A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Zilmar meu pai.

Hoje fazem 11 anos que meu pai, Zilmar Beux, morreu. Eu peço que você leia e assista tudo, até o fim, pois tento através desta dedicatória mostrar como nasceu o autódromo de Cascavel e manter viva a memória de uma pessoa, que junto aos amigos, realizou uma grande obra por pura paixão e comprometimento com o esporte que amava e a sociedade em que ele viveu!! Parabéns pai!!!! 

Miguel Beux

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Cascavel.


Vídeo que recebi ontem de meu amigo Milton Serralheiro mostra toda força do automobilismo praticado no Paraná vinte anos atrás, vendo fiquei me perguntando quando voltaremos a ter um automobilismo praticado da mesma forma. Aqui mesmo temos vários relatos de meu amigo Pedro Garrafa  mostrando a beleza deste automobilismo. 
Aos amigos Miltinho, Pedro e Piero Tebaldi meu muito obrigado e um forte abraço.


Rui Amaral Jr

 Milton e Joacir...
...fazendo pose!

segunda-feira, 25 de março de 2013

Jaime Levy em Cascavel

Recebi esse vídeo feito pelo Ricardo Achcar instantes atrás do Adilson, da AdilVox, é a corrida de estréia do Polar Divisão IV em Cascavel  Nele podemos ver Jaime, Aníso Campos, Pedro Victor de Lamare e muitos outros pilotos da categoria na corrida de 1972 na pista paranaense.
No começo eles no avião que os levava à Cascavel e uma parada e Foz para ver as cataratas... 
Ao Adilson e Ricardo meu muito obrigado.









Rui Amaral Jr

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

O AUTODROMO DE CASCAVEL E A SAUDOSA PROVA CASCAVEL DE OURO


Quando falo de Cascavel, sinto até um friozinho na barriga, mas de satisfação e não de medo, pois foi nesse autódromo que sem duvida nenhuma passei grande parte das minhas melhores emoções nos meus tempos de automobilismo.
É gratificante e super prazeroso saber e ver que esse tradicional autódromo foi ressuscitado e revitalizado com muito empreendorismo e boa vontade daqueles que realmente gostam e sabem discorrer sobre automobilismo, enfim um ato de muita coragem e heroísmo de todos os envolvidos nessa empreitada, que sem duvida nenhuma deve servir de exemplo a todos os demais Estados, e administradores dos autódromos deste Pais, e que jamais façam o que está sendo feito no autódromo do Rio de Janeiro, que agoniza e já está condenado por essa corja de cartolas inúteis e ávidos de lucros, sem escrúpulos, sem memória e até sem sentimentos, enfim sem moral e sem vergonha. Ficaria aqui horas e horas descrevendo adjetivos para essa cambada e eles poderiam até pensar que eu os estava elogiando.




Mas quero falar também que alem do renascimento e revitalização do Autódromo de Cascavel, seria bom também que retornassem com a tradicional prova Cascavel de Ouro, que sem duvida nenhuma era uma das mais tradicionais e empolgantes provas do Calendário Automobilístico Brasileiro e não apenas Paranaense, pois nessa prova se encontravam pilotos de varias regiões e estados, e até de fora deste Pais.
Enfim essa era uma prova aonde corriam com todos os tipos de veículos , de varias categorias e de vários estilos, desde o mais antigo até o mais moderno. Em uma mesma prova podia-se ver desde o piloto profissional, até o amador, desde que devidamente documentado, é claro, e quero dizer que tanto o amador (que não participava regularmente de campeonatos), quanto o profissional tinham a mesma atenção e o mesmo valor por parte dos organizadores e diretores de prova. Enfim era uma verdadeira festa de confraternização, era um espetáculo digno do nome "Cascavel de Ouro".
Portanto quando se fala de uma prova desse porte parece que a saudade é muito maior, pois nessa época que eu participava, contava-mos os dias para estar lá presente nesse espetáculo, e ainda mais gratificante era saber que fazíamos parte desse espetáculo.
A preparação para essa prova começava muitos meses antes, com treinos esporádicos e com revisões constantes nos carros para que nada de errado acontecesse, enfim era trabalho duro muito tempo antes da prova, pois sempre queria fazer o melhor possível, já que a prova era de muita importância e muito destaque não só na mídia como também na Cidade, que nos recebia calorosamente e com muita hospitalidade.






Em uma edição que no momento não sei exatamente precisar o ano se foi 1993 ou 1994, fui participar com o meu protótipo, e tenho algo a lhes contar bastante interessante e também bastante trágico para mim, pois passei por um acidente incrível e inesquecível, enfim um fantástico acidente que para mim ficou marcado como trágico e humorístico ao mesmo tempo.
Para quem não conhece ou nunca andou no traçado de Cascavel (que felizmente foi preservado, ao contrario de Interlagos que infelizmente foi destroçado), a pista é sensacional com retas curtas mas fantásticas (apesar de poucas) e curvas maravilhosamente desenhadas e bastante desafiadoras, destacando-se a curva do Bacião, sendo a mais desafiadora curva de todos os demais autódromos do Pais, basta dizer que é preciso ter muita coragem e fé para fazê-la bem feita, ou melhor quase que com o pé embaixo, pois ela apresenta três tangencias numa mesma curva, o que é simplesmente fantástico pois exige uma concentração fora do comum para fazê-la bem feita.



E foi nessa desafiante curva que me aconteceu um também fantástico acidente, pois durante a prova, que por sinal eu estava bem colocado, ao entrar nela me furou um pneu dianteiro esquerdo do meu protótipo. Não sei exatamente a que giros estava, mas creio que por volta de uns 6.200 a 6.300 rpm, num ponto de bastante velocidade, pois foi bem na entrada da curva e final da reta (que hoje é a nova reta dos boxes),com o estouro do pneu meu carro ficou parecendo um pião e girava em seu próprio eixo de uma forma quase que interminável, não sei exatamente quantas voltas eu dei, mas o carro não parava de rodar e num determinado ponto, devido a saída da pista, o carro foi se despedaçando, ou melhor foi perdendo partes, e uma delas foi justamente o assoalho que era de alumínio, que foi o primeiro a se soltar, e foi assim que no continuar das rodadas eu senti meu traseiro esquentando, foi por causa das raspadas no chão que chegaram a atingir o fundo do meu banco, então fiquei super preocupado, achando que o carro estava pegando fogo, o que felizmente não aconteceu, mas uma coisa eu tinha certeza, que estava queimando o meu traseiro, isso estava. Então a única saída era rezar para que o carro parasse e eu pudesse sair, o que foi uma espetacular saída rápida, pois quem tem C....tem medo, e eu não queria sair com o meu queimando. Felizmente tudo ocorreu de uma forma que só tive prejuízo material, e já saia pensando na próxima edição dessa sensacional prova, que mesmo com o traseiro queimado eu com certeza estaria lá novamente. Até o ano que vem.....
Pedro ajuda seu filho Rodrigo












Pedro Garrafa

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Pedrão, meu amigo, muito obrigado, todo de bom e um forte abraço!

Rui

quinta-feira, 24 de março de 2011

PAPO AGRADÁVEL

Ontem no Skype bati um papo gostoso com o Carlos Jaqueire e seu filho Fábio, falamos de muitos amigos que temos em comum no automobilismo e motociclismo. Uma conversa de quem se conhece a mais de quarenta anos, apesar de não nos conhecermos pessoalmente, mas são tantos os amigos em comum que  parecia que estávamos lado a lado tricotando. Carlos tem uma bela história de vida e uma família unida e querida. No final da noite recebi do Fábio e do Pedro Garrafa algumas fotos do autódromo de Cascavel que seria para o post em que o Pedro conta uma volta por aquela pista pilotando um Divisão 3. Então para contar a todos da agradável conversa e das histórias de seu pai que o Fábio ficou de enviar mostro as fotos de Cascavel.  Um forte abraço a todos.




  

quarta-feira, 23 de março de 2011

CASCAVEL por Pedro Garrafa


Pedro largando na pole em Cascavel.



Caro amigo Rui

É impossível não atender a um pedido seu.Só que dessa vez será a descrição de uma volta com um HOT FUSCA, ou como muitos conhecem um DIVISÃO 3  no Circuito de Cascavel no Paraná, que na época dos Hot Fuscas, sediava as provas e o campeonato, e convém lembrar também, que naquela época o Circuito de Cascavel era considerado a 2º pista mais veloz, sendo superado apenas pelo também tradicional Circuito de Tarumã no Rio Grande do Sul, que era e ainda é a pista mais veloz do Pais.


Torna-se importante frisar, que essa descrição refere-se obviamente ao que  tínhamos na  época e foi baseada nas condições de pista e do carro utilizado naquela  mesma época, portanto poderá variar para os dias de hoje, aonde os carros tem muito mais desenvolvimento e tecnologia.
Os hot fuscas ou divisão 3, como queiram chamar, eram verdadeiras usinas de força sem nenhuma tecnologia, portanto contava-se muito com o talento e estilo de pilotagem de cada um, pois não tínhamos na época todos os aparatos eletrônicos dos dias de hoje,nem lep tops, para acertos e comportamento dos mesmos, tudo era acertado na raça, ou melhor no braço do piloto, e no ouvido do preparador, que era muito importante, pois para acertar os quatro canecos dos carburadores Weber 48, tinha que ser especialista, ou melhor ter um ouvido afinadíssimo como um maestro, pois acertava-se pelo barulho do escapamento, que por sinal também era uma verdadeira sinfonia para os que gostavam, e um pesadelo para os que estavam por perto, pois o barulho que os mesmos faziam era ensurdecedor, traduzindo era coisa de louco, porem uma sinfonia para os pilotos.Para entenderem melhor farei aqui uma simples comparação, apenas para confrontarem as diferenças de potencia de um para outro: um Speed 1600, atinge seu giro maximo em torno de 5.800 rpm ou 6.000 rpm, ai acaba o motor, já num hot fusca a carburação só começa a limpar após os 5.600rpm ou 5.800 rpm, portanto ele só começa a andar verdadeiramente quando acaba um e começa outro, quero dizer que só limpa depois de atingir esse giro, e atingia um giro maximo de 8.500 rpm até 8.700 rpm, dependendo do equipamento usado.


Motor ligado vamos então para a volta:
-Ao sairmos dos boxes, já temos que sair acelerando e bem forte pois os carburadores weber 48 precisam de alimentação, não dá para sair devagar, assim logo que deixamos os boxes, damos entrada a exatamente a metade da reta de chegada, já temos que estar em 2º ou 3º marcha com o giro lá em cima, quer dizer já temos que entrar na pista bem acelerado, pois temos uma pequena distancia de aproximadamente 300 metros para atingir-mos a curva 1, que é a curva mais rápida do circuito, pois é feita de pé embaixo,e quando entramos nela apenas aliviamos um pouquinho , dando um toque no freio e já voltamos acelerando, pois quem vem pela reta inteira vem num embalo e já esta a aproximadamente  8.500 rpm em 4º marcha(pois na época não podíamos utilizar cambio de 5 marchas, porem alguns utilizavam coroa e pinhão 9:31, feitas especialmente para os D3).
-Após a saída da curva 1 feita em 4º marcha, temos pela frente uma pequena reta com aclive(levemente subindo), motor cheio , giro alto, porem é o momento de respirar um pouco, conferir os instrumentos, e principalmente tomar muita coragem, pois temos pela frente uma das mais temidas e famosa curva dos circuitos brasileiros, que é a Curva do Bacião, isto porque , alem de ser uma das mais extensas curva dos circuitos do Pais, a entrada dela é cega, quero dizer você não vê o chão quando ela está chegando, a visão que temos pela frente é apenas arvores, matagal e barranco, e ainda por cima ela ,alem de ter varias tangencias na mesma curva,o que parece e dá uma sensação de curva interminável, ela te joga para fora, portanto ela tem que ser feita em 3º marcha, e sempre corrigindo para não sair da pista, não dá nem para ver direito o giro que ela é feita, pois na entrada dela o giro está alto, mas temos que frear,e ai parece que a traseira vai te atropelar, pois é muita força, e somos obrigados a reduzir para poder contornar a extensa curva.
-Feita a curva do bacião temos pela frente uma pequena reta, que não dá tempo nem de respirar,continuamos acelerando e já estamos novamente em 4ºmarcha, a um giro aproximado de quase 8.000 rpm,quando entramos no pequeno miolo, temos então uma curva em subida(não me lembro o nome da curva), curva essa de média velocidade, porem pode ser feita em 4º marcha.
-Após a saída dessa curva de média velocidade, temos pela frente um pequeno trecho em curvas quase retas, que dá a sensação de estarmos numa reta, pois já estamos acelerando e o trecho passa bem rápido, que quase não se percebe que são pequenas curvas bem suaves, porem continuamos acelerando e em 4º marcha , atingindo um giro alto de aproximadamente 7.800 rpm, só que temos pela frente uma curva de baixa e ainda por cima bem fechada, o que nos força a uma redução brusca para 3º marcha e uma freiada forte, temos que contorná-la com muito cuidado pois ela nos arremessa para fora quando não atingimos o ponto de tangencia certo.
-Não dá nem para piscar,estamos em frente a entrada dos boxes,e também a curva de mais baixa velocidade do circuito, que é a curva que antecede a reta de chegada, redução fortíssima, o motor sente barbaridade, pois temos que praticamente matá-lo, quer dizer, reduzir demais pois não dá para fazer forte essa curva, que de tão fechada que ela é, que com passar do tempo foi preciso esticar a largura da entrada da reta principal, não dá nem para ver que giro estamos, pois é tão brusca a redução, que o giro cai lá embaixo, porem entramos em 3º marcha, mas logo quando apontamos no inicio da reta já temos que colocar a 4º marcha para aliviar o motor e pé embaixo novamente.
-Estamos na reta de chegada, uma reta boa porem em descida, aonde continuamos acelerando o maximo até atingir-mos aproximadamente 8.500 rpm/8.700 rpm, quando passamos pela frente dos boxes e já temos pela frente novamente a curva 1.....
Notem que é uma pista rápida, e que exige poucas trocas de marchas, porem é fascinante pilotar nela, e não dá vontade de parar.....

25 de Setembro de 1977, Divisão 3, #105 Amadeo Campos, # 57 Arturo Fernandes e a Brasília de Aroldo Bauerman largam para disputa da última prova do campeonato. Amadeo venceu a prova e o campeonato. 

Espero ter traduzido nessas palavras, toda a emoção que é pilotar um Divisão 3 na pista de Cascavel, felizes aqueles que tiveram essa oportunidade....
Abraços a todos....


Pedro Garrafa