A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Panseca, o último dos Buso faleceu aos 81 anos

Eles eram três irmãos - João, Paulo e Celestino - todos portadores de "gasolina na veia" e a mesma paixão: carro de corrida. Durante parte de suas vidas, respiraram muita poeira, vapor de gasolina, fumaça de combustível queimado, afrouxaram e apertaram centenas de parafusos no ajuste de cabeçotes, regulagem da mistura e da centelha que dá vida ao motor, conviveram com o perigo da velocidade, mas, experimentaram o prazer da vitória e proporcionaram muita emoção e alegria ao público espectador.

O primeiro deles a falecer foi João Augusto Buso, o mais velho. Depois, em 2002, Paulo José Buso deixou este mundo. Agora, lamentavelmente, registramos o falecimento - dia 13 de junho, aos 81 anos de idade - de Celestino Jacó Buso que, na década de 1950, era conhecido nas corridas de carros pelo apelido de Panseca.

Todos eles tiveram carreteira, sempre Ford e sempre motor V8. O mais destacado de todos foi Paulo, vencedor de inúmeras provas em circuitos de rua e em estradas, entre as quais a Prova Centenário do Paraná, em 1953, com sua carreteira Ford 1939 e motor de Mercury 1951.

Celestino, brincalhão, há cerca de 1 ano dizia: "Também pudera, o que tinha de equipamento melhor sempre ia para a carreteira do Gordo (Paulo). O que sobrava, estava usado ou estragado, ia para a minha."

Com efeito, na véspera de uma corrida Curitiba-Ponta Grossa/PR, por estrada de chão, Panseca teve que "emprestar" o distribuidor especial do seu carro para Paulo colocar na sua carreteira, que estava melhor preparada.

Com isso, Panseca teve de usar o distribuidor ruim da carreteira de Paulo e o motor do seu carro pifou o tempo todo. Noutra corrida, vencida por Haroldo Vaz Lobo com um Morgan (Turismo), capotou seu carro numa curva do final da rua Mal. Floriano Peixoto.

Panseca pilotava a carreteira número 54, Ford 1937, motor 59AB com cabeçotes de alumínio, coletor de dois carburadores (que pegou do Paulo) e câmbio de Lincoln.

Retirou-se mais cedo das corridas - 1956 - para estudar e prestar vestibular ao curso de medicina. Sua carreteira, trocou-a com o amigo de colégio Clodoaldo Moreira, por uma espingarda, terreno e o resto em dinheiro.

Fecha-se mais uma página da história do tempo das carreteiras, abafando o ronco de um motor V8 pelas ruas da cidade, de um sorridente e agitado Panseca que deixou importante contribuição ao desenvolvimento do automobilismo de competição. Na foto, Panseca no circuito do Passeio Público.



Por Ari Moro


Publicado primeiramente no jornal Paraná On line
http://www.parana-online.com.br/canal/automoveis/news/540881/?noticia=PANSECA+O+ULTIMO+DOS+BUSO+FALECEU+AOS+81+ANOS
30/06/2011 às 00:00:00 - Atualizado em 29/06/2011 às 22:37:11


A famíla Buso nossos sentimentos.

2 comentários:

  1. Rui, Graziela,

    Que belas histórias dos tempos das carreteiras, dos heróis que subiam a estradinha de terra da serra entre Curitiba e Ponta Grossa em velocidades incríveis.

    Obrigado pelo post.

    Abraço,

    Danilo Kravchychyn
    Ponta Grossa - PR

    ResponderExcluir
  2. Fabiani C Gargioni #2713 de julho de 2011 às 19:17

    Os Buso fizeram história no Pr,até a década de 80 tinha um Buso que andava de opala nas pistas de terra e era um baita piloto!!!

    ResponderExcluir

Os comentários serão aprovados por mim assim que possível, para aqueles que não possuam blogs favor usar a opção anonimo na escolha de identidade. Obrigado por sua visita, ela é muito importante para nós.

Rui Amaral Jr