A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

domingo, 24 de maio de 2015

Conta Borgmann

O CIRCUITO DA PEDRA REDONDA

Nas décadas de 1950 e 1960, a zona sul de Porto Alegre tinha, anualmente, uma corrida que atraía multidões. Para assistir, não era necessário pagar ingresso, bastava escolher o melhor local, levar uma cadeira e assistir a prova. Impressionam os registros de velocidade (médias horárias): em 1963 o piloto José Asmuz venceu a prova em 3horas e 36 minutos, à média de 138km/h. Em 1965 venceu Catharino Andreatta à média de 135km/h. Surpreende a precariedade na segurança do público e a não ocorrência de acidentes de grandes proporções.
O circuito da Pedra Redonda era uma pista de rua improvisada, no sentido anti-horário, com extensão aproximada de 10km. A prova mais conhecida neste circuito era os 500km de Porto Alegre, o que vale dizer que seriam necessárias aproximadamente 50 voltas no circuito. Panes mecânicas, avarias, acidentes ou pneus furados já significava perder a corrida, pois a extensão da pista não permitia o auxílio da equipe ou carros de apoio. O conhecimento técnico e a habilidade do piloto para o conserto eram de vital importância para a continuidade na prova.

Vários pilotos de outros estados e países participaram das provas, entre eles Juan Gálvez (ARG), Oscar Gálvez (ARG), Felix Peduzzi (ARG), Rômulo Buonavoglia (URUG),, Celso Lara Barberis (SP), Altair Barranco (PR), Jaime Silva(SP), Jan Balder (SP), Francisco Landi (SP).

Em 1962, com o desenvolvimento da indústria automobilística brasileira, passam a ocorrer duas provas: uma para veículos nacionais (JK, Simca, Renault Gordini, DKW, etc) e a prova de fundo, a Força-Livre.



FIM DE UM CICLO

A última corrida realizada no Circuito da Pedra Redonda foi em 1968. De São Paulo, comparecem Francisco Landi e Jan Balder, com um BMW. Vencem a prova com folga, marcando o declínio e encerramento definitivo do ciclo das carreteras. Em 2° lugar chegou Vitório Andreatta (carretera Ford) e em 3° Henrique Iwers (DKW Malzoni). Em 1970 é inaugurado o autódromo de Tarumã.


 Uma prova na década de 1950 onde aparecem Gabriel Cuchiarelli, Aldo Costa (ambos com Simca 8) e Karl Iwers (DKW) todos na prova até 1300cm3.

 Rômulo Buonavoglia (Uruguay)
Felix Peduzzi (ARG) após a capotagem na praça da Tristeza
Carreteras na subida da Vila Conceição, pouco antes do mergulho da Pedra Redonda
A curva da praça da Tristeza
 Largada/Chegada na praça da Tristeza
 Uma das primeira edições dos 500 KM
Chegada de Vitório Andreatta na última edição dos 500 KM
Pancada de Breno Fornari em 1968
O carro de Breno Fornari após a pancada
Curva na descida da Pedra Redonda #22 Diogo Ellwanger #53 Rômulo Buonavoglia
Entrando no bairro Ipanema #24 Orlando Menegaz
Curva da caixa d água no bairro Ipanema
Curva do POSTO DE GASOLINA no bairro Ipanema
Preliminar para carros nacionais
Entrada no retão da Av.Otto Niemeyer
Entrada no retão da Av.Otto Niemeyer
Na entrada da reta da Av.Niemeyer, #24 Orlando Menegas e #4 Aristides Bertuol
Na subida da Av Otto Niemeyer na carros nacionais, lidera a Simca #3 de Aldo Costa
Com BMW, Francisco Landi e Jan Balder vencem a 6ª e última edição dos 500km em 1968.

Luiz Borgmann

8 comentários:

  1. Valioso o relato do Borgmann, testemunho de uma época vibrante do automobilismo no sul, contan-
    do com a presença dos pilotos paulistas e além deles, de argentinos e uruguaios.
    Penso que as fotos do Breno Fornari referem-se a vez em que ele entrou com carro e tudo numa
    delegacia, certo?
    Caranguejo

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    1. Valioso mesmo Caranguejo, quanto a delegacia só o Borgmann pode responder!

      Abraço

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  2. Olá Rui, olá Caranguejo, bom dia,
    Sim, é a Delegacia. O prédio existe até hoje, idêntico à época. Décadas depois, estou em um dia chuvoso em um sinal, esperando abrir. Na minha frente, caminhando sob um guarda-chuva e sob o peso da idade, atravessa a rua o Sr.Breno, vagarosamente. Penso cá comigo, quantas Mil Milhas e outras competições carrega esse homem...Ele já nos deixou há alguns anos, descanse em paz...
    luizborgmann

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    1. Sorte nossa conhecermos tantos de nossos heróis e podermos mostrar aos mais novos toda glória que eles viveram, valeu Borgmann!

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  3. Adorei o relato do Borgmann e mais ainda das fotos que são lindas cara ......... :)

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  4. O "Histórias" mata a cobra e mostra o pau: incrível!
    Colher o relato já é muito legal para nós leitores. Mas essa coleção de fotos é demais!
    Agradeço ao Borgmann por dividir e ao Rui por dar acesso à História e às Fotos.

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Rui Amaral Jr