A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

sábado, 2 de março de 2013

Scuderia Jolly Gancia - Alfa Romeo

Piero Gancia e Emilio Zambello vencem em Interlagos 


GP 4º Centenário, Barra da Tijuca, Bird, Zambello e Piero Gancia. 


 Carlos Pace


Zambello




Infecção em três doses
Como se interessam as pessoas pelo automobilismo? Na atualidade é fácil, pela TV. Mas estou falando do começo dos anos 60. Naquela época não tinha transmissão de F-1 no Brasil, aliás não tinha nem na Europa. Para a maioria do povo Fórmula 1 devia ser um remédio para gripe. Nem o `plim-plim` existia naquela época. Eram tempos de TV Excelsior, Paulinho Machado de Carvalho na Record. A cidade de Curitiba, hoje em dia, tem uma frota de carros maior que a do Brasil inteiro na época. É bem certo que eu morava em Sampa, a meca do automobilismo no País, e única cidade com autódromo na época. Sempre gostei de carrinhos, isto é certo. Eram de longe meus brinquedos prediletos. Mas a primeira exposição que tive ao automobilismo estava no fundo da memória, e não tenho como confirmar datas, pois eu devia ser muito novinho mesmo. 

Meu falecido pai trabalhava na Folha de São Paulo no início daquela década. Lembro-me de um belo dia ter sido levado por ele a Interlagos num jipe da Folha. Era dia de corrida ou de treinos, não sei. Devia ter uns 3 ou 4 anos, máximo 5. E fiquei vidrado com a cena, a velocidade, o barulho. Aqui a memória e a ficção se imiscuem, e não posso assegurar, com certeza, se o que vi é produto de uma memória ou de uma imaginação prodigiosa. Juro que vi, à distância, um Interlagos amarelo, um carro da equipe Willys!!!! Essa foi a primeira dose. 

A segunda dose foi um álbum de figurinhas das revistinhas Disney. Faziam álbuns temáticos, e um dos temas escolhidos foi o automobilismo. Fiquei muito intrigado com aquelas baratas de nomes estranhos, Lotus, Cooper, Brabham, BRM e me lembro claramente de um carro branco, a japonesa Honda. Entre outras coisas, o álbum tinha um carro que mais me parecia um caminhão, um Auto Union dos anos 30, Ford GT 40 e outros carros esporte, além de FIATs e Renaults do começo do século. Tudo aquilo me fascinou. 

Marivaldo e a Alfa P33
A terceira dose, que me infectou de vez, ocorreu em 1969. Já sabia da existência da Equipe Jolly e suas fabulosas Alfas GTA e da P33, e descobri, pela TV, que a oficina da mesma ficava a algumas quadras da minha casa, na Rua Frederico Steidel. Tanto enchi a paciência da minha mãe, que ela me levou lá. Fui muito bem atendido por Emilio Zambello, que com muito orgulho me mostrou três Corvettes recém importadas, e a esplendorosa Alfa P33, além das GTA 23, 25 e 27. Para fechar o pacote, Zambello me deu adesivos da Jolly e também catálogos da linha Alfa-Romeo, que incluía a P33. Pronto, devidamente infectado, me apaixonei pelo esporte. E para meu deleite, a concessionária Jolly se mudou para a minha rua!

Carlos de Paula

Post de 15 de Janeiro 2009

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Para o Fabiani e Walter.

Rui Amaral Jr



6 comentários:

  1. Valeu, Rui! Genial, mesmo.
    Comecei a curtir automobilismo em 1970 e, nesse momento, a Ferrari era 'inimiga' do Emerson. Portanto, era minha 'inimiga'. As Alfas disputavam a primazia da Ferrari, nos protótipos; eram uma força alternativa. Eram lindas e seu logotipo era muito mais legal do que um cavalo preto (muito óbvio).
    Por isso sempre curti as Alfas e esse 'post' tá demais.
    Voltei hoje ao Velocult e, de novo, adorei rever as máquinas maravilhosas.
    De novo, obrigado.

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    Respostas
    1. Falar mal da Ferrari pode levar o Romeu à tentar uma degola!rsrsr
      Está realmente belo demais o Velocult, vc precisava ver os vídeos, no ano passado o Emilio Zambello compareceu.
      Pedi ao Ferreirinha e depois escrevo sobre os HEVE.

      Abs

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  2. Fabiani C Gargioni #273 de março de 2013 às 22:28

    Grande Rui, tbém fui infectado cedo pelo automobilismo e tbém acho as ALFAS fantásticas, obrigado pela honra da postagem!!!

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  3. Época maravilhosa que toda minha turma moradores da Vila Mariana e com idade entre 15 e 17 anos não perdíamos nenhuma corrida em Interlagos

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  4. Fui mecânico da Jolie automóveis tive o prazer de trabalhar Josep italiano mestre da mecânica o que eu sei hoje devo a ele

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