A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

terça-feira, 19 de março de 2013

THE RIME OF THE ANCIENT MARINER *

Jimmy

Ano de 1968, véspera da Corrida dos Campeões, disputada como sempre na pista de Brands Hatch. Colin Chapman, todo poderoso da Equipe Lotus, recebe um telefonema de um alto executivo da ITV, rede de televisão encarregada de transmitir a prova. O sujeito logo foi dizendo o que queria: se Colin não desse um jeito na cabeça de marinheiro que aparecia em seus carros, a transmissão seria cancelada. Que marinheiro, se a prova nem era de vela? Resposta, a embalagem dos cigarros Gold Leaf, que patrocinavam a Lotus e que traziam estampadas a cabeça de um velho marujo. Para a TV, aquilo caracterizava uma marca e eles não queriam fazer publicidade de graça para ninguém. 

 Jimmy e a Lotus 25
Jimmy e Hill na  Lotus 49 antes da Gold Leaf
 Hill em Mônaco
 Jimmy na Tasmânia 
 Andretti largando na pole em Watkins Glem 1968
Emerson na vitória em Watkins Glem 1970

Eram os primórdios do automobilismo com o apoio de empresas não necessariamente ligadas à indústria automotiva. No começo, o espaço para propaganda nos carros era reduzido, medido com régua se fosse o caso. E obrigatoriamente, tinham de ser fabricantes ligados aos automóveis: pneus, auto-pecas, carburantes e por aí vai. Mas o desenvolvimento dos carros de competição, exigia quantias cada vez maiores. Em 1968, a Equipe Gunston, da Rodésia (atual Zimbabwe) tornou-se a primeira a inscrever seus carros em um GP, no caso o da África do Sul, pintados nas cores de uma embalagem de cigarros. Colin Chapman viu abrir-se aí uma grande oportunidade e firmou contrato com a Imperial Tobacco, uma multinacional tabagista britânica, para divulgar um de seus produtos, o cigarro Gold Leaf. Os Lotus, que até então usavam a cor oficial da Grã-Bretanha nas pistas, o verde, passaram a ser vermelho, branco e dourado, a cor das embalagens e tudo começou. A Lotus apareceu com a novidade na disputa da Tasman Series de 1968 e mesmo os oceânicos torceram o nariz. Mas foi na Corrida dos Campeões que os puristas ingleses ficaram mesmo indignados e ameaçaram com o boicote. Colin resolveu o impasse com um símbolo acima de qualquer suspeita: cobriu a cabeça do lobo-do-mar com a Union Jack, a célebre bandeira do Reino Unido. E a prova foi ao ar; vencida por Bruce McLaren e todos viveram felizes.

*Sim, é uma referência à canção da banda inglesa Iron Maiden.

CARANGUEJO – automobilista e roqueiro.





12 comentários:

  1. Rui, vc traz cada história....cada minúcia......é um baú de conhecimento automobilistico !!!! Grande Abraço !!

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  2. O Automobilismo é cheio de histórias maravilhosas ...... Curti de montão ..... Abçs.

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  3. Sensacional!
    Não sou nem nunca fui fumante, por isso tenho a curiosidade: ainda existem as marcas Gold Leaf e John Player Special no mercado?

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  4. Ricardo Mallio Mansur20 de março de 2013 às 20:58

    Pra mim foi novidade. Vivendo e aprendendo! Abs!

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    1. Ricardo, coisas do Caranguejo, e cá para nós acredito que ele seja bem mais velho que nós para lembrar de tudo!rsrsr

      Um abração

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  5. Senhores, só lhes digo que lá pelos idos de 1974, quando o piloto Ricardo Mansur
    era o primeiro a chegar a Goiânia com seu Magnum Kaimann, para a disputa da primeira etapa do Campeonato Brasileiro de Fórmula Super Vê (e marcava o tempo de 1m e 45s) tinha eu 12 anos.
    Abç
    Caranguejo

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  6. Pensei que vc não fosse ver!rs
    Caranguejo, brincadeiras à parte vc é a memória viva de tantos acontecimentos que descreve para nós de forma brilhante que parece que estava lá.
    Obrigado meu amigo.

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  7. Sem stress Ruizão. É bom a gente desfrutar dessa forma de convivência
    com pessoas que se conhecia (e que não nos conheciam)e mostrar que seus
    feitos ainda estão por aí,vivos na memória de alguém.
    Caranguejo

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  8. Fabiani C Gargioni #2726 de março de 2013 às 14:52

    Grande Rui, vc e o Caranguejo tem que escrever um livro, adoro estas Histórias!!!

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