
Depois estivemos muitas e muitas vezes juntos, rindo e lembrando, junto ao Arturo, Ítalo Adami, que com Robertinho comandava a Autozoom e tantos outros amigos de uma vida. Infelizmente Teleco nos deixou à cerca de cinco anos, Ítalo e Arturão depois.
Hoje quase quinze anos depois mostro novamente o post. Na época quando vinte pessoas acessavam um post era para mim uma grande alegria, hoje com alguns milhões de acessos e posts muito comentados, continuo a escrever com o mesmo espirito do começo, cultuando os amigos e contando as histórias de nossas vidas.
Ao TelecoItalo, Guaraná, Arturão mais que amigos, irmãos de uma vida, minha eterna saudade, e à cada amigo que reencontrei, e aos que aqui fiz meu abraço carinhoso.

 Rui

quinta-feira, 29 de junho de 2023

Ligier JS1, JS2 e JS3

 

O belo JS2  Maserati 2.991cc de J.P Jarrier e J.P. Beltoise nasw 24 Horas du Mans de 1975, quebraram. 


 Final da década de 1960, dois pilotos, esportistas e empresários franceses decidem construir um carro francês para disputar as corridas de Esporte Protótipos, sendo ao mesmo tempo, um carro esporte para uso nas ruas, Jo Schlesser e Guy Ligier haviam competido em várias categorias. Guy havia participado de cerca de uma duzia de corridas na Formula Um, marcando apenas um ponto e Jo em sua terceira corrida na categoria, já perto dos quarenta anos perde a vida justamente no GP da França quando pilotava uma Honda.

Em 1969 Guy consegue terminar o primeiro carro, o  Ligier JS1, que até o final de sua trajetória nas pistas levariam a denominação de JS em homenagem ao amigo e parceiro. A ideia era montar o carro com motor frances, mas sem uma opção competitiva o JS1 usava o motor Ford Corsworth, o mesmo usado na Formula Dois, depois usou o Ford/Weslake.  
O sonho de um motor francês veio com o JS2, quando a Citroen adquiriu a italiana Maserati e com ela veio o motor V6 de três litros que era usado no Citroen-Maserati, usou também o Ford-Cosworth DFV da Formula Um.
Como a categoria Esporte exigia uma quantidade minima de quinhentos carros a serem fabricados eles correram na categoria Protótipos, quando mesmo com o motor Ford Cosworth DFV não conseguiam fazer frente às feras da época, quando enfim a Guerra do Yom Kippur e a crise do petróleo enterraram de vez as belas Ligier JS1/2.

JS1 Ford Cosworth FVC 1.786 de Guy Ligier e Cloude Andruet - 24 Horas de 1970.

JS1

Categoria Protótipo
Construtor Automóveis Ligier
Designer Frus 
Projetista Michel Têtu
Especificações técnicas 
Chassis estrutura de alumínio/poliuretano
Suspensão dianteira - triângulos superiores e inferiores, amortecedores, barra estabizadora e freios a disco.
Suspensão traseira - triângulos superiores e inferiores, amortecedores, barra estabilizadora e freios a disco.
Comprimento - 3.950 mm 
Largura - 1.680 mm 
Altura - 1.110 mm ]
Entre eixos dianteiro - 1.380 mm.  
Entre eixos traseiro - 1.360 mm 
Distância entre eixos 2.300 mm (90,6 pol.) [2]
Motor;
1- 1.598 cc Cosworth FVA
2 - 1.790 cc Cosworth FVC
3 - 2.397 cc  Ford/Weslake V6
4- 2.637 cc Ford RS2.6 V6
Cambio Hewland/Citroën SM 5 marchas
Peso 790 kg 

 JS2
JS2 Maserati 2.991cc de  Guy Chasseuil vencedeor das 4 Horas em Mans 1974. 
JS2 Cosworth DFV 2.993cc de Jean-Louis Lafosse/Guy Chasseuil segundo colocado nas 24 Horas du Mans 1975. 
1.000 KM de Mugello 1975  JS2 Cosweorth DFV com Jean Pierre Jarrier tocando o carro que correu co Jean Pierre Beltoise.



Designer Pietro Frua
Carro esportivo coupé de 2 portas.
Disposição motor central, tração traseira.
Powertrain
Motor
1- 2675 cc Maserati C114-1 DOHC V6 do Citroen Maserati
2- 2965 cc Maserati C114-11 DOHC V6 da Maserati Merak 
3- Ford-Cosworth DFV 2.993 cc 
Transmissão Manual de 5 velocidades
Dimensões
distância entre eixos - 2.350 mm 
Comprimento - 4.250 mm 
Largura -  1.720 mm 
Altura- 1.151 mm 
Peso 980 kg 

JS3
3 Horas Le Mans 1971 - JS3 Cosworth DFV, Guy Ligier foi segundo colocado.
Coupes de Vitesse USA - Guy Ligier tenta fazer a America com o JS3 Cosworth.

Enquanto o JS1/2 foram projetados para categoria Esporte o JS3 era para categoria Protótipo, já nasceu com o motor Ford-Cosworth DFV e seu chassi era uma mistura de honey comb com painéis de alumínio e PVC. Como nos Formula Um da época seu motor fazia parte da estrutura, poucas foram as corridas deste carro.

Pouco tempo depois a Ligier fez história na Formula Um




Rui Amaral Jr

----------------------------------------------------------------------------------------

PS: 1973 - Aos dezenove anos eu tinha cargo de relevo nos negócios que meu pai havia deixado, ia trabalhar de moto ou com outro carro que segundo minha mãe não condizia com a situação.
Certo dia chego em casa e ela havia comprado um Landau, automático obviamente, eu gostava do carro, pois anos antes tivera um Galaxie, acontece que o carro era azul-turquesa com a capota preta que todos ostentavam. Achei horroroso logo que vi, mas usei, lembro que certo dia ao visitar meu amigo Expedito ele olhou o carro e riu.
Um dia chega um funcionário e me conta que um fornecedor que ia sempre receber as faturas (outros tempos! ) era apaixonado pelo carro. Tempos depois me chamam e o "apaixonado", pelo carro obviamente,  queria conversar. Papo vai papo vem, deixei ele sair com o carro, na volta me faz uma proposta irrecusável, afinal o carro era novo.  Um cheque naquele dia e mais dois para trinta e sessenta dias, aceitei na hora, compraria um carro "condizente" de uma cor que gostasse!
Na data de pagamento do segundo cheque estoura a Guerra do Yom Kippur (sem comentários, pois para mim a situação é quase como uma briga em família, sangrenta e inútil, que ceifa vida de irmãos), e a gasolina que custava uns poucos centavos o litro sobe assustadoramente. Trazendo para os dias de hoje é como se para encher o tanque do Landau ( 80 litros se não me falha a memória ) antes custasse uns vinte reais, passou a custar uns duzentos!
O preços daquela categoria de carros despencaram, mas o senhor cumpriu o combinado e deve estar com sua paixão até hoje.
Desculpem se me estendi no post com minha lembrança, apenas me deu vontade de dividir.

Forte abraço a todos

Rui    


segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

PÉ DE CHUMBO

March 732 BMW campeão europeu da F2.


Nosso enfocado atende por esse singelo apelido. Em sua língua pátria, Godasse de Plomb. Outros, devido às oito marcas pelas quais passou entre 1971-1983, o chamam The Jumper, mas é de JEAN PIERRE JARIER de quem falamos. Nascido no dia 10 de julho de 1946, Jarier estava cursando Economia quando demonstrou interesse pela velocidade e como tantos outros como Jean Pierre Beltoise ou François Cevert, começou nas corridas de Moto. Seus país foram contra mas Jean Pierre conseguiu convencê-los de que então deixaria as motocicletas pelos carros – mais seguros, talvez. Sua conversa surtiu efeito e sua mãe até vendeu seu Peugeot para comprar para o filho um Renault Gordini. 

Renault Gordini R8
Tecno F. 3 
Era o ano da graça de 1967 e JPJ dava suas primeiras aceleradas numa categoria própria de estreantes e novatos. No ano seguinte, autopromoveu-se à Fórmula France, em seu primeiro contato com monopostos e após colher suas primeiras vitórias, chegou à Fórmula 3 em 1970, já com o apoio da Equipe Shell Arnold. Terceiro colocado no campeonato francês, sua ascensão prosseguiu na F2 na temporada seguinte, obtendo resultados para a March que o capacitaram para uma estréia na Fórmula 1 no GP de Monza, com um March 701. Nesse primeiro contato, seu resultado não foi mau: largou em último e terminou na 12ª posição, não considerado para a classificação pois ficou a 8 voltas do vencedor Peter Gethin. Mas Emerson Fittipaldi com um Lotus Turbina só ficou quatro posições à sua frente. Uma volta temporária à F2, mais uma vez através da Equipe March em 1972, o tornou melhor preparado para um compromisso duplo com o time em 1973. Nessa temporada, guiou nas duas categorias principais, F1 e F2, e mais do que nunca, conheceu o céu e o inferno. O Céu era o March BMW 732, F2, com o qual teve oito vitórias e conquistou o campeonato europeu; o inferno era o March Cosworth 731, F1, o qual não lhe permitiu sequer pontuar. 


March 731
 Shadow

Pulando já na ponta no GP Brasil 1975, ao lado Emerson e Reutmann um pouco atrás Carlos Pace o vencedor.

Ficou de fora de algumas etapas devido aos compromissos com o Europeu e ainda viu o britânico Roger Williamson sofrer um acidente fatal com seu carro em Zandvoort. Em 1974, na emergente Shadow, finalmente um carro competitivo, mas teve de lidar com um time traumatizado, depois da perda do carismático Peter Revson, treinando em Kyalami. Um terceiro lugar em Montecarlo e uma quinta posição em Anderstorp foi o máximo que conseguiu. Em contrapartida, no Campeonato Mundial de Marcas teve um grande ano com a Matra-Simca MS 670C. Em parceria com Jean Pierre Beltoise venceu os 1.000 Km de Nurburgring, os 1.000 Km de Paul Ricard, os 1.000 Km de Brands Hatch e as 6 Horas de Watkins Glen, além dos 1.000 Km de Spa com Jacky Ickx. 

Matra Simca MS670C em Spa 1977
Alfa Romeo 

Nascia o Godasse de Plomb...Em 1975, Jarier finalmente parecia dispor da equipe que lhe permitiria vencer, bem como do carro certo, o Shadow DN5. Seu começo é arrasador: Pole position em Buenos Aires e também em Interlagos, onde entrou para a história do autódromo ao fazer as Curvas 1 e 2 sem aliviar. Mas a sorte continuava sua madrasta. Na Argentina não conseguiu nem mesmo largar e no Brasil, quebrou nas voltas finais, quando liderava tranquilamente e ao longo da temporada, essa condição não mudou. Jean Pierre só conseguiu um 4º lugar no GP da Espanha em Montjuich, onde a corrida foi encurtada devido ao acidente de Rolf Stommelen e nem mesmo computou a pontuação integral. No final da temporada, a chegada do Shadow-Matra DN7 não melhorou a situação. Utilizado em Osterreichring e em Monza, o carro não chegou ao final em nenhuma dessas ocasiões. Em 1976, a Shadow perdeu seu patrocinador – UOP - e entre os pilotos, algumas comparações de Jarier com Tom Pryce eram favoráveis ao galês, piloto menos exuberante na condução mas mais cauteloso, tanto que vencera a Race of Champions de 1975, corrida extra-campeonato. Logo no início da temporada, show de novo em Interlagos. Volta mais rápida, sempre entre os primeiros e terceira posição garantida até rodar no óleo deixado pelo carro de James Hunt. Ao longo do ano, embora conseguisse terminar mais corridas que na temporada anterior, não pontuou. Chegava ao fim sua história com a Shadow e Jarier foi parar na nova equipe ATS, que havia adquirido os carros da Penske Racing. Mesmo faltando às três etapas iniciais, estreou com um ótimo sexto lugar em Long Beach, fazendo as pazes com a pontuação. Mas o velho PC4 não lhe permitiu grandes vôos e como consolo, só suas vitórias no Mundial de Marcas, nos 500 Km de Dijon-Prenois e nos 500 Km de Paul Ricard, sempre em dupla com Arturo Merzario e conduzindo uma Alfa-Romeo 33SC12. Em 1978, de novo na ATS, sua esperança era de que o novo HS1 fosse competitivo. Mas a equipe alemã tinha um sério problema interno: seu proprietário, Gunther Schmidt. Temperamental, explosivo, nenhum profissional – mecânico, engenheiro ou piloto – trabalhava muito tempo com ele. Após um começo razoável, terminando três das quatro primeiras corridas, JPJ foi demitido por Schmidt, por não ter se classificado para o GP de Mônaco. Surpreendentemente, Gunther o chamaria de volta para o GP da Alemanha. Nos dois meses em que ficou afastado, os problemas do ATS D1 não haviam sido resolvidos. Resultado, nova demissão. Jarier era veloz, mas não mágico...A opinião do próprio JPJ sobre Gunther:”O homem mais louco que já encontrei nas pistas, constantemente mudando de idéia”. O final de ano parecia melancólico para o Pé de Chumbo e sem perspectivas de volta às pistas. Mas houve uma tragédia em Monza. Ronnie Peterson, piloto da Lotus, sofreu um acidente na largada do GP da Itália, que lhe custou a vida. De repente, a Lotus precisava de um piloto substituto para as corridas finais, em Watkins Glen e Montreal, alguém para pilotar a cobiçada Lotus 79, o melhor carro da temporada. Era a oportunidade. 

Monza 1971 a estreia na F. Um, Marcho 701.
JPS em W.Glen 1973.
Monza 1975
 Shadow DN5
Espanha 1976
Montjuic 1978
Mônaco 1978 com o Penske PC4 da ATS
Lotus 1978

No Glen, habituando-se ao Lotus, largou da oitava posição para ocupar o sexto lugar até ter problemas com um pneu. Voltou atrasado mas marcou a volta mais rápida da prova, para alcançar a terceira posição. Faltando quatro voltas, parou sem combustível. Godasse de Plomb estava de volta. Se em Watkins Glen chamou atenção, que dizer de Montreal? Começou marcando a pole position e na corrida, liderando com autoridade até...ficar sem pressão do óleo na volta 49. Parecia ser sua sina. Mas a performance chamou a atenção de Ken Tyrrell, que estava aprontando seu modelo 009 para a temporada seguinte. O Tyrrell 009 era uma cópia deslavada do Lotus 79 e o Tio Ken pensou que seria bom contar com um piloto que já havia conduzido o “carro original”. E lá se foi Jarier para a quinta equipe de sua carreira. Mas não foi um mau negócio. Dois terceiros lugares (Kyalami e Silverstone), dois quintos (Jarama e Dijon) e dois sextos (Long Beach e Monza). Exceto por uma hepatite que o deixou de fora de duas etapas, foi seu melhor ano, com dois pódios e a 11º colocação no campeonato com 14 pontos. Na temporada seguinte, o Tyrrell 010 não foi tão competitivo, mas Jarier fez três quintos lugares, em Zolder, Brands Hatch e Zandvoort. Só que o vento estava mudando. A Tyrrell perdera seu patrocinador e JPJ encarou a possibilidade de ficar parado outra vez. Foi salvo pela Ligier Talbot, que precisava de um substituto para Jean Pierre Jabouille, que havia quebrado as pernas em um acidente no Canadá/80. O Pé de Chumbo fez duas corridas e no Brasil – desta vez em Jacarepaguá – andou bem debaixo de chuva. Poderia ter terminado em sexto, mas recebeu ordens para deixar Jacques Laffitte passá-lo. 


 1982 Ligier JS21
Em Brands Hacth
Osella FA1C em Zandvoort.

Sua aventura em 1981 parecia ter terminado ali, mas Enzo Osella foi buscá-lo para tentar acertar o fraco Osella FA1B. Participou das sete etapas finais e terminou quatro delas entre os dez primeiros e permaneceu no time italiano na temporada seguinte, quando mais uma vez, teve de motivar uma equipe enlutada pela perda de um piloto, no caso, Riccardo Paletti. Uma tarefa dificultada pelo novo Osella FA1C. Ainda assim, conseguiu a melhor colocação da equipe com sua quarta posição no GP de San Marino, boicotado pela maioria das equipes britânicas. Nas demais etapas foram nove quebras, um bom motivo para aceitar a oferta da Ligier para 1983. Reforçando sua ligação com o Brasil – o piloto paulista Luiz Antonio Siqueira Veiga, o Teleco é seu grande amigo – na Ligier, Jarier teria a companhia de Raul Boesel e o patrocínio da EMBRATUR e do Instituto Brasileiro do Café. Mas na Ligier ele se viu às voltas com outro chefe de equipe intratável, como Gunther da ATS, desta vez, Guy Ligier. O modelo JS21 era empurrado por um motor Cosworth V8, quando o uso do motor Turbo já era corriqueiro no grid. Isso garantiu uma temporada apagada, onde a melhor colocação do Pé de Chumbo foi um sétimo lugar em Osterreichring. Era a hora de se reinventar. Seu último GP foi em Kyalami, onde completou em décimo lugar. Sem conseguir afastar-se totalmente das pistas, tornou-se competidor regular da Porsche Supercup e em 1998-99 venceu o campeonato francês de GT. Além de ter atuado como consultor do filme “Ronin”, sobreviveu a um acidente de helicóptero em 1994 e hoje dedica-se ao cultivo de oliveiras. Sempre foi e sempre será, Godasse de Plomb.



CARANGUEJO


 Jarrier tocando um sidecar.
Porsche


Entre os fatos que ligam Jean Pierre Jarier ao Brasil, está uma história na qual ele tem uma participação indireta. Ano de 1974, estréia de Jarier na Shadow na pista de Buenos Aires. Devido à hierarquia, Revson, primeiro piloto, está com o novo DN3 e o Pé de Chumbo com o DN1. Largam, enrosco na primeira curva, Regazzoni e Revson vão parar fora da pista. Quando o norte-americano está voltando é abalroado por...Jean Pierre Jarier. Abandono prematuro dos dois, o DN1 destruído acompanha a Equipe na etapa seguinte em Interlagos, onde teria “sumido” dos boxes por conta de uma “operação secreta” conduzida pelo folclórico Cardoso. Dizem que o Comendador Benjamin Rangel foi uma testemunha do ocorrido, mas leal como sempre, se sabe alguma coisa, não diz...

Aos amigos Luiz "Guima" Guimarães e J.P, Calvignac 


No link uma pequena história do J.P. e Teleco...


terça-feira, 16 de dezembro de 2008

VENENO PURO


Luis Antonio Siqueira Veiga o Teleco para mim um grande amigo , um baita cara ,correu no Brasil em diversas categorias , na Divisão 3 sobressaiu-se ao pilotar um VW para a equipe AUTOZOOM com ele correu Alfredo Guarana Menezes dois grandes pilotos rapidíssimos , em 1973 foi para a Inglaterra correr na F3 pela MARCH. Dele escreveremos ainda muitas histórias , esta me contou na época em que a viveu , 35 anos atrás e agora estamos contando a vocês.

" O ano era 1973 eu corria pela MARCH na F3 , meu amigo Jean Pierre Jarrier corria também na MARCH só que na F2 , estávamos saindo da sede da equipe em Biscester , para irmos para minha casa perto de Oxford .Estava de carona com o JP pois ele dormiria em casa , nosso carro era um Ford RS 3000 e íamos tranquilos ,de repente comecei a sentir que ele andava rápido , muito rápido , para nós muito rápido era muito rápido mesmo . Olhando para trás vejo o motivo , o Ronnie Peterson que também estava na sede da equipe connosco , vinha atrás de nós com seu Ford Cortina Lotus e vinha babando , com tudo . Começamos uma corrida muito louca pelas estradas inglesas , aquelas bem apertadas do interior . O Ronnie querendo ultrapassar e o JP segurando , andando de lado , freando no limite , uma loucura . A certa altura , numa saída de curva nosso carro derrapou saindo de traseira para fora da estrada e batendo com a roda traseira esquerda em um buraco , devemos ter andado uns 100m em duas rodas pelos campos . Enfim quando paramos , notamos que era impossível andar , pois havia quebrado uma ponta de eixo , a roda e o pneu rasgado . Pra variar chovia pra caramba , largamos o carro lá mesmo e tomamos uma carona com o Ronnie , nos divertindo com toda aquela loucura e eu , assustado com tudo aquilo . Meses depois a policia inglesa foi atrás do JP na minha casa , deixando uma intimação policial . E olha que a esta altura já éramos profissionais. "