A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

sábado, 12 de março de 2011

Piloto Paulo Buso fez história entre as carreteiras

A marcha inexorável do tempo acaba de trazer à tona mais uma vez a figura de Paulo Buso e com ela a lembrança deste que foi um dos mais destacados pilotos de carreteira paranaenses na década de 1950, falecido a 25 de fevereiro de 2002.

Entre outras, ele venceu por três vezes a prova Curitiba/Ponta Grossa, promovida pelo jornal Paraná Esportivo. Aproveitando a ocasião remexemos o velho baú que encerra as histórias das corridas de carreteiras em Curitiba e lá encontramos relato de Celestino Buso, irmão de Paulo e piloto de carreteira também, envolvendo os dois e ainda o então estudante de engenharia Marcos Corção, cujas teorias sobre engenharia mecânica eram aplicadas nos carros de competição.



Na véspera da prova Centenário do Paraná, acontecida a 11 de outubro de 1953 no circuito da rua Mal. Floriano Peixoto, na capital, os dois irmãos e mais Corção tentavam e não conseguiam, na oficina mecânica de ambos da Rua Comendador Araujo, "arredondar" o giro do motor V8 com cabeçotes Edelbrock e agora com coletor para três carburadores.


O motor rateava muito" - segundo Celestino. O problema foi deixando todos nervosos e lá pelas tantas Paulo, desesperado, baixou violentamente o capô do motor do carro, dizendo que não aguentava mais, não participaria da prova e foi embora para sua casa, na avenida Guaíra, hoje Kennedy. Celestino e Corção reestudaram a situação e acharam que o problema era causado pela precária alimentação do motor.

Munidos de agulhas apropriadas, foram abrindo os buracos dos giclês, até que o motor "arredondou". Isto, pelas 4,00 horas da manhã do dia da prova. Foram então testar a máquina na "pista" da Mal. Floriano, Celestino de carreteira e Corção de motocicleta. O motor chegou a 5.000 giros sem ratear.

Satisfeito, Celestino levou a carreteira à casa de Paulo, ali perto, que tinha ouvido o ronco firme do motor, na madrugada. Lá chegando, encontrou, no portão da casa, numa noite de frio, Paulo e sua esposa Othalia, vestidos com roupa de dormir. Sem graça, Paulo observou: "... é, agora está bom, né?

Celestino, por sua vez, irritado com o sacrifício que fez, falou: "Gordo (apelido de Paulo), se você não ganhar essa corrida nós vamos conversar...". Paulo Buso não só correu mas, venceu, ganhando prêmio em dinheiro, troféu e diploma entregue pelo então Governador Bento Munhoz da Rocha Neto.

Numa foto de hoje, Paulo e seu primeiro carro de corrida, em Curitiba. Na outra, com sua carreteira logo atrás do carro 86 de Perereca, indo à Interlagos, em São Paulo/SP.

Por Ari Moro


Agradecemos ao amigo Ari Moro a cedência deste.

Publicado primeiramente no Jornal do Automóvel/Tribuna de Curitiba-PR e Paraná Online

http://www.parana-online.com.br/canal/automoveis/news/516490/?noticia=PILOTO+PAULO+BUSO+FEZ+HISTORIA+ENTRE+AS+CARRETEIRAS

10/03/2011 às 00:00:00 - Atualizado em 09/03/2011 às 23:07:26

6 comentários:

  1. Grande Ari e Graziela!
    Já mostramos aqui um emocinante texto do Ari sobre esse grande piloto e homem o Paulo Buso.
    A ele ou eles nossa grande admiração.
    Você está se tornando uma historiadora de primeira sempre com a grande ajuda de seu pai Nelson e do Ari.

    Um forte abraço

    Rui

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  2. Fabiani C Gargioni #2612 de março de 2011 às 18:50

    Grande Rui,como eu sempre digo,elas tem "ALMA",se eu não me engano a família tem uma CARRETERA até hoje guardada do Sr Paulo Buso,não sei se é a mesma da história!!!

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  3. É Fabiani, depois procuro o link e te envio.

    Um abraço

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  4. Rui,
    Eu imagino o que era pilotar uma carretera nas curvas da serra que separa Curitiba e Ponta Grossa, em pista simples, sem acostamento.
    Que bom você lembrar um nome do automobilismo paranaense, que já teve expoentes como o Altair Barranco, o Pedro Muffato, o Luiz Moura Brito, representantes dos anos românticos. Depois, na F1, Raul Boesel, Maurício Gugelmin e Ricardo Zonta.

    Obrigado

    Danilo Kravchychyn
    Ponta Grossa - PR

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  5. Danilo e Fabiani, aqui no Histórias tem no miinimo uns 20 posts em que o Ari Moro, decano dos jornalistas de automobilismo brasileiros nos privilegiou contando um pouco do muito que conhece. A Graziela e ele vem nos trazendo algumas jóias dessa época de ouro.
    Neste link alguns posts deles,
    http://ruiamaraljr.blogspot.com/search/label/Ari%20Moro

    Vale dar uma espiada.

    Forte abraço a todos

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  6. Olá Fabiani e Rui,
    as carreteras não tem idade nem seus fãs!
    A pouco conversei com o grande Ari Moro que te envia forte abraço!
    Quanto a carretera do saudoso exímio piloto Paulo Buso, quem a tem é a filha, Mirian Buso, vice-presidente do Clube Elas de Curitiba-PR.
    Um forte abraço aos amigos,
    Graziela

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