A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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quarta-feira, 19 de maio de 2021

UMA HISTÓRIA dentro de OUTRAS HISTÓRIAS - Conta Chico.

 

Lotus 18/DKW Formula Junior.

1960 - Jim Clark e o Lotus 18 Formula Junior.



O tema é a da FORMULA JUNIOR que a perdemos tempos atrás. 
Existente na EUROPA , foi a categoria percursora da FÓRMULA 3 // 1 litro que tantos pilotos excelentes nasceram dela.

        O Barão Manuel de TEFFE , o idealizador do Circuito da Gávea , fez ver a CHICO LANDI a necessidade de se ter uma categoria barata para novos valores aparecerem no cenário do automobilismo de competição brasileiro . Segundo TEFFE , não eram todos que poderiam ter uma FERRARI ou MASERATI para correr.

Bird, Letry e o Formula Junior com motor DKW/Vemag.
Letry, Bird e Marinho - Mario Cesar de Camargo Filho.


         SEU CHICO LANDI, aliado a TONI BIANCO colocou esse projeto em andamento construindo cinco autos com motores RENAULT GORDINI e DKW ambos de 1 litro de cilindrada, e mais dois, sendo um com motor SIMCA e outro com ALFA ROMEO JK , sendo estes dois autos concorreriam na classe das""" MECANICA NACIONAL """..

"Seu" Chico no Landi/Bianco, este com motor Alfa.
Toni Bianco com a gola levantada, Christian Heins...
Ludovino Perez e o Formula Junior com motor Gordini. 

          A nossa FÓRMULA  JUNIOR tinha o mesma regulamento da categoria EUROPEIA , o que iria abrir já no começo dos anos 60 um leque de oportunidades imensurável para o nosso automobilismo. Com o tempo, poder-se-ia ter pilotos brasileiros levando seus autos LANDI // BIANCO e de outros construtores para competir na EUROPA ..... Imaginem isso nos anos 60 ......!!!!!
           Para corroborar essas possibilidades houve um aparte muito interessante. COLIN CHAPMAM, o mago da LOTUS CARS, soube que por aqui o Departamento técnico da EQUIPE VEMAG havia conseguido potências de até 107 CVS em seus motores de 1.0 litro, potência está significativamente superior aos motores ANGLIA  que as LOTUS FORMULA JUNIOR usavam.

            O ENG SR BALDER , pai do piloto JAN BALDER e o ENG OTTO KUTNER , chamados por CHAPMAN, foram até a INGLATERRA para conversarem sobre a possibilidade de mandarem do BRASIL seus motores ...... !!!!! Volto a lembrar , isso nos anos 60 .....!!!! Da até arrepio só de se imaginar .....!!!!   Mas , {{{ sempre temos um MAS }}} houve uma vírgula nessa história ......

             A  AUTO UNION , detentora entre outras marcas da DKW, se posicionou autorizando essa operação se os motores fizessem um itinerário um pouco mais longo ..... BRASIL // ALEMANHA // INGLATERRA , o que a EQUIPE  VEMAG não concordou .... !!!!!

             Tanto na parte de motores como de chassis e de pilotos poderíamos estar extremamente bem situados internacionalmente naquela época .....!!!!

              Já tínhamos tido uma vitória na categoria da FORMULA JUNIOR em MESSINA nas duas principais posições ..... Em P 1 FRITZ  D' OREY e CHRISTIAN  HEINS em P 2 com autos STANGUELLINE // FIAT , estes ainda com motores dianteiros ......!!!!


O primeiro Stanguellini/Formula Junior, ainda com motor dianteiro.
Stanguellini/Formula Junior, já com motor traseiro.


               A FORMULA JUNIOR 1.0 por aqui , demonstrou uma total falta de visão de nossos cartolas ...... !!!! Sempre eles ....


                 E' só imaginar o que poderia ter ocorrido  !!!!!!!


                                                         Abraço , Chico Lameirão

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 Peço licença para comentar no texto de meu amigo Chico.
Nas duas fotos abaixo o Formula Junior totalmente desenvolvido por ele e que repousa em sua oficina esperando que nossos dirigentes criem uma categoria multimarcas, para o desenvolvimento de nossos pilotos.

Conversando ontem com ele soube que nosso amigo Jan tem um filme da ida de seu pai e o engenheiro Otto à Inglaterra e a conversa com Colin.

Como vocês poderão ver nos links abaixo, onde pesquisei para este post, a Formula Junior corria com motores de 1.000cc, 1.100cc e 1.200cc sendo a adição de peso para os motores com mais cilindrada uma forma de equilíbrio.

Agradeço ao grande Bird as fotos de seu arquivo.

link 

link

LINK

Rui Amaral Jr



 


 

terça-feira, 27 de outubro de 2020

GP da Venezuela 1955

 

#20 Luigi Musso, #18 Fangio, #6 Phil Hill...

#10 Alfonso De Portago, #18 Fangio e #20 Musso.


1955 a Venezuela nadava em petróleo.

Antes que alguém venha dizer que faço apologia a corridas em ditaduras, quero declarar que sou de direita, e acredito que apenas na democracia podemos levar uma nação a um porto seguro.

Outra época! Fangio testa a Ferrari 750 Monza que foi usada por Portago!

Nesta época extraiam cerca de dois milhões e meio de barris por dia, e o preço do barril era mais ou menos  US$2,00 - dois dólares -, isto a um quarteirão e meio dos EUA, então seus maiores compradores, era então a quarta economia do planeta. Hoje com um “governo progressista” não extraem nem cem mil barris!

Ao contrário de Cuba onde as corridas eram na pré temporada européia, na Venezuela eram ao final da temporada.

E grande parte da nata do automobilismo estava inscrita.

2-A-Eugenio Castellotti-Scuderia Ferrari

 4-A-Umberto Maglioli-Scuderia Ferrari     

 6-A-Phil Hill/John Von Neumann-Ferrari

 8-B-Harry Schell-Scuderia Ferrari   

10-A-Alfonso de Portago- Ferrari

12-A-Piero Carini-Scuderia S. Ambreus-Ferrari

14-A-Francisco Landi-Scuderia Guastalla-Ferrari

16-A-T. de Granferried-Ferrari

18-A-Juan Manuel Fangio-Officine Alfieri Maserati          

20-A-Luigi Musso-Officine Alfieri Maserati

22-A-Roberto Mieres-Officine Alfieri Maserati      

24-B-Luigi “Gigi” Villoresi-Officine Alfieri Maserati           

26-B-Joao Rozende Dos Santos-Officine Alfieri Maserati 

28-B-Maria Tereza de Filippis-Officine Alfieri Maserati    

30-B-Oscar Cabalén-Officine Alfieri Maserati        

32-A-Robert Manzon-Equipe Gordini         

34-B-Nano da Silva Ramos-Equipe Gordini

36-B-Luis Chiron-Osca

38-B-Harry Chapmann-Osca

40-B-Pancho Pepe Croquer-Maserati

42-A-Julio Pola-Ferrari

44-B-Ramón López-Ferraril

46-B-Bob Said-Ferrari

48-B-Huschke von Hainstein-Porsche

50-B-Chimeri-Ferrari

A Maserati com Fangio, Musso e Mieres nas poderosas 300S, Gigi Vilorezi com 200S, e algumas A6GCS entre elas a da brava Maria Tereza de Filippis.

A Ferrari com uma 857 S para Castellotti, uma 121 LM para Magioli e um 500 Mondial para Schell. Phil Hill também vinha com uma 121 LM, mas inscrita por uma equipe norte americana.

“Seu” Chico, o Landi, com uma Ferrari 250 MM inscrita pela equipe Guastalla.

A Gordini com dois carros, o T15S para o brasileiro Hermano da Silva Ramos, na categoria até dois litros, e o T24S para Robert Manzon, com motor três litros.

Um Porsche 550 para o alemão Von Hanstein.

A equipe Madunina com um Osca T24 para Chiron, Além de duas Ferrari e uma Maserati, para pilotos locais.

Como vemos, a Ferrari com doze carros, depois a Maserati com oito, Osca e Gordini com dois carros cada e um Porsche.

Na época Fangio estava com quarenta e quatro anos, já era tri campeão do mundo de Formula Um. O mais velho era Chiron com cinquenta e seis anos. Depois “seu” Chico com quarenta e oito e Gigi Viloresi com quarenta e seis...

A pole foi de Musso, com Fangio ao seu lado 20/100 mais lento e De Portago 20/100 mais lento que Fangio. 

#8 Ferrari 500 Mondial de Castellotti/Schell vencedores na categoria até dois litros, seguido pela Ferrari 121 LM de Umberto Magioli. 

Fangio já na ponta, seguido por Musso.

Ferrari 750 Monza de Emmanuel de Graffenried, terceiro colocado. 


 

Sobre a corrida o excelente “Juan Manuel Fangio – um tributo ao chueco”, descreve de forma que eu jamais poderia fazer,  muito menos copiar...

http://www.jmfangio.org/gp1955venezuela.htm


CLASSIFICAÇÃO FINAL

Schell/Castellotti venceram na categoria até dois litros com Hermano Silva Ramos em quarto. Chico Landi com a Ferrari 250 MM quebrou na quadragésima segunda volta.

Pesquisa e fotos; 

J.M.Fangio-Um tributo ao chueco... link

Racing Sports Cars link


Rui Amaral Jr

NT: Foram três corridas na Venezuela, 1955/56 e 57. Breve trago as outras.





quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Celso Lara Barberis

A bela foto de Celso, recebi de um amigo, não sei a autoria, identificando o autor darei o devido crédito.


 No começo da década de 1960 Celso era um nome muito comentado no meio do automobilismo, já havia vencido por duas vezes os 500 KM de Interlagos, venceu a primeira edição da prova em 1957, e repetiu em 1958. Nos Mil Km de Buenos Aires de 1960, prova válida para o Campeonato Mundial de Carros Esporte, correndo com Christian "Bino" Heins foram quartos colocados com a Maserati 300S atrás de 1º #4 Phill Hil / Cliff Allison com Ferrari 250 TR 59/60, 2º #2 Richie Ginther/ von Trips Ferrari 250 TR 59/60 e 3º #30 Jo Bonnier /Graham Hill Porsche 718 RSK.

Box em Buenos Aires, Christian conversa com Celso ao volante,  de camisa branca ao lado de Christian me parece "seu" Chico Landi.
As duas fotos acima são do excente livro "Bino - A trajetória de um vencedor" do amigo Paulo Scali. Me perdoem a péssima digitalização, para não macular o livro fiz com o celular!  


 Vi Celso pela primeira vez quando meu irmão Paulo me levou a um treino dos 500 Km de Interlagos em 1961, eu estava com nove anos. Meu irmão treinava e ia correr com o Porsche 550 RS com o qual grandes pilotos haviam vencido, e Celso havia chegado em segundo lugar e primeiro na categoria no II Circuito de Piracicaba.

Com o Porsche 550 RS em Piracicaba. Foto que me foi cedida pelo grande Bird.
Capa da revista Quatro Rodas, de minha coleção. Celso e a bela Maserati.
500 Km de Interlagos 1961.
500 Km de Porto Alegre 1958, Celso ao lado de Chico Landi na carretera em que correu, quebrou.
Largada da prova " Prefeito Adhemar de Barros" em Interlagos. 
Christian "Bino" Heins larga atrás com o Porsche 550 RS, Celso com a Ferrari Testa Rossa #46.
Bino venceu após Celso fazer a melhor volta e quebrar. 2º Jean Louis Lacerda Soares, Ferrari Monza #36, 3º Alvaro Varanda Ferrari 250S #12 e 4º José Gimenez Lopez, Ferrari 250 Testa Rossa #82. 

 
 1961, o Porsche, agora de meu irmão Paulo e Luciano Mioso, chega a Interlagos para os treinos dos 500 Km. Tempos atrás, antes de sua morte, meu irmão me contou que certo dia, depois dos 500 Km, Celso chega à nossa casa e diz que a carreta era sua. Paulo tira o carro e ele a leva...

Celso, apesar de ter começado tarde, correu principalmente com carros esporte, venceu muito em suas cinquenta e tantas corridas. No link abaixo sua carreira no excelente site de meu amigo Paulo Peralta. 
link

1963 largada para os 500 Km de Interlagos, Celso está na 5ª fila com o Landi-Bianco-Alfa Romeo #2.

  1963 500 Km de Interlagos. Tinha onze anos, estava no barranco cerca de 100/150 metros da ponte da Bongotti, pouco adiante da curva que leva à Reta dos Boxes, fui provavelmente com meu irmão. Me desculpem, mas tudo isso se passa em minha cabeça, não lembro exatamente de meu irmão comigo, mas minha mãe não me deixaria ir com outra pessoa. 
Os carros passaram com o carro madrinha na frente, em outra volta ele entra nos boxes, e aquele som tremendo dos motores acelerando, os da frente querendo abrir vantagem, os de trás brigando por posições. No Retão muitas trocas de posições, e derrepente alguém grita " o Celso bateu". Não vi nada, apenas a balburdia a confusão, o susto. Para logo depois outra pessoa gritar "ele morreu".
Anos depois, em 1971/72, numa daquelas conversas intermináveis que tinha com o querido amigo Expedito Marazzi, ele me contou que naquela fatídica corrida, antes da largada quando foi dar um abraço no Celso ele estava "verde". Acredito que este "verde" fosse uma figura que meu amigo usou para dizer que ele estava tenso e preocupado...
Muitos jornais, revistas e hoje sites ou blogs, jogam a culpa do acidente ao piloto Amaral Junior (não é meu parente) , coisa em que não acredito. Nenhum piloto em sã consciência iria trocar "carícias" com outro carro de formula, andando à 200 e tantos quilômetros por hora! 

Conta a lenda, que "seu" Chico -Landi- após o acidente, picou a machadadas o chassi do Landi-Bianco, verdade ou não, prefiro não conferir, com quem talvez saiba a verdade.

Na foto meus queridos amigo, Luiz Carlos Lara Campos e seu filho Junior com Celso, "seu" Chico e Eloy Gogliano.

 Acredito mais do que tudo, que Celso morreu fazendo o que gostava, nas pistas, na água, no remo ou nos cavalos...morreu competindo. 


Rui Amaral Jr



    





 





  







 

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Bari 1948 - A grande vitória de Chico Landi - por Toni Almeida

Chico chega triunfalmente!


II GP de Bari – 30 de maio de 1.948.

Chico Landi desembarcou na Itália para correr com a mesma Maserati que correu no ano anterior com a qual foi muito bem pois estava em terceiro quando abandonou por problemas de carburação. Entretanto uma mudança no regulamento protagonizada pela retirada da Alfa Romeo da prova, em virtude de sua imensa disparidade para os demais carros, mudança da qual Chico Landi só veio tomar conhecimento quando já em território italiano, inviabilizou a inscrição da Maserati. Então Chico fez um treino de BMW mas logo viu que não teria chances e, quando já cogitava desistir da prova conseguiu alugar a Ferrari quase que de última hora.

No "ferro velho" que queriam que ele corresse!

Chico foi o único estrangeiro no grid, sendo todos os demais italianos, entre eles Bonetto, o então campeão, além de pilotos que vieram a tonar-se lendas como Nuvolari, Ascari, Farina, Villoresi e Varzi, este último que foi o vencedor desta mesma prova no ano anterior, com 50 voltas totalizando 275 km. Já esta segunda edição do GP de Bari teve o percurso total aumentado para 60 voltas, totalizando 320 km.

Dada a bandeirada inicial, Bonetto assumiu a ponta logo na largada e Ascari com problemas foi para o box, na segunda volta Ascari passa Taruffi e Farina assumindo o segundo lugar. Ainda na segunda volta, Nuvolari passou mal e entregou o carro para Cortese. Na terceira volta Chico Landi surgiu em terceiro lugar por conta da batida de Farina e na quarta volta pulou pra segundo.





A ultrapassagem na qual Chico Landi assumiu a liderança ocorreu a dez voltas do final da prova quando ele entrou por dentro numa curva passando Bonetto que acabou tocando com a roda dianteira de sua Cisitalia na roda traseira da Ferrari de Chico. Bonetto acabou capotando e sendo atirado para fora do carro, vindo a ficar desacordado por alguns momentos. Foi levado por espectadores para atendimento, mas assim que acordou voltou ao local do acidente e, com ajuda, destombou o Cisitalia e voltou à prova, conquistando um honroso segundo lugar a apenas 3 minutos de Chico Landi que completou os 320 Km da prova em 2h57min17s e 3/5. Varzi foi o terceiro a 3 voltas do primeiro colocado.

A organização do GP não dispunha do Hino Nacional Brasileiro e improvisou “O Guarani” para a cerimônia de premiação. O prêmio foi estabelecido em 1 milhão de liras para o primeiro, 500 mil liras para o segundo, 300 mil para o terceiro, 200 mil para o quarto, 150 mil para o quinto, 100 mil para o sexto e 75 mil para o sétimo colocado.




Pela grande perícia ao volante e por demonstrar uma pilotagem que levava em conta poupar o equipamento, o Comendador Enzo Ferrari demonstrou interesse, mas não se entendeu com Chico Landi para uma parceria futura por causa da cor do carro, pois Landi não abria mão da pintura verde e amarela.

Podemos afirmar sem dúvida que esta vitória abriu as portas do automobilismo internacional aos pilotos brasileiros e deve portanto ser passada às próximas gerações como o grande marco zero para os pilotos brasileiros no automobilismo internacional.

Um abração!        

Toni Almeida

O CIRCUITO

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

"Seu" Chico e a primeira vitória em Bari!

Ovacionado na chegada com a Ferrari 166 na revista que meu amigo Toni postou no Face.

Em nossas muitas conversas o Chico - Lameirão- se refere ao "seu" Chico o Landi como pai de todos nós que batalhamos nas pistas, ele foi amigo e conheceu de perto como era "seu" Chico nas pistas, eu vi algumas corridas dele e tive a grande honra de cruzar com ele em Interlagos em um treino se não me engano no Torneio Sulamericano de meu amigo Avallone, outro que é sempre lembrado com carinho. 
Vinha eu treinando com meu VW D3 ainda na Estreantes & Novatos quando na saída da curva Dois "seu" Chico passa voando por mim, se não me engano no Meta20 e acena...então meus amigos posso dizer que tive a baita honra de dividir a pista com uma Lenda!   



GP de Bari

A corrida pelas ruas de Bari era extra campeonato mas reunia a nata do automobilismo, em suas nove edições só feras venceram, nada menos que três campeões mundiais da Formula Um como vocês podem ver abaixo...e "seu" Chico venceu duas vezes!

Abaixo o texto de meu amigo Carlos em seu blog-Automobilismo por Carlos de Paula (link);
"Segundo, a lista de inscritos tinha peso muito forte. Alberto Ascari e Luigi Villoresi em Maseratis de fábrica, Felice Bonetto, Achille Varzi e Piero taruffi em Cisitalias de fábrica, além de Giuseppe Farina e o grande Tazio Nuvolari, em Ferraris de fábrica. Chico corria com uma Ferrari inscrita pela Scuderia Besana."

Ontem quando vi a reportagem confesso que me emocionei, afinal minha avó materna Emma Angrisani era Italiana e fiquei com muito daquele sentimento e afinal Bari apesar de ficar do outro lado da Bota no Mar Adriático fica à pouco mais de 120 KM da Salerno, no Mar Tireno, de minha vó. Logo pedi ao Toni para colocar em meu perfil do Face para compartilhar com minha amiga Rita filha de "seu" Chico.
Aquela frase abaixo da foto na reportagem, que eu já havia lido muitos anos atrás martelava em minha mente "Il Nuvolari D`América vincitore assoluto del II GP de Bari  all ariva della spasmodica corsa."

Tivesse Chico nascido na Itália ou nos EUA teria estatuas suas espalhadas como seu amigo Tazio, e muitos ou todos saberiam quem foi, a magnitude de sua lenda!

Aqui ela vive...e espero que muitos dos novos pilotos e pessoas que gostam do automobilismo leiam este post que escrevi com o coração na ponta dos dedos...

A Lenda Vive! 

À você Rita com amizade e carinho e à vocês Carlos e Toni meus amigos. 

Rui Amaral Jr


BARI 
OS NOVE GPs


1956      Stirling Moss      Maserati 300S   Sports car          
1955      Cesare Perdisa  Maserati A6GCS              Sports car          
1954      José Froilán González     Ferrari 625          Formula One    
1953      Não  realizado
1952      Chico Landi       Ferrari 225S        Sports car          
1951      Juan Manuel Fangio       Alfa Romeo 159               Formula One    
1950      Nino Farina        Alfa Romeo 158               Formula One    
1949      Alberto Ascari   Ferrari 166          Formula Two    
1948      Chico Landi       Ferrari 166          Formula Two    
1947         Achille Varzi       Alfa Romeo 158               Grand Prix

   

quarta-feira, 22 de março de 2017

Conta Chico...F Junior

Seu Chico, com as mãos no bolso Ettore Beppe, atrás dele Eugeninho Martins e de boné Cacau mecânico por longos anos de "seu" Chico. 
  Nesta foto Ettore e Cacau conversam com "seu" Chico, atrás do carro com a gola levantada Toni Bianco e de costas acreditamos que Christian "Bino" Heins.

HISTÓRIA  &  FATOS

       MANUEL de TEFFE ///' CHICO LANDI  , TONI BIANCO , EUGENIO MARTINS ///  O PORQUÊ ///
       PRIMEIROS PASSOS de PILOTAGEM /// GINETTA JUNIOR  INGLATERRA 2010 ///
       CAMPEONATOS ///  VOLKSWAGEN. SUPER V /// PLURIMARCAS /// MONOMARCAS ///
       NASCE UM PARQUE INDUSTRIAL de COMPETIÇÃO ///  FABRICANTES de MOTORES  1 LITRO

                                          FÓRMULA JUNIOR no BRASIL  ----  ANOS  60 .

                        Segundo PAULO SCALI, escritor e historiador do automobilismo brasileiro, MANUEL de TEFFE foi quem convenceu CHICO LANDI ,TÔNI BIANCO e EUGENIO MARTINS  a fazerem o FORMULA JUNIOR  LANDI/BIANCO e lançar a categoria para fomentar o nascimento de uma nova geração de pilotos, pois nesta época  não eram muitos que tinham condições de possuírem uma FERRARI ou uma MASERATI e muito mais  de manter esses autos em condições de competir .

                         A categoria já existia há época na EUROPA. Regida pela FIA, aceitava qualquer motor de produção de até  1.1 litro. Portanto teríamos teoricamente quase as mesmas condições técnicas do velho continente, pois por aqui tínhamos a VEMAG com seu motor DKW de três cilindros de 1 litro e a WILLYS OVERLAND com o motor RENAULT GORDINI  da mesma cilindrada .

                          Entusiasmado com a idéia de MANUEL de TEFFE, " SEU " CHICO e TÔNI BIANCO fizeram três monopostos com motor RENAULT GORDINI, sendo  um para a EQUIPE WILLYS  para CHRISTIAN HEINS, outro para OCTAVIANO CURY é um terceiro para ANTONIO CARLOS SCAVONE.  O quarto carro BIRD CLEMENTE comprou, este com motor DKW que depois passou para a EQUIPE VEMAG, em que MARINHO e BIRD iam pilotá-lo. Ainda tinha um outro fórmula de JEAN BEGEROUT, sendo que este não tenho a certeza que fosse um LANDI  ou o próprio BEGEROUT o tivesse fabricado, pois sua aerodinâmica era diferenciada . Como JEAN era piloto de aviação, pode ser que tenha modificado sua carroceria, não sei...!!!!!! Além destes autos, LANDI  fez mais dois sendo um com motor ALFA ROMEO e o outro com motor SIMCA. Estes dois carros corriam na categoria MECANICA CONTINENTAL. Iriam pilotá-los o próprio "" SEU"" CHICO  e CELSO LARA BARBERIS e com o motor SIMCA , JAYME SILVA. No auto de SCAVONE, após ele ter um acidente no circuito de ARARAQUARA  em uma berlinetta INTERLAGOS passou este para as mãos de LUÍZ PEREIRA BUENO  já em ARARAQUARA mesmo e depois nos 500 QUILOMETROS de INTERLAGOS em que eu próprio iria fazer parceria com LUIZ. Mais tarde LUDOVINO PEREZ fez também algumas corridas com esse carro. Com o passamento de BINO HEINS nas 24 HORAS de LE MANS, WILSON FITTIPALDI passou a pilotar o monoposto da EQUIPE WILLYS .


                                  OS PORQUÊS da F. JUNIOR NÃO TER IDO PARA A FRENTE

                       Realmente uma pena, pois tinha tudo para dar certo. Houve a bem da verdade uma grande pressão dos pilotos da MECANICA CONTINENTAL, que eram em sua maioria os carros chamados de """" baratinhas """ com motores adaptados. Está claro que os F. JUNIORS com suspensões mais modernas, autos mais leves e ágeis estavam incomodando e não pouco...!!!!! Os cartolas, por sua parte, não souberam  fazer corridas específicas para esta categoria. Se o tivessem feito com certeza que o rumo teria sido outro pois mais pilotos começavam a ficar interessados. Mas largando todos juntos ficava difícil. Está claro que os próprios carros LANDI  ainda tinham muito campo para se desenvolverem, mas mesmo como se encontravam eram uma """" pedra no sapato """ da CONTINENTAL. Além dessa pressão houve o acidente  com o CELSO LARA BARBERIS. A bem da verdade uma disputa de pista que acabou muito mal. Talvez aí "" SEU """ CHICO  tenha se desanimado em continuar com o projeto acrescido com a pressão  da categoria CONTINENTAL  e com a falta de visão dos cartolas da época seu final estava declarado .......!!!!!!!!  Vejam bem , alguns anos mais tarde foi lançada a FORMULA V, com motores VOLKSWAGEN  1.2 e posteriormente 1.3 . Sem duvida carros bem menos competitivos dos que os  F. JUNIORS. Em um comparativo pelo anel externo de INTERLAGOS, enquanto  um F. V virava em 1'30"/1'28" os JUNIORS  anos antes com motor GORDINI 1.0 andavam em 1'16"/1'17" e os da VEMAG próximo a 1' 10" .......!!!!!!!



Ludovino Perez larga para os 500 KM de Interlagos de 1965. Com motor Gordini de 1.000cc larga à frente de vários Mecânica Continental para chegar no oitavo lugar.
O Willys-Gávea, Formula 3 com motor de 1.100cc   


                               PRIMEIROS PASSOS PARA SABER da ARTE de PILOTAR
                                                 UM CARRO de CORRIDA

            A receita tem que passar necessariamente por motores de pouca potência, pneus STREET de perfil alto, sem apêndices aerodinâmicos, mas com o mesmo peso potência de um KART para os dias de hoje.  Nos anos 60 isso se traduzia nos autos RENAULT GORDINI de 850 CC com """" 40HP de EMOCAO """"" segundo a propaganda """, como se dizia à época ......!!!!!!!  Se você andasse muito  forte o motor  """"" caia no chão """", pois não se tinha potência suficiente para te tirar da """ entortada"""", anda-se que nem uma """" pata choca"""", não ia virar tempo então andava- se naquele limite tênue para se virar um ótimo tempo. Dai nasceram LUIZ PEREIRA BUENO, CARLOS PACE, CAROL FIGUEIREDO e todos da EQUIPE WILLYS dispensando apresentações. Confrontando essa escola de pouca potência, pneus finos e autos difíceis de se  pilotar adequadamente com a outra de grande potência, tenho um episódio a demonstrar acontecido à época na EQUIPE  WILLYS:

                                  1500 QUILOMETROS de INTERLAGOS, o auto era uma CARRETERA GORDINI, motor de 1.0 litro traseiro mas colocado entre os eixos com um câmbio COLOTTI. GRECCO convidou um piloto acostumado com as carreteiras com motores CHEVROLET CORVETTE. CARLOS PACE e eu nunca havíamos pilotado essa CARRETERA GORDINI. Nos mandaram para que chegássemos a INTERLAGOS no final da tarde. O piloto convidado, treinou praticamente o dia inteiro, virando em sua melhor volta em 4'26". Quando chegamos GRECCO pediu para eu ser o primeiro a sair para experimentar o carro. Na minha segunda volta virei em 4' 18" 5"' e MOCO  também em sua segunda volta baixou esse meu tempo para 4' 17" 6"'. O piloto convidado , ficou tão desesperado que na sua última saída piorou o seu próprio tempo , virando em 4' 28" e alguns quebrados ......!!!!!! Isto foi um fato inconteste, sobre uma escola em relação à outra...!!!

                                       OUTRO FATO ESTE RECENTE...:
                                       CATEGORIAS GINETTA JUNIOR
                 INGLATERRA/2010 - GINETTA G 40/GINETTA CARS FACTORY
 A bela briga das Ginetta
Marcos Lameirão e a G40 projetada por ele. 

             O GINETTA G 40 é um carro GT com um motor FORD de 4 cilindros de 180 CVs. A fábrica, resolveu reescalonar esse mesmo auto para uma categoria de jovens de 13/14  anos recém saídos do KART. Sua potência foi reduzida para 100 CVs por meio de uma flange na admissão, pneus STREET finos, sem apêndices aerodinâmicos, a meu ver esse GINETTA é uma reencarnação dos RENAULT GORDINIs da nossa  época, no quesito de pilotagem. O resultado está sendo fantástico, nascendo ótimos pilotos dessa GINETTA JUNIOR. Saindo depois para outras categorias como a LE MANS SERIE, a FÓRMULA 3, em que até a McLAREN TEAM de FORMULA 1 assinou um contrato para bancar a carreira de um jovem nascido e saído dessa categoria, LAUDO NORRIS. Como veem , bateu no que venho dizendo a alguns anos ......!!!!!! Aqui no BRASIL , me dizem que os pais dos pilotos , falam que se o auto não tiver pneus largos e aerofolios , seus filhos não vão andar , pois isso """" não 'é um carro de corrida""""....!!!!!!!!! Acontece que 99,99 % dos pais , não entendem nada sobre esse assunto .

                                                      CAMPEONATOS
                                                                   
                     Os REGIONAIS devem ser fortes, esse é o rumo a ser  seguido. O item viagens em terras tupiniquins, quebra qualquer orçamento. O BRASILEIRO, poderia ser igual ao que o KART já faz, em sorteando uma pista, em um final de semana se realiza o campeonato. Sem mais! Com isso, muitos mais pilotos correrão durante o ano, sem dúvida alguma. A escolha dos cinco melhores pilotos por temporada é extremamente importante. Desses cinco alguns poderão ter mais sorte do que outros em sua carreira mas assim é a vida . Não é bom se apostar em um único piloto, aí é deveras arriscado no meu modo de entender ......!!!!!!


                                                      VOLKSWAGEN  SUPER V
Chico vencendo com o Polar construído por Ricardo e com o bico feito por Toni Bianco.


                           Quando ao chamado para uma primeira reunião da VOLKSWAGEN do BRASIL no começo de 1973 na ALA-ZERO, praticamente todo o pessoal do metier de corrida estava presente  e curiosos estávamos, pois nunca esta grande fábrica havia se pronunciado a favor do automobilismo de competição. Extremamente organizados, sob a batuta de seu presidente SAUER, seu diretor FLAUMER e seus assistentes OTTO KUTNER e STEFANO CAMPHILIA nos apresentaram um regulamento igual ao do campeonato EUROPEU da categoria VOLKSWAGEN SUPER V, em que até já tinham uma data para a primeira corrida, que seria realizada ao justo de um ano.  O regulamento era bem simples: CILINDRADA de até 1600 CC, com dois carburadores de duplo corpo de 40 mm. CHASSIS de concepção livre como também sua procedência  também, mas fabricado no BRASIL. Em um primeiro momento se importou um ASTRO- KAIMAN, que detinha em seu cartão de visitas oito campeonatos EUROPEUS ganhos. Nessa mesma reunião o piloto RICARDO ACHCAR anunciou que iria desenhar e fabricar um seu monoposto, o POLAR. Seus três primeiros fregueses foram BIJU RANGEL, NELSON PIKET ( à época com K mesmo ) e...eu. Seguindo RICARDO, os irmãos FERREIRINHA, HERCULANO e ANTONIO seguiram a mesma linha com um projeto nacional, o HEVE.


                                              NASCE um PARQUE INDUSTRIAL de COMPETIÇÃO

                  A base de um automobilismo saudável , 'é ter um parque industrial forte , com o maior número de empresas atuando no setor . """" VÍDE""" como sempre a INGLATERRA , grande referência mundial deste parque , em que a alguns anos atrás , 5 % de seu PIB era provenientes do automobilismo de competição .......!!!!!!!! Com uma mentalidade extremamente aberta, a VOLKSWAGEN do BRASIL fez questão que na parte de chassis houvesse o maior número de fabricantes possível , igual aos modos europeus, pois com isso haveria mais empregos com mais pessoas voltadas e concentradas para o mesmo prisma , a competição , o que refletia além do trabalho , em um aprimoramento de componentes para a própria fábrica , além de um marketing  tecnológico /// esportivo natural . Chegou- se a ter em certo momento , motores com preparação BR de até 150 CVs. Os números da SUPER  V como categoria , 'a data de 1974 em diante , foram deveras  muito fortes . Começando em sua primeira corrida com oito autos , com dois anos de existência , teve- se grids de 44 carros . A uma média de 8 pessoas a trabalhar diretamente em cada equipe , chega- se a 360 empregos em que contando com seus dependentes chegará- se a quase 1500 pessoas . Sem contar as pequenas firmas de componentes como tanques de óleo , escapamentos  uma infinidade de peças .....!!!!!! Somente a POLAR chegou a fabricar 88  SUPER Vs . Dos fabricantes dos autos , a ASTRO KAIMAN  foi a primeira a se apresentar para quase em sequência a POLAR , a HEVE , o AVALLONE este com um projeto inglês o SUPER NOVA. Destacadamente a POLAR de RICARDO ACHCAR dominou a categoria com um projeto  completamente BR, vencendo os campeonatos de 74/75/76/77/78, tanto PAULISTA como BRASILEIRO. Foi sem dúvida alguma a época de ouro do automobilismo  tupiniquim, pouco valorizado pela imprensa dita especializada.....!!!!!! Simplesmente batemos o AUSTRO-KAIMMAN  que detinha oito campeonatos europeus  ganhos, que pilotos famosos como NIKI LAUDA e KEKE ROSBERG pilotaram. Época em que se punha a """" cara para bater"""" em que ninguém  se """ escondia”””  protegido de sua “””MONOMARCA"""". Em todas estas atuais, quem pode garantir que seus carros são bons ou mesmo razoáveis, se estes não tem a concorrência de outras idéias...?????? Entramos com isso em uma estagnação técnica atroz. Há, diga se, mas a PLURIMARCAS encarece. Grande erro em se afirmar isso, pois basta saber-se fazer um regulamento simples mas inteligente, com medidas MINIMAS & MAXIMAS em que os fabricantes terão uma ou no máximo duas """ janelas """" de desenvolvimento por ano e com um preço máximo estipulado por cada """ janela"""

                                           PARQUE INDUSTRIAL  BRASILEIRO de MOTORES de 1 LITRO                                                      
                                           

                    FIAT /// FORD /// VOLKSWAGEN /// CHEVROLET /// RENAULT /// HINDAY

                               KIA /// NISSAN /// SMART /// HAFFEI /// CHERY



O Formula Junior que Chico projetou e constrói em sua oficina, o começo da nova categoria. 


                Imaginem os amigos, uma FORMULA JUNIOR com todos esses motores, que """ propaganda """ não se faria...??????  E que bela categoria, hein...?????




                                                  RUI, grande abraço e obrigado pela oportunidade, desculpe pelo papiro...!!!!!!!!!!

Abraço amigo a todos, Chico Lameirão.



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Caro Chico, você bem sabe que a casa aqui é sua, o "papiro" que não é tão extenso, mostra bem sua ideia e principalmente sua vontade de fazer nosso automobilismos outra vez competitivo.
Peço aos amigos que considerem algum erro que cometi na transcrição do texto e aproveito para mandar meu abração para tantos amigos aqui citados, Ricardo, Bird, Biju Rangel e tantos outros e a você Chico.

Rui Amaral Jr

NT: Já que outra vez me intrometi no texto do Chico não poderia deixar de citar aqui outro amigo que batalha muito para trazer novamente as disputas às nossas pista, um abração Zullino.