A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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sexta-feira, 14 de abril de 2023

Saudades

 



Hoje estava separando algumas “cornetas” de nossos VW D3 então aparece esta foto e as lembranças, as boas lembranças tomam conta de meus pensamentos.

Corri talvez sete ou oito corridas com ele em 1982 e depois as Mil Milhas Brasileiras de 1984, são poucas as fotos de meu arquivo e nenhuma outra referência, nas poucas fotos duas ou três de pódios e uma página de resultados, que não encontrei, onde faço a melhor volta da corrida com o tempo para Interlagos, o original, de 3`23” alto, se não me engano recorde da categoria.

Reparo em tudo...No para-lamas dianteiro aqueles dois tubos cruzados que seguravam a abertura e soltavam à cada corrida e eram constantemente soldados, nunca lembramos de colocar uma mola para absorver a vibração, ou se lembramos deixamos de fazer pois coisas mais importantes tomavam nosso tempo, ao lado o nome de meu querido Chapa – Flávio Cuono – que com tanta competência fazia meus motores, e me aturava e ainda atura!

O nome no teto com o tipo sanguíneo muito perto e que uma de minhas sogras perguntava “Amaral O+?????”, abaixo o buraco no acrílico que mal dava para resfriar o interior em dias de muito calor, no lado esquerdo um igual. A porta que sem as estruturas das originais era tão finas e leves, que apesar da maçaneta tinham por dentro uma tranca para não saírem voando.  

As lindas rodas Scorro que nunca pintei o centro de prateado para mostrar sua beleza, calçadas nos pneus Maggion.

Lá dentro me vejo com o cinto de segurança Willians mas como vocês podem ver o pescoço livre pois pasmem os senhores corria com um banco de kart, algo impensável nos dias atuais. O rígido Sto. Antonio ancorado em seis pontos e com vários reforços, abaixo do volante, nas portas, ligando os pontos traseiros. Meu capacete Bell Star sempre com a viseira aberta para não embaciar os óculos quando andava em carros fechados, na certa estou olhando o contagiros Jones ou os relógios de temperatura e pressão de óleo. “Embaciar” era assim que falava meu amigo Expedito Marazzi.

Vejo o volante Fittipaldi que tanto gostava e as luvas vermelhas Simpson que ainda hoje estão com meu amigo Ricardo.

Aquela entrada de ar e a grade na tampa traseira, para ajudar na refrigeração daquele canhão preparado pelo Chapa, eram mais de 150 hps, as bocas dos Weber 48 aparecendo, querendo sugar o ar para alimentar a usina. Vejo o escapamento cruzado e noto uma aba no contorno da carroceria que havia esquecido, assim como aquelas alças que prendiam a tampa.

É... Saudades!

 

Rui Amaral Jr               


terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Quebrando...

Foi ali naquela janelinha que tentei acertar o retrovisor!

Confesso a vocês que não tenho a mínima ideia de quantas vezes quebrei, meus arquivos de corridas desapareceram e garanto que foram mais de setenta por cento das vezes em que larguei, algumas como a Copa Brasil de 1972 nem cheguei a largar.

Lembro uma vez em 1971 ainda novato quando uma correia de meu VW D3 pulou, era Porsche a correia comprada na Dacon por uma bela grana, quem me devolveu foi meu amigo Julio Caio que estava com sua mãe e pai e na época corria de kart.

De 1978/79 não tenho ideia e pouco lembro, ah! Aquele dia em que testava um comando de válvulas novo e se não me engano uma relação de marchas um pouco mais curta, o Chapa mandou que desse duas voltas para conferir as válvulas e quando fui colocar as luvas chiou e disse “vai sem luvas mesmo....”, na época a saída dos boxes em Interlagos contornava a curva Um por dentro, um muro as separava. Pois bem...ao olhar o retrovisor de meu lado vi que estava desregulado e enfiei minha mão na janelinha do acrílico para ajustar, e meu relógio, um presente de minha mãe ameaçou cair, ao tentar segura-lo enfiei o pé no acelerador e o motor que tinha se tanto quatrocentos metros de pista foi para o espaço. O contagiros marcava algo como 9.000 rpm, quando enfiei a mão atrás do mesmo para procurar a chave de retorno da espia não encontrei, o Chapa havia guardado com ele, da bronca que levei faço absoluta questão de não lembrar, apenas que fiquei macambuzio no box enquanto um novo motor era colocado.


Parado entre o Sargento e o Laranja.


Esta foto é de 1982 na TEP/D3, minha primeira corrida na temporada, vinha brigando pelo segundo lugar quando na saída do Sargento, na reta que levava ao Laranja o motor apagou. Esforçando a memoria e agora escrevendo penso que foi a bomba elétrica de combustível logo depois trocada por uma de Cesna.



Edião, eu e Chapa. Sinceramente, gosto do Chapa como um irmão bem mais velho, mas ele não precisava ficar com a chave do contagiros nem dar tanta bronca!

 

“Rui, vai no Campo de Marte e compra uma bomba de Cessna...”, e a mando do Chapa lá fui eu, sem saber o modelo da aeronave comprei uma que conversando com o vendedor pensei ser a certa. Bomba nova fui ligar o motor, chave de ignição ligada quando liguei a da bomba só um barulho esquisito, ao apertar o botão de partida nada! Não vinha o combustível. Algumas tentativas e o Chapa resolve abrir um dos Weber 48, a boia da cuba estava parecendo um papelão, amassadinha que só ela, no outro a mesma coisa. Tinha comprado a bomba de alimentação do motor, com uma pressão talvez umas dez vezes da que precisávamos. Lembro que voltei e conversando com o vendedor troquei por uma de transferência de combustível entre os tanques que foi a que usei durante a temporada, foi muito gentil o vendedor em aceitar uma peça cuja caixa havia sido aberta.

 

E por aí vai...


A você Chapa, amigo querido de tanto tempo.

 

Rui Amaral Jr      


 

terça-feira, 18 de outubro de 2016

D3...


Lembro muito bem...tinha dezoito anos e havia estreado talvez um mes antes na D1, agora havia alugado aquele VW D3 da equipe do Pedro Victor pintado como todos carros da equipe e de sobra com o número que o campeão usava em seu Opala D3.
Quando vi o carro fiquei louco, aquelas rodas Scorro com  pneus Pirelli Cinturato 165/13 na dianteira e 185/13 na traseira, o banco concha o volante Fittipaldi e aquela usina de forção atrás com dois Weber 48 IDF e escamento quatro em um e o cambio uma Caixa 3 da MM.Talvez aquele motor tivesse uns 90/95hp e mais tarde pilotei com os mesmos motores de 1.600cc com cerca de 150hp.
No primeiro treino vesti o macacão e capacete, sentei naquele banco concha, atei o cinto abdominal e lá fui eu...acelerei para limpar aquela primeira muito longa ainda na saída dos boxes, saí dos boxes ainda em primeira olhando para ver se não vinha ninguém muito rápido na curva UM, naquela época a saída dos boxes era quase no ponto de tangencia da curva.
Segui na linha que demarcava a saída dos boxes já em segunda, sentindo a força daquele motorzinho e principalmente aque cambio onde uma marcha era muito perto da outra.
O contagiros não funcionava e o Pedro havia me dito para trocar as marchas de ouvido, era apenas minha segunda corrida mas já sabia quando um motor chegava ao seu limite...segunda, terceira e já estava no começo do Retão para logo em seguida enfiar a quarta o carrinho acelerando sempre...
Era muito diferente de tudo que havia guiado até então, mesmo com os freios de tambores freava lá dentro na curva Três...entrava na Ferradura acelerando para na segunda perna reduzir de quarta para segunda a mesma coisa que fazia na curva do Sargento...enfiar a primeira na entrada da curva do S e já fazer o Pinheirinho em seugunda...terceira na saída dele e novamente primeira na entrada do Bico de Pato...

É eu me lembro muito bem...

Aos meus amigos Caíto Telles preparador da euipe e Tito que reproduziu o carro do qual não tenho nenhuma foto. 

Rui Amaral Jr

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Dos tempos da Divisão 3....

 Pedro Victor de Lamare no primeiro Opala preparado pelo Caíto.

 Já faz décadas que, lá em 1970  e início, na extinta categoria Divisão 3 surgiam os primeiros Opalas preparados para pista...

Eles estão de volta, na nova categoria que tem feito enorme sucesso.  A Old Stock Race.


Logo na Etapa teste se demonstrou o sucesso da categoria, lotando o Autódromo com mais de 10 mil pessoas, coisa que a mais de uma década não acontecia a não ser durante a Formula 1.  Logo me recordei dos grandes carros do período, o imbatível Opala 84 pilotado por Pedro Victor De Lamare e preparado pelo “ Caíto” Caio Luiz Mattos de Queiroz Telles.

Pedro já no duas portas.

Caíto trabalhando no Opala D3 da Equipe Itacolomy.
 O  Avallone D4 com motor Opala 6 cilindros de Pedro Victor preparado por Caíto.
O belo Fúria Opala de Pedro Victor também preparado por Caíto. 
O Stock de Moutinho preparado por Caíto, na corrida em Estoril.
 Meu amigo Caíto observa o trabalho no novo OLd Stock que faz com Vinicius Lossaco e seu filho Rodrigo, conheço ele há mais de 45 anos e o cara não envelhece!

Cabeçotes preparados por eles...aí tem mão santa!

Ele vai voltar às pistas. Não Pedro Victor, mas Caíto. Com sua nova equipe, a C&R Competições ( Que significa Caíto e Rodrigo, Seu filho)  mais um Opala vai para as pistas em breve.
Caíto, Rodrigo seu filho, e outra lenda da preparação de motores, Vinicius Losacco, embarcaram nesta categoria e estão finalizando o carro.  A expectativa é que ande já na 4ª. Etapa.  O número escolhido é o 48, número que Rodrigo sempre usou em seus outros carros ( Na oficina há 3 gerações distintas dos protótipos Aldee  que marcaram época, um Clio da extinta copa Clio e o brinquedinho do Caíto, um Opel Olimpia 68 com o qual competia nos primórdios do que é hoje a Classic cup, que no inicio da década de 90 era conhecida como fórmula classic, invenção da APCAH – Associação de Pilotos de Carros Antigos e Históricos. O Carrinho andava, deixando Porshe 914 para trás...

 A categoria está bem organizada, alinhando em média 23 carros, dos 32 prontos, (tem por volta de mais 10 sendo construídos) gravando as próprias provas para exibi-las em breve para todos, e irá sortear diversos brindes para o público. Além disto, haverá o sorteio de uma moto ainda este ano. Coisa rara no automobilismo hoje em dia tamanho investimento e carinho com um publico fiel de quem não é cobrado nada para assistir às provas.

Nas duas primeiras etapas sobrou emoção. Intensa disputa e troca de posições, muitas curvas divididas, rodadas,  batidas leves e fortes, provenientes de erros ou simplesmente de disputas de posição, os carros saindo de frente e de traseira... é preciso muito mais braço do que motor para vencer nesta categoria. Não que a fera seja mansa, são aproximadamente 280, 300cv de potência tentando sair pelo diferencial de uma vez só.

Enfim, Vale a pena ir conferir ao vivo os pegas na pista, é um retorno no tempo e uma emoção de se ver disputas como a muito tempo não havia nas pistas.

Organizados também são os pilotos. Encabeçados por Rodrigo Telles, Nelson Sant´Anna Marcos Maragno, José Curado, Rodrigo Helal, Robson Molly e Regina Calderoni, Eles fundaram a Associação de pilotos de Automobilismo da Old Stock Race. Já são reconhecidos pela FASP e pela diretoria da categoria e conseguiram muitas coisas em pouco tempo.

Com mais de 20 pilotos no momento, o intuito é de colaborar e engrandecer ainda mais o espetáculo,  e eles tem conseguido. Já nesta 3ª etapa que ocorrerá no próximo domingo, 05 de junho em Interlagos, haverá show de acrobacias sobre motos e sorteio de brindes. Tudo proposto pela associação, e aprovado e supervisionado pela direção da categoria e pela FASP.

Parabéns aos pilotos e à diretoria!

Rui Amaral Jr


quarta-feira, 11 de maio de 2016

Equipe Marazzi Amaral.

Talvez seja este VW que vai à frente que o Expedito e eu transformamos no D3.
Num destes experimentamos as belas rodas Scorro com os Pirelli Corsa...
Está complicado ver, mas nesta foto estou no D3 que fizemos correndo a Copa Brasil de 1972...

Devia ser 1974, Expedito tinha um posto de gasolina da Shell, na rua Heitor Penteado, 1720 no Sumarezinho. Um dos boxes do posto, estava com o elevador quebrado, era um daqueles elevadores enormes movido a ar comprimido, ali, Expedito acabou fazendo uma pequena oficina, onde guardava o “Fumacinha”, seu formula Brasil e uma tralhas que antes ficavam na garagem da sua casa.
Foi nesse posto que conheci o Rui Amaral. Nessa época, ele havia se associado com o Expedito para montar a equipe Marazzi-Amaral de divisão 3. Logo, um Fusca 1963 foi comprado, era um carro de cor verde claro e a transformação começou. Logico, Gabriel e eu não perdíamos uma oportunidade de ir ao posto ver o andamento da construção do bólido. Um mecânico, de apelido “Alemão” foi contratado. Com o tempo, o carro foi sendo modificado, um radiador de óleo foi instalado dentro do porta malas a meia altura, junto com uma entrada de ar de alumínio, ficou bonito. O primeiro problema foi a instalação do tanque de gasolina de 60 litros, ele não entrava, só caberia num Fusca 1964, que tinha uma maior capacidade. Expedito lamentou, pois em corridas longas, o carro teria que parar mais vezes, então, sugeri que se cortasse a carroceria, seria a solução, mas, como não tinham, a curto prazo, a intenção de correr longas provas, o tanque pequeno ficou, depois resolveriam o problema com mais calma.
O motor foi montado e, na primeira vez que foi ligado, lógico que eu estava lá. Era uma noite de chuva fina e frio, típica de São Paulo daquela época. Logo um problema apareceu. Eu, na época, não entendi o que estava acontecendo, mas pelo que lembro, saía umas chamas pequenas em algum lugar por baixo do motor ou algo assim. Expedito foi chamado, viu o problema, mas também não entendeu o que estava acontecendo, então, resolveu chamar o seu sogro, um mecânico de mão cheia. Rui disse que ia sair e consultar um amigo de apelido “Violão”, e eu, logico fui com ele e o Alemão até a casa do tal consultor. Me lembro que a casa do cara ficava ali perto, numa ladeira bem radical. O Violão tinha um Fusca de cor “café com leite”, mas um DoubleWindows todo mexido, lindo carro. A oficina dele era típica de quem tem paixão por carros, cheia de peças e muitas ferramentas. Os três se reuniram para achar o problema, eu, ficava por perto só ouvindo. Violão achou melhor ir ao posto para ver o qual era o problema.Já no posto, nova reunião e depois de um tempo, chegaram à conclusão que era alguma coisa com óleo subindo para o cabeçote ou algo assim, realmente nunca fiquei sabendo o que realmente aconteceu. Logo depois, meu irmão chegou, ficou por cinco minutos e me levou embora sob meus intensos protestos.
Dias depois, numa tarde fui com o Expedito e Gabriel para o posto pois as rodas e os pneus haviam chegado. Quando viu as caixas das rodas, Marazzi parecia criança em noite de Natal que acabou de ganhar seu primeiro autorama. Abriu as caixas rapidamente, chamou um funcionário do posto e pediu que ele montasse os pneus nas rodas, ordem logo frustrada pelo Rui.
-Calma Marazzi, isso não pode ser assim. Vou mandar montar e balancear.
Expedito imitando uma criança, fingia choramingar e repetia sem parar...
-Mas eu quero, eu quero...
Porem, prevaleceu o bom senso do Rui.
                Dois dias depois, as rodas estavam montadas e balanceadas, mais uma vez, fui para o posto. Expedito chegou logo depois, e novamente virou uma criança. Chamou o mesmo funcionário e pediu para que ele colocasse as rodas no fusca, e novamente foi contrariado pelo Rui.
-Expedito, não vai caber, a carroceria não está pronta, vai raspar nos para-lamas...não dá... deixa as rodas quietas...
-Mas precisamos saber se realmente estão balanceadas...
Foi a desculpa do Marazzi, que realmente era uma criança nessas horas. Talvez, só para satisfazer o Expedito, Rui autorizou a monta-las no Fumacinha. Pronto, festa no box do posto...
-Ebaaaa....Vamos, vamos, vamos montar... anda, anda, anda...Pega a chave de rodas... Vamos, vamos... vamos montar...
E assim, o jogo foi montado no Fumacinha. Ficou lindo o “formulinha” com aqueles pneus enormes. Logico, sobre a desculpas de ver se estavam balanceados, lá foi o Expedito para a rua com o Fumacinha... Era hilário ver aquele carrinho andando na Heitor Penteado ao lado daqueles CMTC enormes. Todo mundo olhava num misto de surpresa e alegria. Rui também tentou andar com o carro, mas devido a sua estatura, ele mal entrava no formula. Acho que nem saiu do lugar, ou deu uma volta dentro do posto e desistiu.
                O carro foi para funilaria e pintura. Foi pintado de amarelo e azul com o mesmo layout dos carros do curso de pilotagem, igual ao da foto. Na época, ainda não se alargavam os para-lamas, foi colocado uma aba que rodeava o carro servido para cobrir os largos pneus e na frente como spoiler.  Ficou bonito. No interior, quatro bancos, um parecido com bancos de kart para o piloto e os outros três, eram aquelas cadeiras de plástico, muito comum nas lanchonetes da época. Acho que era uma estupida exigência do regulamento, me lembro que o #29 do Guaraná também tinha. Alguns relógios extras no painel pouco modificado, Santo Antônio e extintor, atrás, no chiqueirinho, o reservatório de óleo.
                Não fui no primeiro teste, mas o Gabriel foi e me contou uma história inusitada. O Alemão foi dirigindo o carro, Gabriel ao seu lado no banco de lanchonete. Rui naturalmente, estava em outro carro com o Expedito. Quando trafegavam pela marginal de Pinheiros, Gabriel vê um pneu passando pelo carro:
-Ih, olha uma roda...
Alemão olha e responde...
-É...
O carro anda mais alguns metros e “buummm”... A traseira arreia...
-É, acho que era a nossa roda...
Completa o Alemão.
A roda foi para longe, e os dois ficaram esperando o Rui ir buscar, dar toda a volta para recoloca-la e prosseguirem.
Não me lembro como foi o teste, claro que devo ter feito mil perguntas, mas realmente não me recordo de nada.
                Num sábado, estava em casa quando ouvi o ronco do D3 chegando, meu pai, eu e meu irmão Beto fomos para a rua. Era o dia da estreia do bólido. O carro estava parado em frente à casa do Expedito, Rui dirigia e Alemão ao seu lado. Expedito saiu de casa carregando umas três latas de aditivos, Winner, STP e Molykote. Explicou onde era para colocar os óleos, Alemão indagou que precisaria de mais óleo para o motor. Marazzi mandou que ele pegasse no posto. Assim, Rui deixou rolar o carro, fez o contorno na entrada da rua Florália e subiu a Ibiraçu acelerando. Ficamos olhando os movimentos do carro parados no meio da rua, quando ele entrou na Cerro Cora e sumiu, meu pai comentou:
-Está bonito o carro.
Marazzi respondeu:
, está bonito, vamos ver se anda.
Foi a última vez que vi o carro.
Não sei como foi a sua estreia, e sei que logo depois a equipe acabou por algum motivo que só o Rui pode esclarecer, mas não faz a mínima diferença. Foi bem legal acompanhar a construção desse lindo carrinho. Pena que não há fotos dele. Quem sabe, agora apareça alguma.
Um forte e veloz abraço a todos.

Mario Marcio "Cuca" Souto Maior

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Algumas considerações; a ano foi 1972, as rodas o Expedito e eu compramos na Scorro do Marco Grilli, eram de 10 pol de largura, os pneus fomos buscar na Pirelli e eram os Pirelli Corça de competição que logo ficaram obsoletos com a chegada dos slick, com este carro  corri a Copa Brasil de 1972 depois parei e voltei às pistas anos depois...
Ainda ontem no cockteil do lançamento dos 500 KM de São Paulo o Gabriel e eu falávamos de seu pai e do Cuca quando alguém ao nosso lado disse ser fã do Expedito o mesmo que alguém escreveu ontem em um post meu...Gabriel lembrou que seu pai morreu aos 53 e para as lágrimas não descerem comentei em como o Cuca e ele que são sete anos mais novos que eu me perturbavam nesta época!
Expedito era 15 anos mais velho que eu, e descaradamente o chamava de Velho, e a descrição do Cuca mostra perfeitamente seu espirito! 
Hoje abro o texto do Cuca e ele conta justamente daquela época tão boa, obrigado Cuca pelo carinho deste tão gostoso texto!
Dedico estas pequenas considerações aos queridos amigos de uma vida Cuca e Gabriel e à memoria do Expedito, sempre lembrado em nossos papos, de quem fui fã e tive o privilégio de ser amigo!

Rui Amaral Jr 

   



segunda-feira, 6 de julho de 2009

Junior Lara Campos

Junior Lara Campos , e o carro do Amador .

Hoje pela manhã quando abri meu e-mail lá estava esta foto do Júnior . Agora há pouco estava compenetrado escrevendo sobre Watkins Glen ( fica para amanhã ) me liga o Júnior rindo me contando o que aconteceu na corrida . O Manduca já tinha me contado alguma coisa , mais foi a muito tempo .
" Tinha sido convidado pelo Amador para esta corrida , o carro era dele , na mesma equipe estava o Manduca , namorado de minha irmã Lia , era minha primeira corrida como PC . Depois da classificação foi uma baita confusão , o carro tinha o teto rebaixado ( notem na foto ) e queriam me desclassificar , depois de tudo acertado fui jogado para ultima fila . O carro era bom e seu motor um canhão , na largada estava perto do Manduca e largamos bem ultrapassando um monte de carros . Na freada da curva "Três" já devíamos estar entre os dez , eu embutido no Manduca , quando percebi ele estava freando !!!!. Foi aquela pancada , saímos rodando e acabamos batendo no guard rail da "Três" ali terminava nossa corrida . Quando voltei para o box o Amador estava uma fera , tinha destruído seu carro ". Luiz Carlos Lara Campos Junior .
N.T. O Manduca me contou que depois da batida , os dois tinham pulado o muro da "Três" e ido embora , agora o Júnior me diz que voltaram ao box . Mais tarde falo com o Manduca e peço sua versão desta história . Agora pensando bem imagino a cara do Lulu , pai do Júnior , depois desta lambança . Eu teria pulado o muro!!! Valeu Júnior .

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

CHAPA




Seu nome é Flávio ele e sua mulher Mari são meus amigos a mais de trinta anos , preparou o primeiro motor para mim em 1977 , já fazia naquela época motores fortíssimos , se juntos não ganhamos nenhuma corrida , podem ter certeza que a culpa não foi dele.

Em 1982 resolvi fazer uma temporada na Turismo Especial Paulista que nada mais era que a D3 , amortecedores nacionais , cambio de 4 marchas , pneus slic da Pneubras , e outras modificações para baixar o custo da categoria.

Tínhamos feito já duas corridas da temporada , o Carlão tinha feito para mim um ótimo acerto de chassi , na corrida inicial quebrei quando disputava a segunda colocação , na segunda corrida fui terceiro ,atrás do Mogames e do Laercio , só que tínhamos feito a melhor volta da corrida .

O Carlão em Portugal com a Stock Car marcamos um treino o Chapa e eu para o meio da semana , íamos testar três motores , com diferentes configurações que ele havia preparado.

Os motores tínhamos ido buscar no dia anterior , o Chapa os tinha montado na SALECAR de nossos amigos Marcos , Arno e Fabinho Levorin .

Cedo naquele dia fui busca-lo na Freguesia do Ó onde ainda hoje é sua oficina , eu morava na V Olímpia e íamos para Interlagos , pensem só na volta que dei. Carro na carreta , dois motores para testar , um jogo de pneus , um monte de tralha mais dois ajudantes e fomos embora para a pista.

Já na marginal , ele guiando a Caravan branca , puxando a carreta com o Fusca , me falava a cada cinco minutos " tem um fusca vermelho nos seguindo" , eu todo feliz pensava ,"que bom três motores , dois jogos de pneus , um monte de tralhas , o autodromo quase que só para nós , vai dar para andar o dia inteiro".

Arrumado o box , a esta altura ele já tinha queimado meu anorak vermelho , preto e branco no escapamento do carro , logo ele que é corintiano . "Vai se trocar" obedeci ,coloquei macacão , entrei no carro , um ajudante afivelou meu cinto , e ele ordenou "ignição" , colocando o capacete outra ordem , "liga o motor" liguei o motor que já havia sido esquentado e lá vem outra ordem "sai".

Ai começou toda confusão , engatei a primeira , fui tirando o pé da embreagem bem de vagar , por causa da caixa 3 , e nada do carro sair ,coloquei segunda e nada , ele lá fora gesticulava ,e falava alguma coisa , mais não dava para ouvir por causa do barulho do motor . Gesticulei que as marchas não estavam entrando , ele uma fera colocou meio corpo para dentro do carro engatava as marchas , e me mandava tirar o pé da embreagem . Desliguei o motor , e num lampejo lhe disse , "está sem o disco de fricção" pra que ,ele ficou uma fera ,falou um monte de bobagem , até que eu disse "olha nos outros motores". Nenhum deles tinha o tal disco de fricção , colocaram o platô e num descuido esqueceram os discos .

Desci do carro e eu que não sou de maltratar os carros , eles nos dão as vitórias , as derrotas na maioria das vezes é nossa culpa , bati a porta que era bem leve com força , ele me olhou e disse "vou arranjar um disco" , mais aquela altura o treino já estava arruinado.

Voltando para oficina pela marginal , eu já fulo da vida desci do carro e fui para casa de táxi , não sem antes falar uns impropérios a ele . Esta é a parte da história que ele conta até hoje , só os meus impropérios e ainda reclama , por eu ter descido do carro na marginal .

Este é o Chapa , amigão , de tanto tempo .